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Concelhos

O projeto “Ondas da Serra” pretende através de conteúdos originais promover a identidade regional e turismo dos concelhos de Espinho, Ovar, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca e duma forma mais geral os restantes municípios do distrito de Aveiro, Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Castelo de Paiva, Estarreja, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga e Vagos.

No nosso projeto colocaremos sempre as pessoas em lugar de destaque e sempre que seja possível nas nossas andanças pelas ondas do mar e da serra falaremos com os pescadores, agricultores, pastores e simples trabalhadores como a nossa equipa. Nesta nossa “nobre” missão respeitaremos sempre o espaço destas gentes e dos seus locais.

Não somos mais um “site”, somos um órgão de comunicação social que vai às raízes profundas das terras longínquas do nosso distrito e da génese do nosso povo para resgatar as suas historias antes que se percam nas brumas do tempo.

As praias fluviais de Arouca atraem no verão de forma crescente muitos banhistas a este concelho que procuram uma alternativa às marítimas congestionadas da costa litoral. Estes sossegados locais paradisíacos, com grande riqueza natural, fauna e flora, com águas puras, cristalinas e temperadas, estão localizados nas Montanhas Mágicas e Geopark de Arouca, rodeadas por vezes de importantes sítios geológicos. Estas praias oferecem locais para nadar e poços para mergulhar de fragas que fazem as delícias da juventude, por vezes com demasiado arrojo e pouca ponderação. A seleção que neste artigo vamos apresentar são de praias localizadas nos rios Paiva e Paivô, na sua maioria junto de aldeias de xisto, onde algumas apresentam o título de Aldeias de Portugal. Se visitar estes locais respeite as pessoas da terra, natureza, não faça lixo nem barulho em demasia, nem danifique a natureza, plantas, animais e insetos.

A Praia Fluvial de Ponte de Telhe, fica localizada na aldeia de Ponte de Telhe, freguesia de Moldes, do concelho de Arouca. A mesma destaca-se por ser uma das poucas do Rio Paivô, ou Covelo, como é também conhecido. A sua nascente fica localizada a pouca distância na Serra da Arada e por isso as suas águas são límpidas e cristalinas. A praia nasce junto a uma açude e estende-se para montante, com uma rica galeria ripícola a acompanhar as suas margens, falésias graníticas e sinfonia natural. As suas águas temperadas de verão, oferecem locais para as pessoas se refrescarem, nadarem e os mais temerários saltarem dos penhascos e até de árvores. A mesma fica um pouco escondida sendo por isso pouco conhecida e procurada, não tem infraestruturas de apoio e vigilância permanente, mas a sua beleza compensa as suas fraquezas.

A Ecovia do Arda, situada em Arouca, com início no coração da vila, é um percurso ribeirinho junto ao rio que lhe inspirou o nome. Os seus 11 quilómetros passeiam pelo interior profundo de seis freguesias, onde se desenrola a vida agrícola, num ambiente bucólico e profundamente rural, com a lida do campo, criação de animais ou o desenrolar diário da vida do seu povo. O visitante ao caminhar ou pedalar pelo seu percurso é surpreendido pela riqueza do seu património natural e arquitetónico, com a profusão de fauna, flora e antigos monumentos. Pelo caminho foram construídos parques de merendas, descanso, atividades radicais e recuperação de moinhos. O percurso foi bem desenhado com construção eficiente do corredor ecológico, passadiços e estruturas metálicas, algumas com 70 metros e passagens vertiginosas sob antigas pontes. O mesmo está bem sinalizado a nível da orientação, sinalização e informação. Em suma, se for conhecer este passeio irá ter uma surpresa agradável e passar um dia tranquilo e sair com forças revigoradas.

A Estrada do Portal do Inferno é uma estreita via sinuosa, com perto de 18 km, a cerca de 1000 metros de altitude que percorre uma crista altaneira da Serra da Arada, caracterizada pelas suas falésias abruptas e precipícios infinitos, que metem medo ao olhar e fazem temer os incautos. O seu percurso em pleno coração do Maciço da Gralheira, começa perto da Capela de São Macário em São Pedro do Sul e termina na aldeia de Ponte de Telhe em Arouca, nos distritos de Viseu e Aveiro. A sua beleza é enaltecida na primavera quando a serra se pinta de tons verdes, amarelos, laranjas e lilases da carqueja, urze e giestas e que perfumam o ambiente e inebriam os sentidos. No seu percurso passa pelo geossítio do Portal do Inferno da Garra, com uma visão panorâmica de arrepiar sobre o vale por onde corre o Rio Paivô e Aldeia de Portugal de Covas do Monte. Os pontos de interesse são variados, desde as aldeias típicas de montanha em xisto, mariolas dos pastores, gado bovino e caprino que pasta livremente, fauna e flora. A mesma é muito popular entre os ciclistas e motociclistas, embora alguns corajosos condutores de automóvel também se aventurem pelos seus domínios.

A Cascata das Aguieiras fica localizada na freguesia de Alvarenga, concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Esta queda de água é o geossítio de interesse com a identificação G35 do Arouca Geopark. Esta maravilha geológica destaca-se pelos sucessivos desníveis por onde a água, proveniente da ribeira com o mesmo nome, se precipita e que no conjunto totalizam cerca de 160 metros. A torrente em queda é descarregada na Garganta do Rio Paiva, onde este curso de água adquire um carácter violento e feroz para vencer as encostas estreitas. A sua importância é reforçada pela forma como pode ser observada pelo miradouro integrado nos Passadiços do Paiva ou Ponte Suspensa 516 Arouca. 

As Sete Capelas dos Passos, ficam localizadas no centro de Ovar, tendo sido construídas no século XVIII, com o objetivo de recriar a Via Sacra de Jesus Cristo, para expiar os pecados dos homens, pelas ruas de Jerusalém, desde o Pretório de Pilatos até ao Calvário. Estes templos possuem uma forte carga simbólica, emocional e religiosa, pelas cenas da paixão de Cristo e Santos Bíblicos representados. Os artistas recriaram estes quadros com frescos e centenas de esculturas que parecem imbuídas de vida, transparecendo dor, emoção, justiça e vingança. No passado estas procissões da quaresma eram feitas com capelas de lona portáteis e santos de palha, tendo sido substituídas por estes templos que foram erigidos com o dinheiro de um curioso imposto da venda de vinho. Neste trabalho fizemos uma exaustiva pesquisa para dar a conhecer a sua localização, história, aspetos técnicos, simbologia, representação, descrição e curiosidades. Em cada uma das capelas fizemos também uma recolha fotográfica de forma a os visitantes saberem de antemão quem são as figuras bíblicas representadas e frescos pintados. Este património está classificado como de interesse público, mas tem problemas de conservação, restauro e projeção que vamos enumerar. Nós tivemos o privilégio de rever e redescobrir estas capelas participando num evento organizado pelo município vareiro, através duma visita guiada e encenada denominada “Passo a Passo”, tendo por cicerone, "Zé dos Pregos", interpretado pelo artista Leandro Ribeiro, da Sol d'Alma - Associação de Teatro de Válega. 

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