Rota de Manhouce pelo Maciço da Gralheira e aldeias rurais Aldeia de Bondança, percurso pedestres PR1 - Rota de Manhouce Ondas da Serra

Rota de Manhouce pelo Maciço da Gralheira e aldeias rurais

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O PR1 - Rota de Manhouce, começa nesta freguesia do concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu. Este percurso pedestre é caracterizado por circular pelo Maciço da Gralheira, com grande beleza paisagística, riqueza natural e arquitetónica. Neste percurso destacamos as bonitas e rurais aldeias de montanha, com muito casario em xisto, Manhouce, Gestosinho, Bondança, Salgueiro, Malfeitoso e Lageal. Outros motivos de interesse valorizam esta aventura, a ribeira de Manhouce, calçada e ponte romana e Poço da Silha no rio Teixeira. Por entre a bruma matinal poderá deparar-se com gado a ruminar da raça arouquesa. Conforme a época do ano, poderá encontrar os seus habitantes nos seus afazeres agrícolas. As cantigas e cantos de Manhouce deram fama a esta recôndita terra do interior, que as eternizou na pedraria das suas construções.  

Pode ler esta reportagem na totalidade ou clicar no título abaixo inserido para um assunto específico:

  1. Descrição do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce
  2. Destaques naturais e arquitetónicos do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce
  3. Cantigas de Manhouce
  4. Código de conduta e contactos de telefone úteis
  5. Galeria de fotos do PR1 - Rota de Manhouce
  6. Vídeo do PR1 - Rota de Manhouce

Descrição do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce

Aldeias em xisto - PR1 - Rota de Manhouce

O percurso parte de Manhouce rumo às paisagens de altitude do Maciço da Gralheira, a noroeste. Segue pela EM612 até se escutar o enérgico som da água. A montante da ponte rodoviária observa-se a Ponte Romana da antiga Via Cale, a jusante, a magnífica garganta da ribeira de Manhouce, com um antigo moinho e sua levada. Adiante, descobre a ribeira da Vessa, na qual se encontra o Poço da Silha, e a sua frondosa galeria ripícola.

À medida que vai subindo, os carvalhos vão desaparecendo e dando lugar aos pinheiros até, eventualmente, um enorme caos de blocos graníticos assumir as responsabilidades paisagísticas, criando panoramas verdadeiramente inspiradores e, nos dias frios, cortantes. Nesta zona de altitude é comum aparecerem as ágeis vacas arouquesas. Estamos na zona do lobo ibérico e de aves rapinas, onde sempre há algum animal atento aos acontecimentos.

O percurso parte agora à descoberta das várias aldeias de altitude do Maciço da Gralheira, com as suas arquiteturas vernaculares em granito e os cenográficos socalcos agrícolas. A água escorre um pouco por toda a parte, pelos caminhos e pelas encostas. 

O acesso a Manhouce pela Serra da Freita

Vaca da raça Arouquesa - Manhouce

A nossa equipa foi para este local, subindo a Serra da Freita, passando perto da aldeia de Albergaria da Serra e da Castanheira, terra das pedras parideiras. Adoramos este caminho pelas suas imensas vistas, num planalto semeado de doridos penedos e com o fundo oceânico invadindo o azul celeste.

Leia também: Viagem à Pré-História e fragrâncias da Serra da Freita

Localização do PR1 - Rota de Manhouce

  • Ponte de partida/chegada: Escola Primária de Manhouce - Manhouce - São Pedro do Sul - Viseu
  • GPS: 40°49'24.35"N; 8°12'50.78"W;  

Início do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce

Igreja de Manhouce

O percurso começa junto à escola primária e segue depois em direção à capela, neste local aproveite para subir à torre e ver os sinos que marcam a vida dos povos, construídos em 1951, por E. M. Costa – Rio Tinto - Porto. Depois siga as marcações que estão bem implantadas, para conhecer as aldeias e ver pastores apascentar as suas ovelhas e cabras. Não se assuste se der de caras com o gado de raça arouquesa, que por aqui se alimenta livremente. Há locais onde têm cancelas que delimitam as áreas de pastagem e que tem indicação que devem ser mantidas fechadas.

A meio da manhã os céus ofereceram-nos uma cacimba persistente, que não desdenhamos e deu-nos uma nova forma de caminhar e fotografar, só tivemos que vestir os impermeáveis.  

