A sua besta de carga era o mercantel, daqueles que agora ainda vão sendo construídos pelo Mestre Felisberto do Tabuado em Pardilhó, não para carregar sal, mas para o turista em Aveiro passear pelos canais. Estes barcos navegaram nestas águas até 1980, onde o sal chegava das marinhas de Aveiro para ser processado nas suas industriais. As poucas que hoje resistem há muito tempo que usam camiões para o seu transporte.
O "real imposto a cada quartilho de vinho", para financiar a construção.
No vídeo que apresentamos vamos contar a sua história e a forma que foi desencantada para promover a sua construção. O Rei D. João I determinou que os impostos aqui pagos e que fomentavam a construção da barra de Aveiro, fossem reafectados para a sua reconstrução, com o "real imposto a cada quartilho de vinho". O seu filho o Infante D. Miguel, reforçou a determinação do pai, com o "arrátel da carne no distrito da vila".
Naquela época rebentaram também as lutas entre liberais e Miguelistas. Ao chegar ao poder o Ministro do Reino, Passos Manuel, quis saber onde foi gasto o dinheiro e pediu contas. O município vareiro reteve os impostos, mas não fez obras com o argumento que necessitou dele para ajudar necessitados. A reafectação do imposto foi revogada e depois de várias recusas da câmara em cumprir a ordem foi dissolvida e substituída por uma mais fraca que cumpriu a determinação.
O intenso movimento e a criação da figura do “Cabo do Cais”.
O movimento neste cais era tão intenso que o município criou a figura do “Cabo do Cais”, como foi António José Sousa Pinto Bastos, que aos nove dias de dezembro de mil oitocentos e vinte e oito, entregou 305$610 de impostos, para serem depositados nos cofres públicos.
A passagem por este cais da ilustre família real.
Este local ficou também ligado a uma viajem que a Rainha D. Maria II, fez entre Ovar e Aveiro, no dia 23 de maio de 1952, acompanhada pelo rei consorte D. Fernando II, Príncipe Real D. Pedro e o Infante D. Luís. A família real deixou os Paços do Concelho pelas 09h30, onde pernoitou, rumo ao cais da Ribeira, acompanhada por centenas de vareiros, onde embarcaram rumo à cidade de Aveiro. Esse dia foi de festa e o cortejo real foi escoltados pela ria pela Câmara e por e várias pessoas de todas as classes que se quiseram associar.
Uma bonita caminhada na zona centro.
O local é também o ponto de partida para uma boa caminhada na zona centro, requalificada pelo município, entre o Rio Cáster e a Ria de Aveiro, que termina na sua foz, num local conhecido pela boca do rio. Aqui poderá ver pontualmente lavandeiras metidas no rio, com água pelos joelhos a lavar a roupa à mão. O percurso tem cerca de três quilómetros em cada direção, sendo recomendado para caminhadas para iniciantes. Junto deste percurso foi construída uma torre de observação, onde poderão ser observar as aves na ria e as águias no ar.
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Cabo do Cais, António José Sousa Pinto Bastos
Painel de azulejo da passagem da Rainha D. Maria II
Livro Memórias e Datas - Cais da Ribeira
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