A história vareira de Ovar está profundamente enredada na pesca artesanal, onde grossos mares reclamaram tantas vidas. As suas varinas saindo de canastra à cabeça, vergadas pelo jugo do peso, caminhando descalças muitas léguas sem fraquejar ou reclamar, apregoavam com rouca marítima voz, “Sardinha do nosso mar”, pelos cantos recônditos do nosso distrito e arredores, levando o seu vozeirão até à longínqua Régua. As companhas de pesca às centenas, pescando cegamente com Arte Xávega, foram morrendo e hoje neste concelho são menos que os dedos da mão. Um destes dias ainda com noite fechada, arremetemos pelo formoso mar, navegando com os pescadores da “Companha Jovem”, a única sobrevivente da praia do Furadouro. É esta história que vamos contar, as vivências destes robustos pescadores, com as suas glórias e angústias, últimos representantes duma arte tradicional que merecia mais atenção, para não deixar morrer a nossa memória, porque nem tudo são cantigas ou distribuição anárquica de subsídios.
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O Carnaval de Ovar 2018 arranca já no próximo dia 20 de janeiro, prolongando-se até 13 de fevereiro, uma vez mais com uma programação diferenciadora, arrojada, e para vários públicos.
Ondas da Serra esteve no dia de Reis, 6 de janeiro, no café Ideal, com muitas décadas e tradições em Ovar para escutar as troupes convidadas.
Cumprindo a secular tradição, os Reis estão de novo nas ruas de Ovar para desejar a todos um Bom Ano de 2018 com toadas harmoniosas. Depois das ruas, praças, estabelecimentos comerciais e espaços públicos, o Cantar os Reis culminará com o tradicional Encontro de Troupes de Reis de Adultos e Troupes de Reis Infantis, nos dias 06 e 07 de janeiro, pelas 20h30 e 15 horas, respetivamente, no Centro de Arte de Ovar.
No próximo sábado, dia 30 de dezembro, esta Trupe atuará em várias casa e estabelecimentos comerciais entre as 17 e as 22.30 horas.
O fim de cada ano coincide sempre uma das maiores tradições existentes em Ovar, o Cantar os Reis. O que distingue este "Cantar os Reis" é o facto das Troupes terem surgido de forma espontânea, imbuídas de um saudável amadorismo, integrando indivíduos de diferentes níveis sociais, económicos e intelectuais, exigindo no entanto um mínimo de qualidade interpretativa e melodiosa.
Nesta quadra Natalícia, num sítio improvável, nasceu em palhinhas deitado, o menino Jesus, filho de Virgem Maria, num Presépio de Natal artesanal, construído por José Maria Costa, vareiro e filho do saudoso “Costinha”. Este homem cumpre uma tradição familiar com seis décadas, montando um presépio com 30 figuras, que ganham vida através de mecanismos elétricos. Durante a noite, as luzes dão vida magica ao conto de Natal e alegram os miúdos e graúdos que o vão visitar.