Ficha técnica do PR1 - Rota de Manhouce1

  • Ponte de partida/chegada: Escola Primária de Manhouce;
  • GPS: 40°49'24.35"N; 8°12'50.78"W; 
  • Distância: 14,3 Km;
  • Tipo de percurso: Circular;
  • Duração: 4h45;
  • Grau de dificuldade: média/moderada;
  • Nível de dificuldade: O grau de dificuldade é representado segundo 4 itens diferentes, sendo cada um deles avaliado numa escala de 1 a 5 (do mais fácil ao mais difícil);
    • Nível de dificuldade: Moderado;
    • Adversidade do meio: 2;
    • Orientação: 3;
    • Tipo de piso: 3;
    • Esforço físico: 3;
  • Acumulado: 641 metros;
  • Época aconselhada: O percurso pode ser efetuado em qualquer época do ano, tendo os seus utilizadores que tomar algumas precauções face às elevadas temperaturas que se podem fazer sentir durante o verão. Durante os períodos de maior precipitação recomenda-se algum cuidado com as águas escorrênciais, na travessia de troços alagadiços e nas passagens sobre cursos de água.
  • Aldeias do percurso: Manhouce, Gestosinho, Bondança, Salgueiro, Malfeitoso e Lageal;

Mapa do PR1 - Rota de Manhouce 

Mapa do PR1 - Rota de Manhouce

Créditos do mapa: Panfleto elaborado pelo Município de São Pedro do Sul

Pontos de interesse do PR1 - Rota de Manhouce

Poderá localizar os pontes de interesse abaixo referidos consultando o mapa acima inserido.

  1. Ponte Romana de Manhouce;
  2. Ribeira de Manhouce;
  3. Poço da Silha;
  4. Ribeira da Vessa;
  5. Parque de merendas de Alagoa;
  6. Aldeia de Gestosinho;
  7. Ponte medieval sobre a Ribeira da Bondança;
  8. Aldeia de Bondança;
  9. Aldeia de Salgueiro;
  10. Ribeiro Muro;
  11. Aldeia de Malfeitoso;
  12. Aldeia de Lageal;
  13. Igreja Matriz de Manhouce;
  14. Aldeia de Manhouce;

História de Manhouce | Pelo coração do Maciço da Gralheira1

É no extremo ocidental do concelho de São Pedro do Sul que se encontram as terras altas de Manhouce, em pleno Maciço da Gralheira. Nesta região montanhosa, com um passado muito antigo, encontram-se vestígios arqueológicos que atestam povoamentos do Neolítico, da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e do período Romano. Já o topónimo Manhouce, parece advir do termo manho (terra inculta, baldio) ou de uma variação de amanhouce (terra amanhada).

As aldeias do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce

Milho a secar ao sol em Manhouce, percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce

Por este caminho irá passar pelas aldeias de Manhouce, Gestosinho, Bondança, Salgueiro, Malfeitoso, Lageal e de novo Manhouce. Estes são típicos lugarejos onde o tempo chega atrasado e as pessoas olham com desconfiança para os forasteiros, quando as encontramos nas demandas de criação de gado, amanhar a terra nos socalcos das veredas montanhosas, a puxar a água das levadas ou afazeres agrícolas ou domésticos. Não se vê crianças nem a juventude da terra, os seus pais foram embora para ganhar a vida e regressam para matar saudades com os seus carros com matrículas francesas, suíças ou luxemburguesas.

Cultivo em socalcos no Maciço da Gralheira1

Cultivo em socalcos

O cultivo em socalcos é uma técnica ancestral agrícola, também designada de cultivo em terraços, empregue em terrenos de elevada inclinação. Utilizada pelos habitantes das aldeias do Maciço da Gralheira, proporciona hoje paisagens agrícolas únicas, autênticos exemplos da capacidade de adaptação do ser humano aos mais desfavoráveis meios. Os socalcos eram construídos através do parcelamento de rampas niveladas. Primeiro escavavam-se os solos, depois deslocava-se as terras e, finalmente, estabeleciam-se os aterros ou taludes onde então se cultivava.

Destaques naturais e arquitetónicos do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce

Destaques do percurso pedestre PR1 - Rota de Manhouce

Neste percurso destacamos as aldeias, a ribeira de Manhouce, calçada romana, o Rio Teixeira, Ponte Romana e o Poço da Silha. Embora não faça parte deste percurso, no verão não deixe de visitar na aldeia da Sernadinha ali perto, o Poço Negro, uma das cascatas e lagos mais bonitas de Portugal e que rivalizam com as do Gêres, onde já passamos um maravilhoso dia de verão e fizemos uma reportagem. 

Leia também: Poço Negro | Uma cascata de águas cristalinas

Ponte Romana de Manhouce1

Ponte Romana de Manhouce

A Ponte de Manhouce, construída pelos romanos entre os séc. II a.C. e o séc. I d.C., integrava a Via Cale, a Estrada imperial que ligava Emérita Augusta (Mérida) a Bracara (Braga), com passagem por Viseu. Uma via que adiante na História ficaria aqui conhecida como estrada dos almocreves, os itinerantes comerciantes que da Idade Média ao séc. XX ligaram gentes, culturas e territórios com as suas histórias e mercadorias.

