Na aldeia de Vilarinho de São Luís, localizada no concelho de Oliveira de Azeméis, realizou-se no dia 08 de dezembro de 2024, uma rojoada tradicional, organizada pela Associação Tradições de São Luís. Este evento veio dar alguma alegria a uma terra que em setembro viveu dias de agonia quando se viu sitiada por incêndios com origem criminosa e que deixaram as encostas queimadas e provocaram muito prejuízo. A história desta terra, que agora ostenta o título de Aldeia de Portugal, está ligada a práticas agrícolas de produção de cereais que tem no seu núcleo de espigueiros e casas rurais centenárias as suas memórias ancestrais. Neste artigo vamos também conhecer a história desta associação e as pessoas que confecionaram tudo à moda antiga para este evento, desde os rojões, a broa e o arroz.
Realiza-se anualmente na Vila de Cucujães, do concelho de Oliveira de Azeméis, no dia 13 de dezembro, a secular romaria da Santa Luzia. Esta celebração religiosa atrai à terra fervorosos crentes nos milagres da Santa que cura as maleitas dos olhos. A igreja acolhe centenas de fiéis para participarem na missa e pagarem as suas promessas através de olhinhos em cera que adquirem na Casa da Irmandade, ou outras partes do corpo conforme a enfermidade. Os pontos altos são a procissão e o leilão de produtos agrícolas e animais de capoeira. Duas tradições estão também associadas a efeméride, uma feira e venda de jeropiga, vinho licoroso que aquece as almas, nestas tardes frias do inverno. Para almoçar, o povo acorre em reboliço à Associação da Casa do Sagrado Coração de Jesus, onde podem provar a saborosa comida caseira de rojões, patanisca, arroz de feijão, broa de milho e vinho, um regalo. Uma festa do povo, que não quer perder as vistas, assim alguns homens da coisa pública tivessem a mesma vontade e não se deixassem cegar pelo brilho do vil metal.
O Rio Caima pula como uma criança pela Serra da Freita abaixo, brincando por montes e vales desde Albergaria da Serra em Arouca até à foz no Rio Vouga. Ao chegar à Frecha da Mizarela lança-se incauto no abismo, mas vai ganhando carácter com o crescimento ao passar por terras de Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis. Em Ossela é já um confiante e belo jovem por cujas damas se enamoram. Para o agradar, Palmaz em 2011 ofereceu-lhe nas suas margens uns passadiços, muito aclamados pelo povo. Este é um local agradável para caminhar pelos recônditos trilhos, rodeados de frondosa vegetação, escutando a sinfonia dos pássaros, sussurro das águas e zumbidos das abelhas. Contudo passado mais de uma década desde a sua requalificação o espaço carece de atenção e de obras de manutenção, para relançar todas as suas potencialidades e recolocar o velho rio no seu usurpado trono.
O Ondas da serra viajou até à aldeia de Vilarinho de São Luís – Palmaz – Oliveira de Azeméis, para percorrer o PR1, rota dos Espigueiros. Depois de termos viajado por umas estradas maltratadas, abriu-se à nossa frente um bonito vale, com a aldeia em cascata sobranceira à planície por onde sussurrava um rio. Desde logo constatamos que ali o som era diferente e o tempo alongava-se na eternidade dos momentos. O latir dos cães e o canto dos garnisés suavam mais límpidos e com outra sonoridade.