Marialva Aldeia Histórica de Portugal
Sempre que caminhamos por um antigo castro, como este em Marialva, que nos arrabaldes do tempo se chamou de "S. Justo", sentimo-nos invadir por algo subtil, inebriante, mágico e inexplicável. Estas sensações brotam do fundo do nosso ser e entranhas da nossa alma e memórias inconscientes. Algo quer-se manifestar e nos relembrar que também nós por intermédio dos nossos antepassados também ali vivemos e nos ajudaram chegar ao presente.
As pedras gastas das calçadas, os templos apagados, as muralhas invictas e solitário castelo, tudo se une para nos mostrar que o tempo pode não ser linear e que podemos recuar e viajar nele em todas as direções, do passado para o presente, da memória para a vida, do real para o imaginário e até só com palavras. Com ajuda de outros homens académicos que já estudaram Marialva, pesquisando e referenciado os seus artigos, com humildade vamos calcorrear Marialva e trazer à vida um pouco da sua demandada história.
Pode ler esta reportagem na totalidade ou clicar no título abaixo inserido para um assunto específico:
- Localização da Aldeia Histórica de Marialva
- Ficha Técnica da Aldeia Histórica de Marialva
- História de Marialva
- Marialva vista por Alexandre Herculano
- Os três espaços da Aldeia Histórica de Marialva e Devesa
- Aldeias Históricas de Portugal
- Marialva uma aldeia em ruínas convertida em histórica
- Património da Aldeia Histórica de Marialva
- Divisão do Património da Aldeia Histórica de Marialva
- Património classificado da Aldeia Histórica de Marialva
- Descrição dos Pontos de Interesse do Património da Aldeia Histórica de Marialva
- Mapa dos Pontos de Interesse do Património da Aldeia Histórica de Marialva
- Pontos de Interesse do Património da Aldeia Histórica de Marialva
- Rua da Corredoura, uma das mais importantes do Arrabalde
- Outros pontos de interesse de Marialva
- Património natural de Marialva
- Pontos de interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
- Descrição dos Pontos de Interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
- Mapa dos Pontos de Interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
- Legenda do Mapa dos Pontos de Interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
- Porta de Santa Maria
- Porta do Monte
- Porta do Anjo da Guarda
- Postiguinho ou Porta da Traição
- Capela de Nª Srª de Lourdes / S. João Baptista
- Castelo
- Igreja Matriz de Santiago
- Capela do Senhor dos Passos
- Cisterna
- Pelourinho
- Antiga Câmara Municipal de Marialva
- Antiga Cadeia e Casa dos Magistrados
- Casa da Judia
- Paiol
- Torre de Menagem
- Passos da Via Sacra - Cidadela
- Poço
- Torre da Relação
- Torre do Monte ou dos Namorados
- Torre do Relógio
- Campanário da antiga Igreja de S. João
- Pontos de interesse na Aldeia Histórica de Marialva – Arrabalde
- Percursos pedestres da Aldeia Histórica de Marialva
- Informações úteis para visitar a Aldeia Histórica de Marialva
- Sugestão para a visita à Aldeia Histórica de Marialva
- Bilhetes para entrada no Castelo
- Onde Comer na Aldeia Histórica de Marialva
- Onde dormir na Aldeia Histórica de Marialva
- Contactos úteis da Aldeia Histórica de Marialva
- Download do folheto da Aldeia Histórica de Marialva
- Dissertação de mestrado em arquitetura, Carlos André Ribeiro Coutinho
Localização da Aldeia Histórica de Marialva
"A Aldeia Histórica de Marialva situa-se na Beira Interior, pertence ao distrito da Guarda e à diocese de Lamego, distando uns 7 km da Vila de Mêda, a sua sede de concelho. Ocupando uma área geográfica de aproximadamente 1915 hectares. A sua economia baseia-se principalmente na atividade agrícola, tendo como principais produtos a batata, os cereais, o vinho e o azeite." (Coutinho, 2013)
"Esta aldeia, num cenário que revela uma das relíquias vivas da ancestralidade portuguesa, transporta o visitante às raízes mais profundas da história do País. As ruas, ladeadas por edifícios resistentes ao tempo, conduzem à cidadela cercada pelas muralhas em cujas ruínas é fácil perder a noção do tempo."3
Ficha Técnica da Aldeia Histórica de Marialva
- Localização: Aldeia Histórica de Marialva, fica localizada no Monte de S. Justo, a 580 m de altitude, na Beira Interior, pertence ao distrito da Guarda e à diocese de Lamego, distando uns 7 km da Vila de Mêda;
- Foral: Atribuído por D. Afonso Henriques, em 1179;
- Espaços: 3: Cidadela (interior da antiga vila, onde se situa o Castelo), Arrabalde e Devesa;
- Portas de acesso à Cidadela: 4, Porta de São Miguel, Postiguinho ou Porta da Traição, Porta de Santa Maria e Porta do Monte;
- Acesso à Cidadela - Castelo: Porta de São Miguel;
- Património Classificado: Pelourinho, Castelo e Igreja S.Pedro;
- Torres da muralha da Cidadela: 3, Torre do Relógio, a Torre da Relação ou dos Torre dos Namorados e Torre de Menagem;
- Património: Castelo, igrejas, capelas, cisternas de abastecimento e recinto amuralhado, onde há ainda ruínas algumas casas de origem medieval;
- Percursos pedestres: 3, GR22 - Grande Rota Aldeias Históricas de Portugal, PR1 – Percurso da Aldeia Histórica de Marialva e PR2 - Ao encontro dos Castelos de Mêda, Longroiva e Marialva;
História de Marialva
Fundação de Marialva
"A aldeia foi fundada “em zona montanhosa e granítica de topografia difícil e irregular, descendo até à margem esquerda da ribeira de Marialva. Ergue-se num monte rodeado de outeiros e penhascos”. A Cidadela ou Vila, também conhecida por Castro dos Aravos, situada numa eminência rochosa sobranceira aos campos da Devesa, cuja a data exata do início do seu povoamento é imprecisa, mas cujas “as origens longínquas de Marialva parecem remontar ao tempo da antiga Cidade de Aravor". (Coutinho, 2013)
Marialva antiga Aravor Capital dos Aravos
"A antiga cidade de Aravor foi fundada pelos Túrdulos no séc. VI a.C.”7 , e que foi certamente o principal núcleo da comunidade de Aravos, tendo sido fundada pelos Túrdulos no séc. VI a. C. “Os romanos latinizaram o nome da comunidade para Civitas Aravorum, que foi reconstruída no tempo de Adriano e Trajano” . Durante este período Marialva foi um importante ponto de cruzamento de vias, entre as quais a “Via Imperial da Guarda a Numão”. “Os Godos instalaram-se também no monte, primeira ocupação cristã, mudando-lhe o nome para S. Justo." (Coutinho, 2013)
A origem da toponímia de Marialva
"A esta ocupação seguiram-se os Árabes que terão dado à cidadela o nome de Malva, que reconquistada por D. Fernando Magno de Leão, em 1063, lhe chamou Marialva”. O povoado acabou por ficar “despovoado pelas lutas contra os mouros”
“As necessidades defensivas e a importância estratégica atribuída a este território pela reconquista, nos alvores da nacionalidade, quando a fronteira oriental era o Côa e a sul se alongava ou contraia com os vaivéns da guerra, deram nascimento certamente ao seu esplendoroso castelo, como terá ocorrido com outros nesta região”. “As primeiras referências documentais a Marialva datam do séc. XII, quando D. Afonso Henriques, em 1179, lhe deu Foral, que segue o modelo de Trancoso, e a manda reedificar e repovoar." (Coutinho, 2013)
A reconquista definitiva de Marialva aos Mouros por D. Sancho
"O caminho que liga Marialva a Pinhel também foi reconstruído nesta altura, “talvez sobre a Via Romana”. Mais lutas se sucederam com os Mouros, voltando a vila a cair nas suas mãos e, “foi D. Sancho quem a reconquistou efetivamente no ano de 1200, concluindo as obras de restauro iniciadas por D. Afonso Henriques”.
Foi nesta época “que o povoado extravasou a cerca amuralhada, formando-se assim o Arrabalde que apresenta uma malha urbana de traçado predominantemente medieval, onde proliferam igrejas, capelas, casas quinhentistas e senhoriais, a par de um conjunto de habitações rurais com características típicas da casa beirã”.
Mais tarde, no reinado de D. Dinis o recinto amuralhado sofreu novas obras de restauro, tornando-se numa das mais importantes e fortes praças de guerra do reino”. Neste mesmo reinado, através da provisão assinada em Coimbra, foi outorgada a criação da Feira de Marialva, com a concessão de diversos privilégios a moradores e feirantes, em 4 de Novembro de 1286. Realizando-se todos os dias 15 de cada mês, permitiu também a transmissão da cultura, a difusão do conhecimento e o estreitamento de relações entre populações.
