Museu do papel em Paços de Brandão

As memórias papeleiras flutuam a cada exposição de um Museu que honra e homenageia a importância que, desde 1708, a indústria do papel teve no concelho de Santa Maria da Feira. Os visitantes são incentivados a envolver-se nos processos de fabrico e aprendizagem dos gestos rotineiros de um artesão do papel, tantas vezes ali repetidos.
A celebrar 16 anos de fundação, o Museu do Papel relembra o selo intangível que esta indústria carimbou num dos concelhos de maior herança cultural do Norte de Portugal: Santa Maria da Feira. Assumindo-se como um polo industrial em atividade, tem como característica principal uma coexistência de espaços museográficos, permitindo leituras simultâneas sobre espaços exposítivos manufatureiros e industriais da História do Papel.
A preservação da história do papel no Museu do papel

Integrado na Divisão de Património Cultural da Câmara de Santa Maria da Feira, este organismo público compromete-se preservar memórias da História do Papel, potenciando os valores históricos, culturais, sociais e económicos de uma região papeleira com mais de 300 anos de atividade, numa reinterpretação constante entre o passado e o presente.
História do Museu do Papel

O Museu integra duas antigas fábricas de papel, do início do século XIX: a Antiga Fábrica de Papel de Custódio Pais e a antiga Fábrica de Papel dos Azevedos. Conhecida na região como Fábrica de Custódio Pais, a sua história iniciou-se em 26 de Outubro de 1822, data da escritura de sociedade que deu origem a um pequeno engenho de papel. Foi a única sociedade papeleira das Terras de Santa Maria nos séculos XVIII e XIX que teve uma mulher como sócia fundadora. Chamava-se Lourença Pinto e era natural de Paços de Brandão.
As inovações técnicas levaram a que as velhas construções de pedra e saibro dessem lugar a um novo espaço fabril, com novas áreas de secagem e nova área de produção, albergando esta uma pequena máquina contínua de forma redonda, em madeira. Da produção manual de papel folha a folha a indústria passou para o fabrico em contínuo. No ano de 1992 seria comprada pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com o propósito de a converter em Museu.
O único Museu do Papel tem morada em Paços de Brandão, concelho de Santa Maria da Feria, foi distinguido com uma menção honrosa na categoria Melhor Museu Português dos prémios de museologia da Associação Portuguesa de Museus no triénio 2003-04-05 e o prémio Melhor Serviço de Extensão Cultura, em 2006.
Cinco anos depois, seria considerado o melhor museu português, pela Associação Portuguesa de Museologia.