Em termos arquitetónico é uma ponte de arco simples de volta inteira, que assenta diretamente no alicerce da rocha emergente do rio.

Fauna e Flora do PR1 - Rota de Manhouce1

As florestas são, no vale do Teixeira, exuberantes. Nelas podemos encontrar as raras borboletas tigrada-das-florestas e apatura-pequena, os chapins, o dom-fafe, o pica-pau-malhado-grande e o azevinho.

Junto à linha de água são frequentes o lagarto-de-água e a salamandra-lusitânica e, nas turfeiras de montanha, o narciso-das-turfeiras marca presença.

Entre os mamíferos, destacam-se os morcegos cavernícolas encontrados nas Minas das Chãs (morcego-de-ferradura-grande, morcego-de-peluche), a toupeira-de-água e o lobo-ibérico, espécies de conservação prioritária para a Europa.

Mapa com os destaques da fauna e flora do PR1 - Rota de Manhouce

Mapa com os destaques da fauna e flora do PR1 - Rota de Manhouce

Créditos do mapa: Município de São Pedro do Sul

Rota da água e da Pedra | Montanhas Mágicas | Poços de Manhouce1

Os poços de Manhouce localizam-se no troço mais alto do rio Teixeira, onde abundam as quedas de água e os poços ou piscinas naturais. O Poço Negro no rio Teixeira, os poços da Cilha e da Barreira na ribeira da Vessa, e o poço da Gola na ribeira de Manhouce, são alguns dos mais conhecidos e frequentados, e todos eles foram esculpidos na rocha dura pela força das águas. Muitos destes poços são precedidos de cascatas, o que os torna pequenos pedaços de paraíso que surpreendem pela sua beleza e enquadramento.

Rio Teixeira nasce em Manhouce1

O rio Teixeira, considerado um dos mais bem conservados rios da Europa, é também um dos mais belos rios de montanha, com vales apertados, e uma paisagem escarpada, deslumbrante, que combina harmoniosamente os tons verdes da vegetação com os tons ocre da rocha polida da erosão.

"Apesar da sua pequena extensão, com pouco mais de 13 km, o Rio Teixeira era até muito recentemente considerado um dos rios mais bem conservados da Europa. Este afluente do Rio Vouga nasce em Manhouce, São Pedro do Sul, e desde que encontra a Ribeira de Agualva, perto de Carregal (ainda em São Pedro do Sul), demarca a fronteira entre os distritos de Viseu e Aveiro até à sua foz.

Atualmente, o troço final do rio, já no concelho de Sever do Vouga, é influenciado pela recente Barragem de Couto de Esteves (a jusante no Rio Vouga). A presença da Barragem aumentou o nível da água, criando um largo espelho de água onde outrora estava a sua foz, tendo originado, no entanto, um local com potencial para desportos e atividades aquáticas."2

Poço da Silha - Poços de Manhouce

Poço da Silha - Manhouce

Créditos da foto: José Domingos, youtube.com/@puranatureza

"Poço Negro faz parte de um conjunto de poços ou piscinas naturais designado por “Poços de Manhouce”, que se localizam no troço mais alto do rio Teixeira, afluente do Vouga, em S. Pedro do Sul. O Poço Negro, perto de Sernadinha, e os poços da Cilha, da Gola e da Barreira mais próximos do núcleo rural de Manhouce, são alguns dos mais conhecidos e frequentados, e todos eles foram esculpidos na rocha dura pela força das águas. Muitos destes poços são precedidos de cascatas, o que os torna pequenos pedaços de paraíso que surpreendem pela sua beleza e enquadramento."4

Montanhas mágicas: Linha F – Freita1

Cantigas de Manhouce

Cantares de Manhouce

As cantigas de Manhouce | Uma ponte entre o passado e o presente1

As cantigas de Manhouce são uma das peças que formam o rico e diversificado mosaico de cantares do território português, amplamente investigado e partilhado por etnógrafos e folcloristas tão célebres quanto Armando Leça, Artur Santos, Michel Giacometti ou Fernando Lopes-Graça.

Saiu das ruas de Manhouce para todo o País aquando do célebre concurso, “A aldeia mais portuguesa de Portugal”, de 1938, lançado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, numa tentativa de reunir e nacionalizar algumas das muitas portugalidades de Portugal. Manhouce não saiu vencedor, mas o seu canto ficou na memória.