Tratava-se de uma feira franca, onde os feirantes estavam isentos de impostos, onde havia o direito à paz, permitindo assim, que as pessoas não fossem incomodadas pelos credores, nem presos por crimes que ali não tivessem cometido. Atualmente já não se realiza. Como Marialva se encontrava numa posição estratégica e posicionada próxima da fronteira, levou a que muitas comunidades se fixassem neste local, como o caso dos “”judeus, cujo número aumentou durante o reinado de D. Manuel formando mesmo uma judiaria, que permitiu um importante desenvolvimento da região. A 15 de Dezembro de 1512, este mesmo rei concedeu-lhe um Foral Novo.
Tendo iniciado obras de restauro e remodelação da fortaleza, só finalizadas durante a regência de D. Catarina, viúva de D. João III, em 1559. Desta mesma época datam o Pelourinho, parte do edifício da Câmara Municipal e Cadeia, que se implantam a Norte do largo do Pelourinho; e na rua da Corredoura, o pequeno chafariz, com a esfera armilar inscrita numa pedra muito gasta." (Coutinho, 2013)
Conde de Marialva
"Em 1440, D. Vasco Coutinho recebeu o título de Conde de Marialva de D. Afonso V, por se ter distinguido nas campanhas militares no Norte de África. Por sua vez, em 1661, no reinado de D. Afonso VI, D. Luísa de Gusmão deu o título de Marquês de Marialva a D. António Luís de Menezes, Terceiro Conde de Cantanhede, pelo papel determinante nas Guerras da Restauração. Terá sido o seu filho que cerca de 1675, construiu na Rua da Corredoura, o Solar brasonado com o escudo dos Menezes, conhecido como o Solar do Marquês. Em 24 de Outubro de 1855, o Concelho de Marialva foi suprimido, tendo este sido incluído no Concelho de Vila Nova de Foz Côa; em 1872, foi incorporada no Concelho da Mêda. A Casa da Câmara foi aproveitada como Escola Primária; gradualmente, as casas no interior do Castelo entraram em decadência e as pessoas deixaram de lá morar. Marialva medieval agonizou." (Coutinho, 2013)
Antigo concelho de Marialva
"Em 1855 foi suprimido o concelho de Marialva, que passou a englobar o de Vila Nova de Foz Côa. Em 1872, Marialva foi incorporada no concelho de Mêda."1
Marialva vista por Alexandre Herculano
"Agosto 19 – Partida dos Cancelos para Marialva. Passamos pela vila de Mêda, assaz populosa e que não oferece o aspecto de decadência das outras povoações. Caminho para Marialva terrenos pedregosos e variamente acidentados. Distância de Mêda uma légua. Aspecto miserável apesar da uberdade de um extenso vale que lhe fica próximo.
Uma parte da povoação dentro da antiga cerca, mas a maior extensão desta coberta de ruínas: ainda existe aí um pelourinho do séc. XVI – sepulturas cavadas nas rochas fora dos muros. Na ombreira de uma das portas (principal) da cerca da vila antiga estão gravadas as medidas lineares do concelho (vara, côvado, palmo) e além destas a que chamam na Beira o alquiez ou alquez, que é o perímetro de uma sola de sapato, e que ali é de grandes dimensões, talvez de palmo e meio, servindo" tempo o pé legal." Escritor Alexandre Herculano- Cenas de um ano da minha vida, Apontamentos de viagem. p. 134-135. (Herculano, 1973)
Os três espaços da Aldeia Histórica de Marialva
As ruínas não são espaços inúteis
foto: (Coutinho, 2013)
"É errado ver as ruínas como espaços inúteis e sem qualquer função social. Exemplo muito claro disso é a aldeia de Marialva, "constituída por três núcleos distintos: a Cidadela ou Vila no interior do Castelo, agora despovoada, o Arrabalde que prolonga a Vila para além da zona muralhada e a Devesa, situada a sul da Cidadela, que se estende pela planície até à ribeira de Marialva, e assenta sobre a antiga cidade romana" (Ferreira, 2011, p. 131).
As ruínas da Citadela são, segundo referem DeSilvey e Edensor (2012, p.2), 'ruínas lentas', em que o passar do tempo e a evolução do território deixaram marcas irreparáveis no território. No conjunto de Marialva, podemos identificar como dois tipos de intervenção distintas: a manutenção da ruína no espaço intra-muros e a tentativa de 'desruinamento' no arrabalde da antiga vila.
Talvez este caso seja o mais particular de todas as intervenções, possivelmente decorrente da configuração espacial da aldeia, pelo jogo entre o real e o imaginário, pelo presente reconstruído e pelo passado arruinado: se para chegar ao castelo o visitante cruza um espaço reconvertido, ao cruzar as portas da muralha, depara-se com o que o tempo poupou da antiga vila medieval, fragmentos de um lugar marcante na consolidação da nacionalidade cuja memória não consegue ser perpetuada sem a ajuda das brochuras em papel que ajudam a decifrar o que foram no passado as construções de que sobrevivem hoje apenas muros de pedra colonizados pela vegetação.
É ainda importante referir que Marialva constitui, para além do já mencionado, um caso de estudo interessante pelo facto de, atualmente, ser através da iniciativa privada que as mais marcantes alterações e reabilitações do edificado se têm vindo a registar. Para além da reabilitação de alguns edifícios de traça mais tradicional, foram construídos edifícios de arquitetura moderna vocacionados para o turismo, que introduzem uma imagem mais dinâmica e contemporânea a este lugar onde a história se faz presente e o presente se mescla com os vestígios da história e têm conseguido atrair um vasto número de turistas." (Gregório, M. J., Brito Henriques, E., & Sarmento, J. 2014)
O conjunto das ruínas é constituído pela Cidadela, Arrabalde e Devesa
Foto: (Coutinho, 2013)
"O conjunto é constituído por três núcleos distintos: a Cidadela ou Vila (interior do castelo), atualmente despovoada, está assente no cimo de um monte rochoso, a cerca de 580 m de altitude. Delimitada pelas muralhas do castelo, que “na Idade Média se chamou de Castro de S. Justo, […] onde se instalaram os símbolos da autoridade política e administrativa, militar e religiosa”. A Devesa estabelecida na planície a Sul da Cidadela estende-se até à ribeira de Marialva: “a sua ocupação data pelo menos, da época romana. Na encosta Norte, desenvolveu-se o Arrabalde, “na Idade Média, num movimento de expansão territorial”, como prolongamento da Vila extramuros." (Coutinho, 2013)
Cidadela ou Vila
"Cidadela ou Vila no interior do Castelo, agora despovoada. As ruínas da Cidadela são, segundo referem DeSilvey e Edensor (2012, p.2), 'ruínas lentas', em que o passar do tempo e a evolução do território deixaram marcas irreparáveis no território. No conjunto de Marialva, podemos identificar como dois tipos de intervenção distintas: a manutenção da ruína no espaço intra-muros e a tentativa de 'desruinamento' no arrabalde da antiga vila.
Talvez este caso seja o mais particular de todas as intervenções, possivelmente decorrente da configuração espacial da aldeia, pelo jogo entre o real e o imaginário, pelo presente reconstruído e pelo passado arruinado: se para chegar ao castelo o visitante cruza um espaço reconvertido, ao cruzar as portas da muralha, depara-se com o que o tempo poupou da antiga vila medieval, fragmentos de um lugar marcante na consolidação da nacionalidade cuja memória não consegue ser perpetuada sem a ajuda das brochuras em papel que ajudam a decifrar o que foram no passado as construções de que sobrevivem hoje apenas muros de pedra colonizados pela vegetação.
