Entrevista a Ilídio Fernandes de Tebilhão - Arouca
Ilídio Fernandes, conta já com 70 anos, nasceu e fez-se homem nesta aldeia Tebilhão, mas as fracas oportunidades levaram-no como outros a emigrar para a França durante a maior parte da sua vida, onde fez um pouco de tudo, mas regressou quando se reformou em 2007. Nunca casou e mantêm-se solteiro, tem seis irmãs espalhadas por Portugal e estrangeiro. Aqui nestes locais isolados é quase obrigatório ter como ele, uma boa relação com os vizinhos para se ajudarem e protegerem mutuamente.
Em relação aos azulejos disse que enfeitou a casa porque gosta e explicou-nos o seu significado; O azulejo com a inscrição “Casa do Sapateiro”, foi colocado porque foi o avô que a construiu, não soube dizer donde veio esse apelido já que ele apenas foi pedreiro. Outro painel tem o nome do local “Praça do Reboleiro” e duas são da Nazaré, colocadas apenas para embeleza. Um painel com um rebanho de ovelhas remete para o facto dele antes de ir para França, ter sido pastor e andar pelos montes apascentar os animais. A fachada tem também motivos religiosos, como não podia deixar de ser, a Nª Srª dos Emigrantes, por motivos óbvios.
Uma vida de emigrante em França
Para passar o tempo vai por vezes à França e caminha pelas serras em redor. Sobre a sua terra disse “Cada vez mais estão a desaparecer as pessoas, há 30 anos que não nasce cá uma criança, aqui já teve 25 raparigas solteiras, agora estão todas para o estrangeiro”. No local só vivem cerca de vinte pessoas, “De setenta anos sou eu e outro, cinco homens e quatro mulheres com menos de sessenta, o resto tem oitenta e noventa anos”.
Na sua aldeia realiza-se no dia 12 de agosto a festa de Santa Barbara, alguns emigrantes vêem de propósito para os festejos da sua padroeira. Ele é muito religioso por isso tem um azulejo com a Nª Srª de Fátima na chaminé.
Mostrou-nos um candeeiro que usava quando era novo para regar o milho, naquele tempo ainda não havia eletricidade, em 1965 quando foi para a França ainda não tinha sido colocada.
O outro candeeiro preto que nos mostrou servia para alumiar as minas de onde se retirava estanho em Rio de Frades e Chãs, onde também trabalhou o seu pai.
Deixamos este homem acabar o seu almoço de massa, batatas e frango e continuamos a caminhar para ali próximo junto a uma fonte encontrarmos três mulheres em alegre cavaqueira. A mais velha disse não estar vestida para a ocasião e foi-se rapidamente embora. As que ficaram foram a Fátima Teixeira, com 65 anos e Avelina Teixeira, com 66 anos.
Já no regresso e ao sair da aldeia deparamos com a idosa Albertina Aires, 84 anos, a transportar a Sagrada Família, que segundo apuramos fica dois ou três dias em cada casa.
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Ilídio Fernandes | Candeia para minas
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