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A história vareira de Ovar está profundamente enredada na pesca artesanal, onde grossos mares reclamaram tantas vidas. As suas varinas saindo de canastra à cabeça, vergadas pelo jugo do peso, caminhando descalças muitas léguas sem fraquejar ou reclamar, apregoavam com rouca marítima voz, “Sardinha do nosso mar”, pelos cantos recônditos do nosso distrito e arredores, levando o seu vozeirão até à longínqua Régua. As companhas de pesca às centenas, pescando cegamente com Arte Xávega, foram morrendo e hoje neste concelho são menos que os dedos da mão. Um destes dias ainda com noite fechada, arremetemos pelo formoso mar, navegando com os pescadores da “Companha Jovem”, a única sobrevivente da praia do Furadouro. É esta história que vamos contar, as vivências destes robustos pescadores, com as suas glórias e angústias, últimos representantes duma arte tradicional que merecia mais atenção, para não deixar morrer a nossa memória, porque nem tudo são cantigas ou distribuição anárquica de subsídios.
A Praia Fluvial do Castelo, fica localizada na freguesia de Fornos em Castelo de Paiva, sendo banhada pelas amenas águas do Rio Douro. O Rio Paiva aqui desagua em frente à sua amada Ilha dos Amores, que outrora fortificada defendia cristãos de ataques de muçulmanas gentes e ajudou a fundar a Lusitânia Pátria. O seu enquadramento natural, desportos náuticos e infraestruturas oferecidas fazem dela uma das melhores da região. Este é também um lugar para gente jovem, que atravessa a nado até à ilha e do cimo de temerosos penedos se precipitam como loucos, em saltos vertiginosos, para as tranquilas águas do rio. Durante o verão, aos fins-de-semana há uma grande azáfama de embarcações a motor, por vezes fazendo perigar a segurança dos banhistas. As ondas arremetem para a praia, à passagem dos grandes cruzeiros, com turistas a ver as vistas das arribas do Douro, que acenam alegremente, mas lançando invejosos olhares ao povo que se refresca na praia.
Castelo de Paiva viu nascer, há 47 anos, Ricardo Jorge, um homem amante da terra onde ganhou raízes e semeou uma grande carreira e vida familiar. O Rio Douro serpenteia por estes vales, que ele seguiu até ao Porto, onde se formou em direito. Fomos conhecer este advogado, que irradia serenidade, sabedoria e uma energia que emprega na defesa de causas legais, associativismo, andar de bicicleta ou jogar futsal com os amigos. Nesta entrevista deu-nos a conhecer as suas paixões e valores que defende. Falamos sobre a sua carreira, advocacia, direito administrativo e estado da justiça. Falamos também do direito laboral e aprofundamos a questão do assédio laboral e de que forma os trabalhadores se podem defender e quais são os seus direitos. Estas vítimas podem fazer queixa para o comportamento dos seus superiores hierárquicos ser avaliado judicialmente para eventualmente serem julgados e sancionados a nível contraordenacional ou criminal.
Henrique Araújo, independente do Movimento 2030, apresenta-se como um homem que não é profissional da política, que gosta de fazer o bem pela causa pública, dizendo que é apelidado com frequência de megalómano, mas que a história por vezes transforma em visionários. A razão principal desta entrevista foi a destruição do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, que depois duma suspensão para avaliação, recomeçou novamente no talhão 74. Os factos apresentados não deixam grandes dúvidas dos atropelos que se cometeram, numa floresta que passou de proteção, para conservação e acabou em produção e que está em investigação judicial, para apuramento se foram cometidos crimes. Nós quisemos também ouvir que propostas este movimento tem para o concelho de Ovar.
Meitriz em Arouca é uma terra profundamente longínqua, que brotou do fundo do Vale do Rio Paiva e que conserva ainda a sua traça tradicional, recebendo a distinção de Aldeia de Portugal. O rio por ela se enamorou, fazendo-lhe uma vénia ao chegar e oferecendo-lhe uma praia fluvial para se perfumar. Ela deu-lhe volta à cabeça, ele deu-lhe voltas ao rio, tão recortadas de pasmar, não podendo ficar partiu, dando lágrimas ao lugar. Por estas terras se reconquistou e perdeu território para o Sarraceno, Almançor por aqui atemorizou, mas este povo sempre lutou e como em Moldes igrejas sempre edificou.