É ainda importante referir que Marialva constitui, para além do já mencionado, um caso de estudo interessante pelo facto de, atualmente, ser através da iniciativa privada que as mais marcantes alterações e reabilitações do edificado se têm vindo a registar. Para além da reabilitação de alguns edifícios de traça mais tradicional, foram construídos edifícios de arquitetura moderna vocacionados para o turismo, que introduzem uma imagem mais dinâmica e contemporânea a este lugar onde a história se faz presente e o presente se mescla com os vestígios da história e têm conseguido atrair um vasto número de turistas." (Gregório, M. J., Brito Henriques, E., & Sarmento, J. 2014)
Arrabalde
"O Arrabalde que prolonga a Vila para além da zona muralhada." (Gregório, M. J., Brito Henriques, E., & Sarmento, J. 2014). "Na encosta Norte, desenvolveu-se o Arrabalde, “na Idade Média, num movimento de expansão territorial”, como prolongamento da Vila extramuros. (Coutinho, 2013)
As primeiras referências documentais a Marialva datam do séc. XII, quando D. Afonso Henriques, em 1179, lhe deu Foral, que segue o modelo de Trancoso, e a manda reedificar e repovoar. Na encosta Norte, desenvolveu-se o Arrabalde, “na Idade Média, num movimento de expansão territorial”, como prolongamento da Vila extramuros. "O caminho que liga Marialva a Pinhel também foi reconstruído nesta altura, “talvez sobre a Via Romana”. Mais lutas se sucederam com os Mouros, voltando a vila a cair nas suas mãos e, “foi D. Sancho quem a reconquistou efetivamente no ano de 1200, concluindo as obras de restauro iniciadas por D. Afonso Henriques. Foi nesta época “que o povoado extravasou a cerca amuralhada, formando-se assim o Arrabalde que apresenta uma malha urbana de traçado predominantemente medieval, onde proliferam igrejas, capelas, casas quinhentistas e senhoriais, a par de um conjunto de habitações rurais com características típicas da casa beirã”. (Coutinho, 2013)
O traçado medieval do Arrabalde
"Apresentando um traçado predominantemente medieval, o Arrabalde tem como presença relevante a Igreja de São Pedro, com um aparelho de cantaria de granito, construída entre os séculos XIV/XV, na rua da Corredoura. Este templo, que ainda apresenta vestígios de traça românica, foi alvo de remodelações em várias épocas, está provavelmente “assente sobre um outro templo, coevo das sepulturas que constituem a extensa necrópole do adro”.
Nesta rua podem ver-se ainda como património religioso, a Antiga Tulha, que se trata de uma pequena Capela, também conhecida como “o Celeiro”, reconvertida a casa de habitação, e como remate Sul da rua, o Cruzeiro do século XVIII, “formado por uma coluna sextavada, assente sobre oito degraus, é rematado por um capitel de motivos vegetalistas, que sublinha a cruz na qual se pode ver o Cristo crucificado (actualmente, a cruz já não existe, tendo sido destruída durante uma feira); a montante, encontra-se a Capela de Nossa Senhora de Lourdes, com vestígios de sepulturas entre o edifício e a muralha, e a Sul da muralha a pequena Capela de Santa Bárbara ou da Curvaceira."
Devesa
"A Devesa, situada a sul da Cidadela, que se estende pela planície até à ribeira de Marialva, e assenta sobre a antiga cidade romana." (Gregório, M. J., Brito Henriques, E., & Sarmento, J. 2014)
"Várias intervenções a diferentes níveis foram propostas com o intuito de renovar e recuperar as 3 zonas urbanas de Marialva: a Cidadela ou Vila, a Devesa e o Arrabalde. Como Intervenção Pública: o interior muralhado, a Cidadela, sofreu intervenções por parte do IPPAR, que para além de escavações, com o respectivo relatório, e limpeza total do recinto, consolidou parte das muralhas e a Torre de Menagem; a Igreja de Santiago também foi alvo de intervenção do IPPAR no restauro dos altares e da talha que reveste a Capela-mor; no Arrabalde procedeu-se ao restauro da Igreja de S. Pedro e ao arranjo do seu espaço envolvente, tendo o IPPAR como entidade responsável;
o Posto de Acolhimento e Turismo, com um local de venda de artesanato, foi no que respeita ao seu restauro e adaptação, da responsabilidade do IPPAR, enquanto que a aquisição do lote foi da responsabilidade da Câmara Municipal da Mêda; no Arrabalde e na Devesa foram executados arranjos urbanísticos e infraestruturais, nomeadamente o calcetamento e drenagem de largos e ruas e o enterramento dos cabos de energia eléctrica, telecomunicações e televisão, a cargo da Câmara Municipal da Mêda e da Portugal-Telecom; e ainda, estudos arqueológicos e publicações." (Coutinho, 2013)
Aldeias Históricas de Portugal
Apresentação da marca Aldeias Históricas de Portugal
"Aldeias Históricas de Portugal é uma Associação de Desenvolvimento Turístico, de direito privado e sem fins lucrativos. Criada em 2007, tem como objetivo promover o desenvolvimento turístico da Rede Aldeias Históricas de Portugal, da qual fazem parte Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. As 12 Aldeias Históricas de Portugal estão localizadas no interior Centro de Portugal, distribuídas por 10 municípios – Almeida, Arganil, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Idanha-a-Nova, Mêda, Sabugal e Trancoso."2
Objetivos das Aldeias Históricas de Portugal
- Gerir e promover a Marca “Aldeias Históricas de Portugal”;
- Qualificar o produto turístico das aldeias históricas, através da definição de uma estratégia concertada de atuação e promoção, e do desenvolvimento de produtos turísticos;
- Apoiar o desenvolvimento de uma política de incentivos aos investidores que desejem investir na região e concertá-la com as instituições públicas e privadas que possam estar envolvidas;
- Promover iniciativas de animação cultural e divulgação do património das Aldeias;
- Contribuir para a melhoria da qualidade de vida local e para a diversificação e dinamização da atividade económica, nomeadamente na área do turismo e promover ações de qualificação e divulgação do património cultural, bem como a qualificação dos recursos humanos e outras.
Programa de recuperação das Aldeias Histórias de Portugal
"O Programa de Recuperação das Aldeias Históricas de Portugal foi um projeto-piloto, criado pelo Governo, que visou lutar contra a fraca produtividade, envelhecimento e desertificação populacional de um conjunto de aldeias da Beira Interior, maioritariamente ao longo da linha fronteiriça, destacando-se pela monumentalidade patrimonial e valor do passado, como locais de conquista, povoamento, defesa e estabilização do território. A base de selecção destas Aldeias esteve relacionada com a “diversidade da sua matriz cultural, a riqueza do seu património e a força das suas vivências e tradições singulares.
O PRAHP tinha como objectivo a recuperação das acessibilidades, dos espaços públicos e de edifícios com algum valor patrimonial, promovendo uma nova vitalidade, quer em termos sócio-económicos, quer turísticos. Para tal, procurou-se intervir “através de três tipos de actuações: intervenções da responsabilidade da Autarquia Local e da Administração Central; intervenções da responsabilidade dos agentes privados e intervenções dinamizadas e promovidas por associações ou agentes de desenvolvimento local." (Coutinho, 2013)
"O Programa de Recuperação das Aldeias Históricas de Portugal (PRAHP) concebido no âmbito do II Quadro Comunitário de Apoio (1994-1999), e reestruturado durante o III Quadro Comunitário de Apoio (2000-2006), tornou-se numa Acção Integrada de Base Territorial (AIBT), denominada Acções Inovadoras de Dinamização das Aldeias.
O PRAHP foi criado com o principal objectivo de resolver, ou pelo menos atenuar, problemas de aglomerados rurais do interior do país, que ao longo dos séculos perderam protagonismo e importância. Pretendeu-se lutar contra o envelhecimento e a desertificação populacional, a fraca capacidade produtiva e empregadora da região, melhorando a qualidade de vida das populações residentes, aumentando-lhes a auto-estima. Tentou-se, portanto, reafirmar a identidade do Interior ao promover o desenvolvimento sustentado da economia local e regional, assim como dinamizar o sector turístico da região.
Foram escolhidas inicialmente 10 aldeias: Almeida, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão e Sortelha, tendo sido acrescentadas ao conjunto, Belmonte e Trancoso, com o objectivo de o reforçar.
Basicamente a área abrangida pelo PRAHP é a mesma que o Arquitecto Francisco Keil do Amaral e a sua equipa estudaram no Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal, nomeadamente a Zona 3 que engloba a Beira Alta, Beira Baixa e uma pequena parte montanhosa da Beira Litoral. O PRAHP começou com a análise dos principais modelos típicos, elementos que demonstram as mais profundas e remotas raízes aldeãs, desde a sua história, património construído, ambientes de vida, essência de culturas partilháveis pelas memórias individuais e colectivas. Partindo inicialmente de intervenções com um carácter essencialmente infraestrutural, segundo uma política activa de qualificação do “urbanismo rural”, recuperam-se aldeias que apresentavam um conjunto simbólico e material, procedendo à valorização dos seus edifícios, monumentos, praças e largos.
A sua linha de acção passou pelas dimensões patrimonial, social e económica, sendo estas importantes na estratégia de enriquecer o conjunto das aldeias. Em relação à dimensão patrimonial, implementaram-se ações de valorização de monumentos e conjuntos edificados, procurando integração no quotidiano das aldeias, adaptando-as à contemporaneidade.
