A Serra de Montemuro partilha a sua localização pelos concelhos de Arouca, Cinfães, Resende, Castro Daire e Lamego, o primeiro do distrito de Aveiro e os restantes de Viseu. Estas montanhas estão situadas entre as regiões do Douro Litoral e da Beira Alta, estando enclausurada a norte pelo rio Douro, e a sul pelo rio Paiva, onde confina com a cidade de Lamego. A altitude média é de 838 metros, sendo o seu ponto mais alto denominado por Talegre ou Talefe, a 1.382 metros de altitude. Esta serra é conhecida pelo seu granito azulado, relevo agreste e encostas acentuadas. A sua área é habitada até cerca dos 1.100 metros de altitude, encontrando-se as suas aldeias rurais bem preservadas, espalhadas por toda a serra, mas quase sempre perto de cursos de água, como o rio Bestança ou Cabrum que a divide na direção Sul-Norte. A nível histórico a mesma tem vestígios arqueológicos que remontam à pré-história, destacando-se as ruínas das Portas de Montemuro, cujo castro posteriormente terá sido reutilizado pelos romanos. Mais tarde, as suas muralhas foram aproveitadas durante a reconquista por D. Afonso Henriques. Existe uma lenda que diz que alguns dos terrenos circundantes a estas muralhas terão pertencido a Egas Moniz, que criou este monarca. A serra faz parte da Rede Natura 2000, por possuir uma grande riqueza a nível da fauna e flora, onde se destaca o Vale das Bestança. No passado recente ainda se praticava a transumância do gado, embora ainda hoje em algumas aldeias se faça a criação comunitária de gado bovino e caprino.
Ondas da Serra regressou ao local onde nasceu, percorrendo o PR1 - Caminhos de Montemuro em Alvarenga. Não nos cansamos de trilhar os seus caminhos, respirar os seus ares e escutar os seus silêncios, por vezes distraídos pelos chocalhos das vacas, cabras e ovelhas que já vão rareando. No sopé destas montanhas brotou a Aldeia de Noninha, muito bonita, rural, com um vale por onde corre um ribeiro que nos prende o olhar, com caminhos milenares e gentes calorosas que nos fazem regressar.