Fomos conhecer a Serra de São Macário, onde meditou o ermita, penitenciando-se pelos pecados e vida boémia que viveu, enclausurado em serrados e impenetráveis penedos, longe da vista humana. No fundo do vale o povo erigiu com xisto a Aldeia da Pena, com vista para a Livraria da Pena, onde se pode ler na curiosa geologia e restos fossilizados da passagem de trilobites a história do ordovício há 480 milhões de anos. O percurso pedestre, PR 4 - Rota da Cabra e do Lobo, de São Pedro do Sul começa nesta Aldeia de Portugal, caminha por paisagens que a elevação humana não abarca, passando pelas igualmente formosas aldeias de Covas do Monte e Covas do Rio. É esta odisseia pelo passado que lhes vamos contar neste artigo, onde vimos cabras e até um lobo fugidio.
O município de Vale de Cambra alberga no seu reino três belas aldeias, que embrenhadas nas serras poderá conquistar, Trebilhadouro, Felgueira e Lomba. As duas primeiras ostentam a marca de qualidade “Aldeias de Portugal”, mas todas estão inseridas nas “Montanhas Mágicas”. Estas terras partilham a ruralidade, autenticidade, tradições, natureza, ribeiros e serras. Neste artigo vamos caminhar por este concelho, visitar estas aldeias e perceber algumas das razões que levam ao seu declínio e desertificação. Estudamos também que medidas foram implementadas para as revitalizar sem as descaracterizar.
A aldeia de Ul em Oliveira de Azeméis, integra o projeto “Aldeias de Portugal”, ficando enclausurada num município com grande pujança industrial e que vai mantendo a sua ruralidade, mas resistindo com dificuldades ao progresso desmesurado. No vale por onde passam os Rios Ul e Antuã, ainda subsiste uma pequena mancha de florestal autóctone, rodeado por indústria. Nós vamos visitando o Parque Temático Molinológico, ao longo do tempo, provando o seu afamado Pão de UL e regueifa doce, passeando nas margens do Rio Ul, que continua poluído e a lançar cheiros pestilentos. Neste artigo vamos conhecer a sua história, pontos de interesse, património natural e arquitetónico, um vídeo da confeção do seu pão e uma associação de defesa destes valores.
No nosso projeto por vezes andamos na ria, outras nos mares, mas adoramos as montanhas. Por montes e vales, podemos pousar o olhar nas silhuetas curvilíneas e sensuais das paisagens serranas. O som é diferente e as pessoas talvez porque vivam mais isoladas, são mais calorosas. É por isto que Arouca nos atrai, mesmo depois dos incêndios terem delapidado parte da sua riqueza. Mas nem tudo se perdeu, o melhor ainda lá está, as suas gentes, costumes, campos e animais.