A dimensão social correspondeu à instalação de infraestruturas básicas e reabilitação urbanística, respondendo às necessidades da população residente, melhorando quer estética, quer ambientalmente os aglomerados, valorizando-os e afirmando-os no âmbito de uma rede de potencial turísticos. Por sua vez, a dimensão económica vem complementar as medidas anteriores, incentivando ao empreendedorismo de base local, com a criação de empresas, voltadas para o turismo, gastronomia, artesanato, produtos locais e animação turística." (Coutinho, 2013)
Programa de recuperação da Aldeia Histórica de Marialva
"No século XX, quando se deu a grande vaga restauracionista no país, Marialva era pouco mais que uma ruína. Nos anos 40 procedeu-se à reconstrução quase integral da torre de menagem, bem como de numerosos troços de muralha que ameaçavam desaparecer. Na actualidade, Marialva é uma das Aldeias Históricas da Beira, facto que permitiu o restauro de grande parte da vila e um primeiro desenvolvimento turístico." (Lousada, M. A. 2008)
"Com a evolução dos tempos, Marialva foi perdendo população. Tratando-se a aldeia como um organismo vivo, esta praticamente morreu, não se tendo conseguido regenerar, desembocando numa espiral de sentido descendente. A aldeia foi perdendo importância, vida, entrando em decadência e ruína. Esta ideia é reforçada pela análise da Dra. Isabel Boura, mencionando que: "“As Aldeias Históricas, à semelhança dos pequenos aglomerados dos espaços rurais deste país, sofreram desde muito cedo, desde os finais da década de 70 uma erosão muito forte, porque não tinham capacidade para oferecer condições de vida à populações que aqui estavam. Portanto, durante décadas, têm vindo a ser esvaziadas de populações, porque não têm capacidade suficiente de lhes criar meios de vida." (Coutinho, 2013)
"A aldeia que me proponho a estudar é Marialva, pois trata-se de uma das poucas que funcionou muito bem no plano administrativo, ou seja, teve intervenções e investimentos da responsabilidade das três entidades: Autarquia Local, Administração Central e agentes privados, todas voltadas para o turismo." (Coutinho, 2013)
Marialva uma aldeia em ruínas convertida em histórica
Foto: (Coutinho, 2013)
"Em relação a Marialva, o PRAHP baseou-se no Plano de Salvaguarda do Centro Histórico de Marialva que se encontrava em fase de finalização, tendo sido elaborado pelo Gabinete Técnico Local (GTL) da Câmara Municipal da Mêda.
O PRAHP foi muito importante para esta aldeia, tendo como missão: “Recuperar e regenerar Marialva reforçando a sua dimensão histórica – as ruínas de uma aldeia medieval – e reforçando condições para o turismo cultural”.
A aldeia encontrava-se num estado de degradação generalizado, evidenciando a necessidade de se “fixar” de forma sistemática e coerente, o espaço em ruínas como testemunho do seu rico passado histórico” . “A malha urbana de Marialva, de traça medieval, sofreu ao longo dos anos sucessivas alterações que contribuíram para a adulteração do espaço envolvente, a par da degradação do estado de conservação de muitos edifícios”.
Assim sendo, este programa de intervenção tornou-se numa mais-valia para a região, enquanto apoio para acautelar uma memória colectiva, que se pretendia valorizar e promover, fazendo parte integrante da identidade nacional. Várias intervenções a diferentes níveis foram propostas com o intuito de renovar e recuperar as 3 zonas urbanas de Marialva: a Cidadela ou Vila, a Devesa e o Arrabalde.
Como Intervenção Pública: o interior muralhado, a Cidadela, sofreu intervenções por parte do IPPAR, que para além de escavações, com o respectivo relatório, e limpeza total do recinto, consolidou parte das muralhas e a Torre de Menagem; a Igreja de Santiago também foi alvo de intervenção do IPPAR no restauro dos altares e da talha que reveste a Capela-mor; no Arrabalde procedeu-se ao restauro da Igreja de S. Pedro e ao arranjo do seu espaço envolvente, tendo o IPPAR como entidade responsável; o Posto de Acolhimento e Turismo, com um local de venda de artesanato, foi no que respeita ao seu restauro e adaptação, da responsabilidade do IPPAR, enquanto que a aquisição do lote foi da responsabilidade da Câmara Municipal da Mêda; no Arrabalde e na Devesa foram executados arranjos urbanísticos e infraestruturais, nomeadamente o calcetamento e drenagem de largos e ruas e o enterramento dos cabos de energia elétrica, telecomunicações e televisão, a cargo da Câmara Municipal da Mêda e da Portugal-Telecom; e ainda, estudos arqueológicos e publicações, através da elaboração e edição de um estudo monográfico e de roteiros e estudos arqueológicos, tendo como entidades responsáveis a Câmara Municipal da Mêda e o IPPAR.
Pretendiam-se também intervenções através da cooperação com as populações e organismos locais, nomeadamente nas fachadas e coberturas, onde era oferecido, “apoio técnico e financeiro à reabilitação e recuperação de habitações degradadas e de fachadas em dissonância com o quadro estético dominante, por acção conjugada da autarquia e dos particulares proprietários dos edifícios”.
Houve, ainda, da parte do PRAHP, apoio às actividades económicas locais, pois “dadas as características físicas e humanas da aldeia, as actividades económicas possíveis limitar-se-ão à recuperação de habitações para fins turísticos, à abertura de ateliers de produção artesanal e a outras pequenas actividades económicas ligadas à imagem medieval, a preservar e valorizar." (Coutinho, 2013)
Património da Aldeia Histórica de Marialva
Divisão do Património da Aldeia Histórica de Marialva
O património da Aldeia Histórica de Marialva está dividido em:
- Arquitetura Religiosa;
- Arquitetura Militar;
- Arquitetura Civil Pública;
- Arquitetura Civil Privada;
Património classificado da Aldeia Histórica de Marialva12
- 1933 IIP (pelourinho);
- 1978 MN (castelo);
- 2002 IIP (igreja S.Pedro)
Descrição dos Pontos de Interesse da Aldeia Histórica de Marialva
"Esta Aldeia Histórica está perfeitamente integrada na região em que se insere, a Beira Interior, sendo visíveis as características típicas, quer nas habitações de carácter rural, quer nas casas senhoriais.
São também de destacar o Castelo e as suas torres, as Igrejas, Capelas, Pelourinho, fontes e cisternas, a Casa da Câmara, Tribunal, Cadeia e outros, assim como os “pormenores muito concretos como as cantarias decoradas, as torres sineiras ou até mesmo os pequenos largos”.
Destaca-se o antigo Castelo, com a Torre de Menagem, aparecendo numa posição dominante sobre a paisagem, tratando-se de um dos principais símbolos de poder da aldeia. O Castelo foi construído no cimo de um monte rochoso, o Monte de S. Justo, amuralhado, que apesar de não haver certezas, crê-se que teve ocupação humana a partir do Neolítico.
O recinto muralhado foi várias vezes reconstruído e repovoado, mas só “conheceu um período de franco apogeu nos séculos XII e XIII”. Nos dias de hoje, o seu recinto muralhado está despovoado. “A povoação constitui uma das mais singulares ruínas de estruturas medievais portuguesas, mantendo a sua fisionomia praticamente intacta, quer na fortaleza, quer na povoação que se desenvolveu em seu redor”.
O conjunto é composto por uma cintura muralhada irregular, praticamente intacta, que se adapta a desníveis acentuados e que apresenta 4 Portas: a Porta do Anjo da Guarda ou S. Miguel, a Norte; a Porta do Monte, a Nascente; a Porta de Santa Maria, a Oeste e o “Postiguinho”, a Sul.
Fazem parte ainda 3 Torres: a Torre do Relógio, a Torre da Relação e a Torre dos Namorados e, no lado exterior Norte da muralha ainda é visível a Torre sineira da antiga Igreja de S. João. Tendo sido local de feiras, as “medidas da vara, do côvado e do palmo estão ainda inscritas nos pés-direitos da porta do Anjo, a principal entrada na vila muralhada”.
Intramuros, as ruas apresentam uma malha irregular, típica da Idade Média, contudo são poucas as construções que subsistiram ao passar dos anos, restando apenas vazios, ruínas e marcas do passado.
Permanecem, ainda, a Capela do Senhor dos Passos ou da Misericórdia, “de estilo Maneirista, esta capela tem no exterior um púlpito de onde se fazia a pregação”, e a Igreja Matriz, dedicada a Santiago, do séc. XVI/XVII, foi abadia do padroado real, conservando o seu portal manuelino, e uma cruz processional de bronze, do século XV. A Oeste, encontra-se o cemitério.