Desde 2020 decorre um processo de candidatura desta expressão musical a Património Cultural Imaterial da Humanidade, apoiado pela Universidade de Aveiro e, claro, pelos seus atuais intervenientes: o grupo As Vozes de Manhouce; o Grupo Etnográfico de Cantares e Trajes de Manhouce; o Rancho Folclórico de Manhouce; e figuras chave como Isabel Silvestre e Mestre Silva, entre outros.

Cantigas de Manhouce - Um canto a polifónico três vozes1

Quando o jazz era considerado uma forma de expressão musical inferior, Ígor Stravinsky, um dos mais determinantes compositores da modernidade chocou o mundo ao afirmar aos quatro ventos que o estilo era imensamente mais complexo que a música erudita europeia da época. O mesmo se pode pensar em relação às cantigas ou modas de Manhouce.

Nascidas de uma sociedade agrária tradicional, que lutava pela sobrevivência e habitava longe dos deleites musicais das metrópoles, revelam-se de uma complexidade difícil de entender para os não acostumados às partituras musicais.

Canto polifónico a três vozes, dividia-se em: voz de baixo (a que canta a melodia mais grave); raso (a que se sobrepõe fazendo intervalos de terceiras paralelas com a voz mais grave); e riba (a que faz intervalos de quintas paralelas com a voz de baixo).

As cantigas de Manhouce1

O repertório destas cantigas é estrófico e as vozes entram na música sucessivamente, em patamares, pausando sempre na penúltima sílaba do último verso com uma prolongada suspensão, às vezes pontuada com apupos.

Ó minha Pombinha Branca

Ó minha pombinha branc´á á!
Olh´ó caçador na serr´á, á!
C´uma espingardinha dóiro, á,á!
Onde dá ponto não err´á, á!

Ó minha pombinha branc´á á!
Onde queres quéu te lev´á?
Levam´á Serra da Estrel´á, á…
Quero ver cair a nev´á, á.

Ó minha pombinha branc´á á!
Onde vais fazer o ninho´á, á?
Vou á Serra da Ouress´á, á.
Ao mas alto pinheirinho´á, á. 

Código de conduta e contactos de telefone úteis

Código de conduta1 - 3

  • Siga o trilho traçado;
  • Respeite a propriedade privada (feche portões e cancelas);
  • Leve mapa ou dispositivo GPS com traçado do percurso a realizar;
  • Leve companhia; Informe alguém sobre a realização do percurso;
  • Tenha presente as condições meteorológicas e avisos da Proteção Civil;
  • Em percursos longos, planifique-o. Reúna previamente a informação disponível e necessária e certifique-se que termina a caminhada antes do anoitecer;
  • Não faça fogo;
  • Seja cortês com os habitantes locais e respeite os seus costumes e tradições;
  • Não perturbe o gado e não danifique as culturas agrícolas.
    Respeite a natureza, não recolha e/ou perturbe animais e plantas ou danifique formações geológicas;
  • Se encontrar um animal selvagem ferido ou debilitado, procure reencaminha-lo para um centro de recuperação de fauna selvagem;
  • Não deixe lixo ou vestígios da sua passagem;
  • Leve sempre água, mantimentos, protetor solar, roupa e calçado adequados e estojo básico de primeiros socorros;
  • Em algumas situações terá que transpor estradas asfaltadas, faça-o com atenção;
  • Circule pelos trilhos sinalizados e respeite a sinalização existente.

Contactos de telefone úteis

Centro de Saúde: Telefones: 232 720 180232 720 183
GNR: Telefone: 232 720 060
Bombeiros: Telefones: 232 720 110 / 232 720 118
Posto de Turismo: Telefones: 232 711 320 / 232 720 140

Galeria de fotos do PR1 - Rota de Manhouce

 

Vídeo do PR1 - Rota de Manhouce

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Créditos e Fontes pesquisadas 

Texto: Ondas da Serra, com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.

Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão referenciadas

1 - Câmara Municipal de São Pedro do Sul
2 - granderota.riadeaveiro.pt/pois/rio-teixeira/
3 - visitlafoes.pt/rota-de-manhouce/
4 - gr.montanhasmagicas.pt/natural_resource/poco-negro-manhouce/

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Autor

Ondas da Serra

Ondas da Serra® é uma marca registada e um Órgão de Comunicação Social periódico inscrito na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, com um jornal online. O nosso projeto visa através da publicação das nossas reportagens exclusivas e originais promover a divulgação e defesa do património natural, arquitetónico, pessoas, animais e tradições do distrito de Aveiro e de outras regiões de Portugal. Recorreremos à justiça para defendermos os nossos direitos de autor se detetarmos a utilização do nosso material, texto e fotos sem consentimento e de forma ilegal.     

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