Agência Funerária Celina Soares & Emília Fernandes Lda
"As agências funerárias não servem só para ganhar dinheiro, como muitos pensam! Aqui, nesta casa, trabalhamos muito para servirmos, de uma forma digna, as pessoas que nos batem à porta. Nós não somos cangalheiros! Somos agentes funerários, pessoas que têm sentimentos, porque também somos humanos. Custa-nos muito ver alguém sofrer", disse Celina Soares ao ONDAS DA SERRA, explicando que a Agência Funerária Celina Soares & Emília Fernandes Lda, é "uma empresa de cariz familiar", sendo, como o próprio nome indica, o resultado da fusão das agências Soares e Fernandes, ambas com tradição em Ovar no ramo dos funerais. Na empresa trabalham cinco mulheres: Emília Davim, Natália Fonseca, Cristina Duarte, Isabel Duarte e Celina Soares [na foto de capa, da esquerda para a direita].
A fusão das duas agências funerárias
"A agência Soares foi fundada pelos meus pais, Álvaro Rodrigues Soares e Joaquina Ribeiro dos Santos Soares. Tem mais de cem anos, porque quando eu nasci já havia urnas aqui nesta casa. A agência não tinha nome, mas era conhecida por funerária do padre-cura, ou pela Joaquininha do padre-cura. Foi o padre José Ribeiro de Araújo – um dos fundadores do jornal João Semana – que criou a minha mãe, que me criou a mim e aos meus irmãos. Nós éramos quatro, morreram dois, e eu e o meu irmão Zeca Soares, tomámos conta da negócio. O nosso pai pediu-nos para não passarmos a agência e para nunca retirarmos o nome Soares da agência, e o nome continua lá", adiantou Celina Soares, acrescentando: "Como a Emília também tinha uma agência funerária, juntámo-nos, e trabalhamos em conjunto, há 15 anos, ajudando as famílias a prestarem a última homenagem aos seus entes queridos. É essa a nossa missão."
Até à data, segundo adiantou Emília Davim, o negócio está a correr bem, "porque, entre nós, não há falsidades. O que se tem a dizer, diz-se. Quando gostamos, gostamos, quando não gostamos, tentamos corrigir o que está mal."
Como acontece em todos os negócios, nem sempre tudo é um mar de rosas: "Mas Graças a Deus, conseguimos sempre ultrapassar esses obstáculos, porque trabalhamos em equipa", disse Natália Fonseca, filha de Emília Davim.
"Casa que não é ralhada, não é bem governada", lembrou Celina Soares, "e nós ralhamos quando é preciso, porque as famílias que nos procuram gostam de ver as coisas bem feitas e nós também temos brio em apresentar as coisas bem".
"E não temos horário. As pessoas telefonam para casa e dizem para irmos a correr, e nós deixamos tudo o que estamos a fazer para trás, seja a que hora for", disse Emília Davim [na foto].
"Foi uma bomba, cá em Ovar, na altura em que as nossa agências se juntaram. Havia pessoas que eram capazes de apostar como nós não nos íamos dar bem", lembrou Isabel Duarte. "O Estado, na época, começou a achar que as agências funerárias deviam ter o mínimo de comodidade, quatro pessoas a trabalhar, um carro fúnebre, e colocou-nos contra a parede. Para as duas agências não fecharem as portas, a minha sogra Celina perguntou à Emília se não queria juntar as agências numa só. Passado algum tempo, a Emília aceitou juntar-se a nós. Como já tínhamos este escritório, comprámos um carro fúnebre. A aquisição da viatura foi benéfica para nós, porque deixámos de pagar tanto dinheiro ao fornecedor".
Lidar com os mortos, segundo estas mulheres, não é nada fácil, por mais experiência que tenham: "As pessoas não sabem o que é a gente passa com a preparação do corpo. Vestir um morto custa sempre, psicologicamente e fisicamente. Uma pessoa para trabalhar numa agência funerária tem de ter muita coragem. Temos formação para isso, mas tratar de todos os preparativos para o funeral é um trabalho que requer empenho e dedicação", disse Celina Soares.
"Temos de ter pulso forte para resolvermos os problemas que vão surgindo"
"Umas pessoas são sérias no momento de pagarem, outras nem por isso. É a minha neta Cristina que faz a faturação da agência funerária, tarefa que não tem sido brincadeira nenhuma, porque a Segurança Social dá muito trabalho, nos processos que enviamos para lá não pode faltar nada", adiantou Celina Soares.
"Lidamos, por vezes, com situações muito complicadas. Algumas famílias não se decidem, porque uns querem fazer de uma maneira, outros de outra. Temos tantas histórias que dá para escrever um livro... É preciso ter muita paciência para levar isto para a frente, e nós temos de ter pulso forte para resolvermos os problemas que vão surgindo", disse Cristina Duarte.
"No final dos funerais, as pessoas costumam agradecer os nossos serviços. Até chegam a ficar surpreendidas com o preço que levamos. Este é um negócio lucrativo, mas nós nunca explorámos as pessoas, os nossos clientes", assegurou Celina Soares [na foto].
"A Casa Mortuária é uma necessidade para as pessoas de Ovar"
"Como nós fazemos funerais de todas as crenças religiosas, a tão desejada Casa Mortuária é uma necessidade para as pessoas de Ovar. Quando chove, como algumas pessoas não querem entrar nas capelas da Senhora da Graça e do Calvário, não têm o conforto que deviam ter... E é tão simples fazer um edifício assim, porque tem de ter apenas umas salas amplas. E terrenos existem para fazer essa obra, como o da Paróquia de Ovar, perto do cemitério, onde as pessoas estacionam os carros", sugeriu Isabel Duarte.
Contactos da Agência Funerária Celina Soares & Emília Fernandes Lda
Rua Visconde Ovar, 49 - 3880-272 Ovar - Telefones: 256572455 e 256572419 - Telemóveis: 919417717 e 914103063 - Enviar e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. - Podem acompanhar a atividade da agência, em https://www.facebook.com/funerariacelinaeemilia