Assente em quatro degraus, o Pelourinho, do séc. XVI, construído em granito, formado por uma coluna octogonal de elegante fuste, rematado por uma cúpula piramidal, é do tipo gaiola. A sua presença é marcante no “largo onde se erguem as ruínas dos edifícios que tiveram outrora funções político-administrativas, e que ainda hoje são símbolos da antiga autonomia e jurisdição territorial do povo de Marialva: a Câmara Municipal, o Tribunal, a Cadeia e a Casa dos Magistrados”.
Dentro do recinto amuralhado há ainda ruínas de algumas casas de origem medieval, e duas cisternas de abastecimento de água. O Castelo e o recinto amuralhado estão classificados como Monumento Nacional.
Apresentando um traçado predominantemente medieval, o Arrabalde tem como presença relevante a Igreja de São Pedro, com um aparelho de cantaria de granito, construída entre os séculos XIV/XV, na rua da Corredoura. Este templo, que ainda apresenta vestígios de traça românica, foi alvo de remodelações em várias épocas, está provavelmente “assente sobre um outro templo, coevo das sepulturas que constituem a extensa necrópole do adro”.
Nesta rua podem ver-se ainda como património religioso, a Antiga Tulha, que se trata de uma pequena Capela, também conhecida como “o Celeiro”, reconvertida a casa de habitação, e como remate Sul da rua, o Cruzeiro do século XVIII, “formado por uma coluna sextavada, assente sobre oito degraus, é rematado por um capitel de motivos vegetalistas, que sublinha a cruz na qual se pode ver Cristo crucificado (actualmente, a cruz já não existe, tendo sido destruída durante uma feira); a montante, encontra-se a Capela de Nossa Senhora de Lourdes, com vestígios de sepulturas entre o edifício e a muralha, e a Sul da muralha a pequena Capela de Santa Bárbara ou da Curvaceira.
Como património civil, existe ainda o Drama, “que seria palco de espectáculos na antiga vila”, a cisterna “quinhentista que servia para abastecimento de água à população”, a fonte de mergulho e o chafariz manuelino.
É também visível o Solar do Marquês de Marialva e casas com alguma importância, como por exemplo, a Casa do Leão, por apresentar elementos zoomórficos e, na parede do balcão, várias efígies esculpidas; a Casa das Freiras, convertida a Turismo rural; o portal barroco do imóvel I; as antigas casas de judeus, duas delas convertidas a Posto de Acolhimento e Turismo; e casas de balcão, típicas de arquitectura beirã, para além das outras casas de arquitectura popular, algumas delas em estado de degradação e abandono." (Coutinho, 2013)
Mapa do Pontos de interesse do Património da Aldeia Histórica de Marialva3
Pontos de interesse do Património da Aldeia Histórica de Marialva3
- Porta de Santa Maria
- Porta do Monte
- Porta do Anjo da Guarda
- Postigo ou Porta da Traição
- Capela de Sta. Bárbara ou da Curvaceira
- Torre de Menagem
- Igreja de Santiago
- Capela do Senhor dos Passos
- Pelourinho
- Antiga Câmara Municipal
- Antiga Cadeia e Casa dos Magistrados
- Casa da Judia
- Capela de Srª de Lourdes
- Cisterna
- Posto de Turismo
- Cruzeiro
- Drama
- Antiga Tulha
- Casa do Leão
- Igreja de S. Pedro
- Solar dos Marqueses de Marialva
- Fonte de Mergulho
- Casas de Balcão
- Casas com Colunas
- Capela da Senhora Guia
- Capela de Nª Srª dos Remédios
Rua da Corredoura, uma das mais importantes do Arrabalde
A Rua da Corredora, uma das mais importantes do Arrabalde tendo sido alvo de recuperação das fachadas e coberturas. "Rua da Corredora se evidencia como principal eixo estruturador, como se um Cardus romano se tratasse. Este eixo nasce a Norte, vindo da estrada que liga a Mêda, prolongando-se para Sul, na direcção da entrada do Castelo, e tem várias ruas a intersectá-lo, tais como a Rua do Tanque ou a Rua da Pocinha." (Coutinho, 2013)
Outros Pontos de Interesse de Marialva1
- Convento de São Francisco do séc. XV
- Naumaquia (época romana). Grande Tanque de água para regas ou lavagem de minérios. Há ainda a montante do reservatório um resto da complexa canalização, do tipo telhão romano.
Património natural de Marialva
"À saída de Marialva deparamo-nos com uma zona agrícola com grande densidade de aves, entre as quais se salientam a Escrevedeira-de-garganta-preta, o Estorninho-preto e a Poupa que, mantendo-se aqui no inverno, comprova o carácter mediterrâneo desta área. Já mais perto do rio podemos ainda encontrar exemplares de zimbros, de Zelha e de Cornalheira, tão característicos dos ambientes durienses.
Nas encostas do Côa, a paisagem caracteriza-se por ser um vale encaixado entre fragas de granito. No rio ocorrem espécies como a Rã-verde, o Tritão-marmorado, a Cobra-de-água-viperina e a Lontra, mas voando acima de nó encontramos a Andorinha-das-rochas e a Andorinha-dáurica, enquanto ouvimos no meios dos giestas o cantar das felosa e das toutinegras."4
Pontos de interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
Descrição dos Pontos de Interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
"A entrada na cerca amuralhada pode fazer-se pela Porta do Anjo da Guarda ou de S. Miguel [Mapa 3], onde se observam as antigas medidas lineares - o côvado e a vara - para utilização na feira, a Porta do Monte [2], a Porta de Santa Maria [1], ou ainda, por uma pequena ogiva, o Postiguinho ou Porta da Traição [4] situado perto da Capela de Santa Bárbara ou da Curvaceira [5].
Dentro das muralhas, na antiga vila, destacam-se para além da Torre de Menagem [15], a Igreja Matriz de Santiago [7], refeita sobre a fundação românica no séc. XVI/XVII, com portal manuelino, que foi abadia do padroado real, e conserva uma cruz processional de bronze, do séc. XV, bem com retábulo do altar-mor de talha dourada joanina e dos altares colaterais maneiristas.
A Capela do Senhor dos Passos [8], seiscentista, apresenta púlpito exterior, torre sineira com acesso exterior e um adro lateral, que permite uma melhor integração do imovel neste aprazível local. No seu interior notar o tecto de caixotões pintados e o retábulo.
No Largo do Pelourinho vêem-se as ruínas da Casa da Câmara [11] e da Casa dos Magistrados [12] onde funcionava também o antigo Tribunal e Cadeia. O Pelourinho [10] é do séc. XVI: a coluna octogonal que assenta em quatro degraus é rematada por uma cúpula piramidal, do tipo gaiola. A existência da cisterna [9] e do poço [17], permitia o abastecimento de água, mesmo no caso de cerco ao Castelo.
