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Museu do Papel conta histórias em Terras de Santa Maria Museu do Papel - Paços de Brandão
sábado, 26 novembro 2016 16:27

Museu do Papel conta histórias em Terras de Santa Maria

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O seu espírito cosmopolita e a notável capacidade de adaptação conferem-lhe uma longevidade sem precedentes. Ao fim de mais de 1500 anos após a sua invenção seria de esperar que o papel já não ocupasse um papel relevante no mundo. A sua morte foi anunciada mas não passou de um sussurro sem efeito. O papel continua a fazer parte da nossa vida e as suas histórias escrevem-se todos os dias num espaço especial: o Museu do Papel, em Paços de Brandão - Santa Maria da Feira.

Museu do papel em Paços de Brandão

Museu do papel em Paços de Brandão

As memórias papeleiras flutuam a cada exposição de um Museu que honra e homenageia a importância que, desde 1708, a indústria do papel teve no concelho de Santa Maria da Feira. Os visitantes são incentivados a envolver-se nos processos de fabrico e aprendizagem dos gestos rotineiros de um artesão do papel, tantas vezes ali repetidos.

A celebrar 16 anos de fundação, o Museu do Papel relembra o selo intangível que esta indústria carimbou num dos concelhos de maior herança cultural do Norte de Portugal: Santa Maria da Feira. Assumindo-se como um polo industrial em atividade, tem como característica principal uma coexistência de espaços museográficos, permitindo leituras simultâneas sobre espaços exposítivos manufatureiros e industriais da História do Papel.

A preservação da história do papel no Museu do papel

Museu do papel em Paços de Brandão  - Expande Web

Integrado na Divisão de Património Cultural da Câmara de Santa Maria da Feira, este organismo público compromete-se preservar memórias da História do Papel, potenciando os valores históricos, culturais, sociais e económicos de uma região papeleira com mais de 300 anos de atividade, numa reinterpretação constante entre o passado e o presente.

História do Museu do Papel

Museu do papel em Paços de Brandão - Pintora Ana Maria

O Museu integra duas antigas fábricas de papel, do início do século XIX: a Antiga Fábrica de Papel de Custódio Pais e a antiga Fábrica de Papel dos Azevedos. Conhecida na região como Fábrica de Custódio Pais, a sua história iniciou-se em 26 de Outubro de 1822, data da escritura de sociedade que deu origem a um pequeno engenho de papel. Foi a única sociedade papeleira das Terras de Santa Maria nos séculos XVIII e XIX que teve uma mulher como sócia fundadora. Chamava-se Lourença Pinto e era natural de Paços de Brandão.

As inovações técnicas levaram a que as velhas construções de pedra e saibro dessem lugar a um novo espaço fabril, com novas áreas de secagem e nova área de produção, albergando esta uma pequena máquina contínua de forma redonda, em madeira. Da produção manual de papel folha a folha a indústria passou para o fabrico em contínuo. No ano de 1992 seria comprada pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com o propósito de a converter em Museu.

O único Museu do Papel tem morada em Paços de Brandão, concelho de Santa Maria da Feria, foi distinguido com uma menção honrosa na categoria Melhor Museu Português dos prémios de museologia da Associação Portuguesa de Museus no triénio 2003-04-05 e o prémio Melhor Serviço de Extensão Cultura, em 2006.

Cinco anos depois, seria considerado o melhor museu português, pela Associação Portuguesa de Museologia.

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Autor

Ricardo Grilo

Histórias capazes de entrar em contacto com as emoções de quem as lê justificam a minha paixão pelo jornalismo. Natural de Santa Maria da Feira, acredito no potencial de um concelho em ensaios para escrever a sua autobiografia. Aos 24 anos, e enquanto colaborar do ‘Ondas da Serra’, procuro a beleza em escrever sobre uma terra tão especial.

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