Ao descermos a Barca d'Alva, pelas arribas do Douro, o nosso olhar não sabe onde se fixar, tantas são as belezas que Deus plantou no lugar. O vale por onde serpenteia o rio está coberto de socalcos vinhateiros que aqui fazem fronteira com Espanha. A sua beleza parece estar amaldiçoada, já foi próspera vila mandada arrasar no séc. XIII, por D. Sancho II, a despeito das suas terras tomadas pelo inimigo de Leão. Sobreviveu a aldeia, que conheceu algum progresso com a chegada no séc XIX, da linha férrea do Douro, que abriu as portas da Europa. No entanto a desdita persegue esta dama, porque já no séc XX, ditos representantes do povo a mandaram encerrar. Homens das artes aqui encontraram reflexão e escreveram romances inspirados pela sua rusticidade. Quem vê esta senhora não consegue atinar a má sorte que a persegue e reza para um dia a felicidade abarcar. Gostaríamos que um dia o comboio voltasse pelas suas encostas a apitar e se emendasse a mão do mau agravo permitido.