Com a supressão do concelho de Marialva em 24 de Outubro de 1855, este núcleo entrou em decadência e a sua desocupação levou à ruína das casas da Vila."1
Mapa dos Pontos de Interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
Legenda do Mapa dos Pontos de Interesse na Cidadela - Aldeia Histórica de Marialva
- Porta de Santa Maria;
- Porta do Monte;
- Porta do Anjo da Guarda;
- Postiguinho ou Porta da Traição;
- Capela de Nª Srª de Lourdes / S. João Baptista;
- Castelo;
- Igreja Matriz de Santiago;
- Capela do Senhor dos Passos;
- Cisterna;
- Pelourinho;
- Antiga Câmara Municipal de Marialva;
- Antiga Cadeia e Casa dos Magistrados;
- Casa da Judia;
- Paiol;
- Torre de Menagem;
- Passos da Via Sacra - Cidadela;
- Torre da Relação;
- Torre do Monte ou dos Namorados;
- Torre do Relógio;
- Campanário da antiga Igreja de S. João
1 - Porta de Santa Maria
"Em finais do século XIII, D. Dinis mandou fazer importantes obras de restauro e modificações nas muralhas do castelo e fortificação da vila, transformando Marialva numa imponente praça forte. Deste período, e de outras intervenções posteriores, resultaram as diferentes portas de acesso e torres que foram adossadas ao pano de muralha."2
2 - Porta do Monte
"Em finais do século XIII, D. Dinis mandou fazer importantes obras de restauro e modificações nas muralhas do castelo e fortificação da vila, transformando Marialva numa imponente praça forte. Deste período, e de outras intervenções posteriores, resultaram as diferentes portas de acesso e torres que foram adossadas ao pano de muralha."2
3 - Porta do Anjo da Guarda
"A Porta do Anjo da Guarda ou Porta de São Miguel, a Noroeste, a principal entrada na cidadela, apresenta arco quebrado, abóbada de berço quebrada e, esculpidas na ombreira, três medidas-padrão (utilizadas desde que, em 1286, D. Dinis instituiu em Marialva uma das muitas feiras criadas no seu reinado) e também um nicho com o Anjo da Guarda."2
4 - Postiguinho ou Porta da Traição
"Em finais do século XIII, D. Dinis mandou fazer importantes obras de restauro e modificações nas muralhas do castelo e fortificação da vila, transformando Marialva numa imponente praça forte. Deste período, e de outras intervenções posteriores, resultaram as diferentes portas de acesso e torres que foram adossadas ao pano de muralha."2
5 - Capela de Nª Srª de Lourdes / S. João Baptista
"Enquadrada por entre vestígios do antigo Convento dos Templários. No exterior da muralha, junto à Porta do Anjo da Guarda, esta capela foi edificada provavelmente no séc. XVII e recebeu, um século depois, a introdução de elementos decorativos de talha dourada e policromada. A colocação posterior de uma nova cobertura interior esconde as traves e as tábuas existentes pintadas com motivos vegetalistas. Entre a capela e a muralha, encontram-se algumas sepulturas escavadas na rocha."2
6 - Castelo
"Singular estrutura militar medieval portuguesa, situada na linha de fronteira anterior ao Tratado de Alcanices (1297), manteve a sua fisionomia praticamente intacta. O castelo dominante, no alto de um íngreme penhasco e com a configuração oval das muralhas que circundam a vila, é o monumento mais importante do conjunto urbano, tutelando, ainda hoje a paisagem."3
"A história do castelo parece remontar ao séc. XI, altura em que o local foi conquistado por D. Fernando, O Magno, na Conquista das Beiras. Posteriormente, foi reconstruído por D. Sancho I, acabando por sofrer novos assaltos muçulmanos. Daí as importantes obras empreendidas por D. Dinis em 1295. É reconhecida a sua posição geoestratégica no contexto da reconquista cristã e, posteriormente, na consolidação da autonomia nacional face a castela."2
7 - Igreja Matriz de Santiago
"Possui duas inscrições românicas, do séc. XII. Uma corresponde à parte final de uma inscrição num silhar embutido na face externa da fachada Norte da nave. Próximo, outro silhar, possui uma cruz da sagração incerta em círculo. Teve uma profunda reforma no início do séc. XVI, tendo-lhe sido implantado na frontaria o portal manuelino orientado a Poente, encimado por janela de coro redonda. O portal lateral, com moldura canelada, apresenta a data 1585 inscrita no fecho do arco.
Os três portais possuem arcos de volta perfeita. No interior o pavimento é em lajes graníticas. O púlpito, também em granito, bem trabalhado e com a inscrição ARGVEA OBSECRA INCREPA, referente a uma lição de São Paulo ao seu discípulo Timóteo. Os dois altares colaterais são maneiristas. Um arco abatido faz a passagem da nave para a capela-mor. O retábulo em talha sem pintura, estilo barroco joanino, é profusamente decorado por anjos, figuras exóticas, motivos vegetalistas e concheados. Apresenta uma imagem de Santiago no retábulo do altar-mor. Ainda na capela-mor duas imagens, quase em tamanho natural, de S. Francisco de Assis e de Santo António, provenientes do Convento de São Francisco dos Vilares."2
8 - Capela do Senhor dos Passos
"Situada em frente à Igreja Matriz, esta capela de estilo maneirista, tem no exterior um púlpito de onde se fazia a pregação durante as cerimónias da Quinta e Sexta-Feira de Páscoa. Construída provavelmente no séc. XVII, assiste no século seguinte à colocação dos elementos decorativos de talha dourada e policromada. Possui teto com 36 caixotões pintados com figuração hagiográfica e um retábulo em talha do estilo joanino. Esta capela foi também palco de organização social de beneficência gerida pela Irmandade do Senhor dos Passos, que durante três séculos acolheu os doentes no seu hospital, cuidou dos órfãos e das viúvas, e intercedeu pelas almas dos que já tinham partido. A Capela está a ser alvo de obras de restauro apoiadas no âmbito das Aldeias Históricas de Portugal."2
9 - Cisterna
"Localizado no Largo do Pelourinho garantia a recolha de água para abastecimento da Cidadela."2 "Este Poço Cisterna está situado na Cidadela, que atualmente está em ruínas. Feito em tijolo forrado em argamassa, remonta ao século XVI."6
10 - Pelourinho
"Marialva conserva ainda a maior parte dos testemunhos da sua passada autonomia administrativa, nomeadamente o Castelo e Paço (em ruínas), a Alcáçova, a antiga Casa da Câmara, da cadeia e do tribunal, e o pelourinho, levantado diante destas. Trata-se de um monumento de construção quinhentista, mais precisamente dos anos imediatos ao foral manuelino. O pelourinho assenta numa plataforma de quatro degraus octogonais, de aresta. É constituído por coluna de base quadrada, ligeiramente chanfrada nos ângulos superiores, fuste oitavado e de faces lisas, que se eleva a cerca de 4 metros de altura, e gaiola de planta oitavada.
Não existe capitel, mas apenas uma moldura octogonal pouco saliente, ao modo de ábaco. A gaiola é constituída por dois chapéus piramidais, de oito faces lisas, o inferior invertido, e o superior sustentado por ferros cravados em todas as arestas, para além de um colunelo central. A cúpula é rematada por um pequeno botão. Na base do monumento, num dos degraus, está inserida a data de 1559, ano provável da sua construção. Igualmente localizado no Largo da Praça este monumento foi classificado de Interesse Público em 1933."2
11 - Antiga Câmara Municipal de Marialva
"Representativo da tipologia arquitetónica utilizada na construção dos paços municipais, este edifício situa-se no Largo da Praça, testemunhando a autonomia administrativa e judicial que o concelho de Marialva possuía no séc. XVI e XVII. Apresenta planta retangular irregular e dois pavimentos, com dois compartimentos interiores cada. Na fachada principal surge o corpo da sineta e uma escada de acesso ao segundo piso. Possui ainda um escudo com as Armas de Portugal. Com hipotética data de construção no séc. XVII, este imóvel funcionou nos séc. XIX e XX como escola primária."2
12 - Antiga Cadeia e Casa dos Magistrados
Início dos trabalhos de recuperação na Cidadela, vista para as construções devolutas, entre as quais, a Casa da Câmara, Tribunal e Cadeia, e o Pelourinho, 1996. Foto (Coutinho, 2013)
13 - Casa da Judia
"As características medievais do edifício, associadas ao motivo cruciforme gravado na ombreira, por vezes visto como marca de conversão de um judeu ao cristianismo, contribuíram para que esta ruína de antiga habitação ficasse conhecida como "Casa da Judia". Embora esteja documentada a presença de judeus em Marialva na Idade Média, e posteriormente de convertidos, é difícil identificar os seus locais de habitação e eventuais oficinas ou lojas."2
14 - Paiol
"No interior do recinto amuralhado, hoje desabitado, encontram-se as antigas Câmara Municipal e Casa dos Magistrados, e ainda o pelourinho. Perto fica a torre de menagem, rodeada por uma pequena cerca. Junto à torre, uma fenda vertical escavada na rocha foi outrora o paiol do castelo. Nas imediações, a Igreja de Santiago apresenta numa porta lateral a data de 1585. O pórtico é manuelino, a capela-mor tem o tecto em caixotão e a talha do altar-mor é de madeira trabalhada."5
15 - Torre de Menagem
A Torre de Menagem, que não é acessível ao público, domina toda a estrutura defensiva e a povoação, apresenta planta em formato trapezoidal, remontando ao século XIII, sendo coroada por ameias.
"Destaca-se o antigo Castelo, com a Torre de Menagem, aparecendo numa posição dominante sobre a paisagem, tratando-se de um dos principais símbolos de poder da aldeia. " (Coutinho, 2013)
16 - Passos da Via Sacra - Cidadela
"Os Passos, em cantaria, encostados ao edifício, foram consolidados nas fendas mais acentuadas . Toda a rua está pautada por estes objectos de culto, ligados às cerimónias da Semana Santa e à Paixão de Cristo, fazendo parte do percurso da procissão dos “Passos”." (Coutinho, 2013)
17 - Poço
"Num espaço de poucos metros, Marialva possui dois poços cisternas, sendo este poço situado extra-muros da Cidadela, possivelmente numa indicação do aumento da população extra muralhas."6
18 - Torre da Relação
Foto: Torre do Relógio e Torre da Relação ou Torre dos Namorados
"O conjunto é composto por uma cintura muralhada irregular, praticamente intacta, que se adapta a desníveis acentuados e que apresenta 4 Portas: a Porta do Anjo da Guarda ou S. Miguel, a Norte; a Porta do Monte, a Nascente; a Porta de Santa Maria, a Oeste e o “Postiguinho”, a Sul. Fazem parte ainda 3 Torres: a Torre do Relógio, a Torre da Relação e a Torre dos Namorados e, no lado exterior Norte da muralha ainda é visível a Torre sineira da antiga Igreja de S. João." (Coutinho, 2013)
19 - Torre do Monte ou dos Namorados
"Torre do Monte ou dos Namorados, situada a Norte, de planta quadrada, com o coroamento e o cunhal S. desmoronado, conservando algumas ameias pentagonais."7
20 - Torre do Relógio
"Em finais do século XIII, D. Dinis mandou fazer importantes obras de restauro e modificações nas muralhas do castelo e fortificação da vila, transformando Marialva numa imponente praça forte. Deste período, e de outras intervenções posteriores, resultaram as diferentes portas de acesso e torres que foram adossadas ao pano de muralha."2
21 - Campanário da antiga Igreja de S. João
"Da antiga igreja de S. João, matriz da paróquia medieval do mesmo nome, conhecem-se referências documentais à sua existência desde, pelo menos, o século XIII.
