Uma mulher que gosta de flores
A nossa presença chamou atenção da proprietária que simpaticamente acedeu a falar connosco. Ali vive Maria Alice Soares, com 74 anos de idade, viúva, já ali vive há 23. Tem três filhos, o rapaz está em Andorra, as filhas uma está em Sintra e a outra em Arouca, disse com orgulho já ter uma neta com 28 anos.
O jardim da Maria Soares
Em relação ao seu jardim disse gostar muito de flores e especialmente de giestas, possuindo quatro qualidades, cor-de-rosa, amarelo/vermelho e duas de amarelos. Foi apreendendo com a vida a tratar das suas plantas e agora reformada passa o tempo a cuidar delas. Para ali muita gente para ver as suas flores.
A vida desta mulher
Como muita gente não teve uma vida fácil, também teve trabalhos e canseiras. A sua família no tempo do mineiro foi para Rio de Frandes, onde o seu pai trabalhou nos compressores de ar, para os mineiros usarem nos martelos pneumáticos. Naquela altura as minas de volfrâmio eram exploradas por Alemães. Esteve nesta terra dos sete aos dez anos, corria os anos de 1958/60, quando aquela exploração acabou tiverem que regressar.
Regressada à terra natal foi guardar gado para as serras, depois foi viver para Vilarinho e quando casou regressou novamente com o marido a Rio de Frades, onde trabalharam na venda de minério a particulares.
Durante a exploração das minas pelos Alemães, havia pessoas muito ricas e outras muito pobres. Os mais necessitados eram obrigados a dormir debaixo dos sobreiros ou dentro das minas. Ainda se lembra da história do seu tio, que estava dentro duma mina, “Um dia o meu tio Venceslau foi atacado por lobos, gritou e o irmão veio ajuda-lo atirando nos lobos com uma pistolazita.”
Naquele tempo havia muita miséria, muitos mineiros morriam dentro das minas, contou que só de uma vez morreram cinco, porque as paredes das minas não eram protegidas por escoras e desabavam em cima dos esforçados trabalhadores.
No final da nossa conversa foi buscar algumas memorias que trouxe dos tempos de Rio de Frades e mostrou-nos as peças caleira e rapeta, que eram usados para retirar o minério e um gasómetro para os iluminar. Ainda tem na sua posse uma malga por onde os Alemães davam de comer aos trabalhadores.
Antes de seguirmos viajam matou-nos a sede com água, mas não deixou de nos oferecer um copito de vinho.
Galeria de fotos da Giestas da Maria Soares
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Maria Alice
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Maria Alice - Exibe a caleira e rapeta
Maria Alice - Exibe a caleira e rapeta
Maria Alice - Exibe a caleira e rapeta
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