A extinção da paróquia e consequentemente da referida igreja, fez com que os vestígios materiais atualmente existentes se resumam ao campanário que terá integrado a referida igreja, atualmente integrado no pano de muralha, e um pequeno conjunto de sepulturas escavadas na rocha que assinalam o local do cemitério medieval."2
Pontos de interesse na Aldeia Histórica de Marialva – Arrabalde
Posto de Acolhimento e Turismo e Casa dos Judeus
"Como remate do percurso Norte-Sul feito na Rua da Corredoura, encontramos um largo denominado do Cruzeiro, nome ganho devido a um Cruzeiro do século XVIII que nele foi construído. Em frente deste, foi instalado o Posto de Acolhimento e Turismo sobre ruínas de duas casas de judeus." (Coutinho, 2013)
"Esta habitação, cujo estilo é comprovadamente Judeu, atesta a sua passagem por esta aldeia. As janelas do rés-do-chão, outrora portas de entrada, davam acesso à loja comercial e ao primeiro andar. A janela do primeiro andar possui uma cruz de cristãos-novos. Duas das janelas, uma no primeiro andar e outra no rés-do-chão desta habitação, estão exemplarmente decoradas, indício do poder económico dos seus proprietários."2
"Os judeus, povo genericamente voltado para as actividades comerciais e artesanais, começaram a fixar-se em toda a zona da Beira no final do séc. XIII, com o surgimento das feiras. No séc. XIV com as perseguições em Espanha, mais judeus se juntaram nesta zona interior e pacata. No século seguinte, os Reis Católicos determinaram a sua expulsão de Castela, levando a que se refugiassem por exemplo nesta zona. Este facto ajudou ao crescimento de indústrias artesanais e do comércio, fixando-se em núcleos habitacionais chamados Judiarias. Remontando a este mesmo século, Marialva sofreu uma recuperação demográfica, sobretudo pela vinda de inúmeras famílias de judeus." (Coutinho, 2013)
Capela de Santa Bárbara
"Pequeno templo de, sóbrio e de arquitetura simples, apresenta uma planta quadrada, ostentando um portal com arco de volta perfeita. A drenagem da cobertura encontra-se abaixo da linha da cornija, utilizando gárgulas de canhão para escoamento. Para além da sua função cultural, hoje, de uso reduzido, é também um admirável miradouro sobre a Devesa (a parte baixa da povoação) e para a paisagem envolvente a Sul."2
Capela de Nª Srª da Guia
"Arquitectura religiosa, de planta longitudinal e espaço único, com tecto interior plano, de madeira, iluminada pelos postigos da fachada principal. Construção maneirista, onde se empregam linhas retas, tanto nas empenas como nas molduras dos portais. Trata-se de um pequeno e modesto templo, cujo interior é desprovido de grande decoração em contraste com a maioria das construções de cariz religioso de Marialva e da região."2
Casa do Leão
Foto: Casa do Leão Turismo Local
"Edifício quinhentista de dois pisos com balcão a que se acede por escadaria adossada à fachada e protegida por guarda em pedra, sobre a qual foi esculpida uma figura zoomórfica. Na parede exterior da guarda da escadaria também existem pequenas figuras esculpidas."2
Cruzeiro
"A história do castelo parece remontar ao séc. XI, altura em que o local foi conquistado por D. Fernando, O Magno, na Conquista das Beiras. Posteriormente, foi reconstruído por D. Sancho I, acabando por sofrer novos assaltos muçulmanos. Daí as importantes obras empreendidas por D. Dinis em 1295. É reconhecida a sua posição geoestratégica no contexto da reconquista cristã e, posteriormente, na consolidação da autonomia nacional face a castela."2
Fonte do Mergulho
"Fonte de mergulho protegida por uma cobertura em abóboda de berço, a que se acede passando um arco de volta perfeita e descendo alguns degraus."2
Fonte Manuelina
"Pequena fonte no arrabalde de Marialva, na Rua da Corredoura, encimada por pedra já degastada pela erosão, mas onde ainda se pode identificar a esfera armilar, elemento decorativo tipicamente usado nas construções do século XVI, no reinado de D. Manuel I."2
Igreja de S. Pedro
"Em 1515 a Ordem de Cristo criou a Comenda de São Pedro de Marialva, datando possivelmente desta época a reedificação do templo. No século XVII o templo foi ampliado, construindo-se o corpo alpendrado e a sacristia, onde foi gravada a data de 1659. A igreja de São Pedro segue uma tipologia muito comum na zona da raia beirã, referida nas Visitações da Ordem de Cristo do início do século XVI, generalizada num modelo de nave única, coberto por teto de madeira, um arco na cabeceira e capela-mor simples, com as paredes interiores muitas vezes decoradas com pinturas a fresco, e três entradas no templo, uma principal e duas laterais, possuindo ainda um campanário com dupla sineira. No seu interior a Igreja de São Pedro é profusamente decorada, distinguindo-se campanhas de épocas distintas.
Do conjunto de pinturas murais, a fresco e a seco, que decora as paredes da nave, destaca-se um fresco "de excecional qualidade", representando o Martírio de São Sebastião, inserido numa moldura inspirada em motivos mudéjares e rematada por um friso de motivos lombardos. Para além deste fresco, foram executadas em épocas posteriores algumas composições a seco, representando os Apóstolos e modelos arquitetónicos em trompe l'oeil .
A cobertura da nave foi renovada no século XVIII, sendo então colocado um teto de caixotões de madeira, cujas molduras são pintadas com figurações de santos da Igreja, de autor desconhecido. Os retábulos de talha dos altares da nave e da capela-mor, edificados cerca de 1735, são "obras características do barroco nacional", sendo a sua execução atribuída a Manuel Machado. No século XIX as paredes da nave do templo foram alteadas para que pudesse ser edificado o coro-alto, o que implicou que a fachada principal fosse totalmente apeada e posteriormente reconstruída, embora esta obra não tivesse alterado o modelo maneirista."2
"Este templo, que ainda apresenta vestígios da traça românica, foi alvo de remodelações em várias épocas, está provavelmente “assente sobre um outro templo, coevo das sepulturas que constituem a extensa necrópole do adro" (Coutinho, 2013)
Solar do Marquês
"Edifício do séc. XVII de dois pisos e planta retangular, com acesso a balcão por escadaria pela fachada lateral. Não obstante a sua dimensão e ostentar a pedra de arma no centro da fachada principal, apresenta uma sobriedade quase desprovida de decoração."2
Tulha
"Também conhecido como celeiro, trata-se de uma antiga capela que foi utilizada para armazenamento de géneros agrícolas. Possui características que a aproximam arquitetonicamente de outros edifícios aqui existentes, datados dos Século XVII e XVIII. Mais tarde, provavelmente já durante o Século XX, foi convertida em casa de habitação."2
Passos da Via Sacra - Arrabalde
"Os Passos, em cantaria, encostados ao edifício, foram consolidados nas fendas mais acentuadas. Toda a rua está pautada por estes objectos de culto, ligados às cerimónias da Semana Santa e à Paixão de Cristo, fazendo parte do percurso da procissão dos “Passos”." (Coutinho, 2013)
Percursos pedestres
GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal
"A Rota das Aldeias Históricas propõe um percurso pelas aldeias que representam um testemunho vivo da nossa história colectiva. As aldeias que designamos aqui como históricas são aldeias que, principalmente através do património edificado, são testemunhos vivos, que nos permitem perceber como se foi vivendo na Beira Serra em séculos passados. Não que as outras aldeias à beira da Serra da Estrela sejam menos históricas, mas nestas, pela sua cultura e estado de conservação patrimonial, sente-se com mais intensidade a força que o conhecimento do passado pode ter no nosso futuro." (Lousada, M. A. 2008)
"A GR22 na modalidade pedestre sofreu algumas alterações pontuais de traçado pelo que, caso estejam interessados em percorrer toda a sua extensão deverão seguir o track disponível para download nesta página.
Sempre que se aventurar na GR22, aconselhamos a utilização de GPS. A GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal que liga as 12 Aldeias Históricas de Portugal por etapas, num percurso circular de cerca de 600 quilómetros, possui o selo Leading Quality Trails – Best of Europe, atribuído pela European Ramblers Association, uma certificação que destaca os melhores destinos de caminhada na Europa, através de critérios como a sustentabilidade, o nível de experiência proporcionando ao utilizador, a qualidade do seu traçado, e a sua riqueza cultural e natural.
Encontra-se igualmente homologada como Grande Travessia de BTT pela Federação Portuguesa de Ciclismo. A par da monumentalidade cultural, na GR22 também percorrerá alguns dos mais belos parques naturais e de Portugal, classificadas como Património Mundial da UNESCO: o Parque Natural do Douro Internacional e Parque Arqueológico do Vale do Côa, o Parque Natural do Tejo Internacional e o Parque Natural da Serra da Estrela. Desfrute ainda das praias fluviais, da tranquilidade e torne-se um conquistador de experiências inusitadas."8
PR1 MED - Percurso da Aldeia Histórica de Marialva
Descrição do percurso: "Percurso circular fácil que permite percorrer os locais mais emblemáticos de Marialva e conhecer um pouco da sua história. O percurso desenvolve-se na sua maioria por trilhos e veredas que fazem com que a sua experiência ao caminhar neste território se torne única. Esta viagem ao passado permite que visite locais como o Castelo de Marialva onde pode ver a Torre e Porta do Monte, e ainda passar em locais como Cabeça da Corte, capela da Srª da Guia, entre outros. As vistas são magníficas e cada curva que faz tem perspectivas diferentes sobre Marialva e a área envolvente."2
Locais de passagem: Devesa de Marialva; torre do monte; porta do monte; castelo de Marialva; capela da Sra. da Guia; fonte da corredoura; igreja de S. Pedro.
Ficha Técnica: 3.8 km, 1h15m, Fácil, circular, desnivel acumulado 130m, altitude máxima/mínima 600/485m;
Início do percurso: Devesa de Marialva, no sopé do Monte de Marialva;
Pontos de Interesse: 1 - Devesa de Marialva; 2 - Torre do Monte; 3 - Porta do Monte; 4 - Castelo de Marialva; 5 - Capela da Sra. da Guia; 6 - Fonte da Corredoura; 7 - Igreja de S. Pedro;
Descarregue aqui e faço o download do folheto do percurso.
PR2 MED - Percurso Ao encontro dos Castelos de Mêda, Longroiva e Marialva
Descrição do percurso: "Percurso circular que percorre três localidades: Mêda, Longroiva e Marialva. Este é um percurso que percorre alguns dos trilhos e veredas mais bonitas da região de forma harmoniosa com a natureza, permitindo a visita de um território com inúmera História. Passando por entre montes, vales e aldeias a paisagem do percurso vai sendo variada e diversificada, onde vai ver zonas de cultivo e vinhas. Este percurso conta ainda com uma variante que permite encurtar o percurso, permitindo desta forma realizar o Loop Norte que passa em Mêda e Longroiva ou o Loop Sul que passa em Marialva."8
Locais de passagem: Mêda, Longroiva e Marialva;
Ficha Técnica: 24,2 km: 6h40m, difícil, circular, desnível 830m, altitude máxima/mínima 715m/315m;
Pontos de interesse: 1 - Quinta do Vale da Aldeia; 2 - Fonte da Concelha; 3 - Termas de Longroiva; 4 - Castelo de Longroiva; 5 - Vale de Moinhos; 6 - Quinta do Talhas; 7 - Ribeira da Centieira; 8 - Torre do Monte; 9 - Porta do Monte; 10 - Castelo de Marialva; 11 - Igreja de São Pedro; 12 - Fonte da Corredoura; 13 - Capela da Sra. da Guia; 14 - Vereda
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Informações úteis para visitar a Aldeia Histórica de Marialva
Sugestão para a visita à Aldeia Histórica de Marialva
Para fazer esta visita, nós sugerimos se estiver em boa forma física, que deixe o automóvel na Devesa, no sopé do Monte de Marialva, junto à Capela de Nª Srª dos Remédios. Percorra a distância a caminhar para apreciar a paisagem e ver as muralhas da cidade surgirem graciosamente. Pode fazer o PR1 de Marialva que começa na Devesa e seguir as marcações oficiais.
Bilhetes para entrada no Castelo
Os bilhetes para entrar no Castelo são adquiridos no Posto de Turismo ali ao lado, tendo os seguintes preços em 2023:
- Normal: 1,50 €;
- Jovens entre os 15 e os 25 anos: 0,75 €;
- Reformados: 0,75 €;
- Professores: 0,75 €;
- Cartão-jovem: 0,65 €;
Onde Comer na Aldeia Histórica de Marialva
- Café Teixeira
- O Nicho - Loja de Produtos Regionais, Rua da Corredoura, 6430-081 Marialva - Telefone: 914 261 617
- Pé de Cabra Mercearia Moderna – Rua da Portela, 6430-081 Marialva - Telefone: 967 158 901
Onde dormir na Aldeia Histórica de Marialva
- Casas do Côro – Turismo de Aldeia, Largo do Coro, 6430-081 - Marialva - Telefone: 917 552 020
- Quinta Calcaterra – Agroturismo, Estrada nacional 324, 6430-081 Mêda - Telefone: 279 858 051
- Casa das Freiras – Rua da Corredoura, 6430-081 Marialva - Telefone: 279 859 112
- Casa do Leão – Rua da Corredoura, 6430-081 Marialva - Telefone: 933 769 000
- Quinta do Nobre – Rua do Nobre, 6430-081 Marialva - Telefone: 917 775 522
Contactos úteis da Aldeia Histórica de Marialva
- SOS Emergência: 112 / SOS Floresta - Telefone: 117
- Informação Anti-Venenos - Telefone: 800 250 250
- GNR - Posto de Mêda - Telefone: 279 880 100
- Bombeiros Voluntários de Mêda - Telefone: 279 882 115
- Posto de Turismo de Marialva - Telefone: 279 859 288
- Junta de Freguesia de Marialva: - Telefone: 279 859 164
- Câmara Municipal de Mêda - Telefone: 279 880 040
- Fórum - Telefone: 279 858 039
Download do folheto da Aldeia Histórica de Marialva
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Dissertação de Mestrado de Arquitetura - Marialva da Ruína à Aldeia Histórica
Para os nossos leitores que queiram saber mais sobre este assunto, sugerimos que leiam a Dissertação de Mestrado de Arquitetura - Marialva da Ruína à Aldeia Histórica, do autor Carlos André Ribeiro Coutinho, de 2013. Neste trabalho académico para obtenção do Grau de Mestre em Arquitetura, o autor fez uma extensa pesquisa sobre esta aldeia, em termos históricos e processo que levou à recuperação das ruínas. Um dos aspetos mais importante deste trabalho é analisar as transformações positivas desta antiga vila e como era antes desta intensa e bem conseguida recuperação e restauração da traça medieval. Caso use o seu trabalho não se esqueça de o referenciar, no nosso caso utilizamos a norma APA.
Download da Dissertação de Mestrado de Arquitetura - Marialva da Ruína à Aldeia Histórica
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão devidamente referenciadas.
1 - Placa informativa colocada na Aldeia Histórica de Marialva
2 - aldeiashistoricasdeportugal.com
3 - Panfleto de Marialva obtido no site aldeiashistoricasdeportugal.com
4 - Placa informativa colocada na Aldeia Histórica de Marialva, sobre a GR22, Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal
5 - lifecooler.com/artigo/atividades/marialva-aldeia-histrica
6 - visitarportugal.pt/guarda/meda/marialva/poco-cisterna-extra-muros
7 - monumentos.gov.pt
8 - cm-meda.pt/percursos-pedestres/
Referências bibliográficas
10 - Coutinho, C. A. R. DA RUÍNA À ALDEIA HISTÓRICA
11 - Gregório, M. J., Brito Henriques, E., & Sarmento, J. (2014). Ruínas, tecnologia e atores na construção da rede das Aldeias Históricas de Portugal. A Jangada de Pedra: Geografias-Ibero-Afro-Americanas: actas do XIV Colóquio Ibérico de Geografia, 1126-1131.
12 - Lousada, M. A. (2008). Antigas vilas, aldeias velhas, novas aldeias. A paradoxal identidade das Aldeias Históricas de Portugal. Turismo, Inovação e Desenvolvimento. Actas do I Seminário Turismo e Planeamento do Território, 143-174.