domingo, 09 julho 2017 10:56

Vaga-lume | Poema de Fernando Pinto

Classifique este item
(0 votos)

O nosso colaborador Fernando Manuel Oliveira Pinto é um vareiro apaixonado pela sua terra de Ovar e que se perde no seu mar e ria. O Fernando é jornalista profissional, fotógrafo e realizador de curtas-metragens de vídeo. Como amante das artes tem jeito para a escrita que se realiza na sua poesia e contos. O seu último livro de poemas “Mar e outros poemas” é para ser lido pelos amantes das forças da natureza que regem o homem tendo o mar como ritmo dos seus versos. A pintura é outra das suas paixões que usa para pincelar a vida da forma que lhe aprouver.

Ver os pirilampos à noite nos Passadiços do Rio Uima

O que nos trás aqui hoje é a viagem que Ondas da Serra levou o Fernando Pinto a fazer. Sabida que é a sua paixão pelo maravilhoso e subtil fomos numa surtida noturna ver os pirilampos ao Parque das Ribeiras do Uima em Fiães – Santa Maria da Feira. Já antes lá tínhamos estado em trabalho numa apresentação noturno levado a cabo por técnicos da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.

Já imaginávamos que o espetáculo noturno fosse desencantar o seu lado poético e efetivamente do seu interior brotou um poema que aqui fica explanado.

 

VAGA-LUME

 

Com os olhos a piscar

conto as estrelas do céu.

Com as mãos mergulhadas

numa poça de água

apanho estrelas-do-mar.

Com o coração aos pulos

capturo o sorriso de um pirilampo.

Voa, na intermitente escuridão,

o inocente vaga-lume, qual Romeu

trocando mensagens de amor

com a sua Julieta.

 

– Os pirilampos são as estrelas da terra,

segredaste-me ao ouvido. Coleciono,

desde então, sorrisos apaixonados...

 

Poema de Fernando Pinto

 

Vaga-lumes

 

 

Leia o nosso artigo sobre os vaga-lumes, "A Magia dos pirilampos do Uíma".

Lida 1504 vezes

Autor

Ondas da Serra

Ondas da Serra® é uma marca registada e um Órgão de Comunicação Social periódico inscrito na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, com um jornal online. O nosso projeto visa através da publicação das nossas reportagens exclusivas e originais promover a divulgação e defesa do património natural, arquitetónico, pessoas, animais e tradições do distrito de Aveiro e de outras regiões de Portugal. Recorreremos à justiça para defendermos os nossos direitos de autor se detetarmos a utilização do nosso material, texto e fotos sem consentimento e de forma ilegal.     

Itens relacionados

Assustadora Estrada do Portal do Inferno na Serra da Arada

A Estrada do Portal do Inferno é uma estreita via sinuosa, com perto de 18 km, a cerca de 1000 metros de altitude que percorre uma crista altaneira da Serra da Arada, caracterizada pelas suas falésias abruptas e precipícios infinitos, que metem medo ao olhar e fazem temer os incautos. O seu percurso em pleno coração do Maciço da Gralheira, começa perto da Capela de São Macário em São Pedro do Sul e termina na aldeia de Ponte de Telhe em Arouca, nos distritos de Viseu e Aveiro. A sua beleza é enaltecida na primavera quando a serra se pinta de tons verdes, amarelos, laranjas e lilases da carqueja, urze e giestas e que perfumam o ambiente e inebriam os sentidos. No seu percurso passa pelo geossítio do Portal do Inferno da Garra, com uma visão panorâmica de arrepiar sobre o vale por onde corre o Rio Paivô e Aldeia de Portugal de Covas do Monte. Os pontos de interesse são variados, desde as aldeias típicas de montanha em xisto, mariolas dos pastores, gado bovino e caprino que pasta livremente, fauna e flora. A mesma é muito popular entre os ciclistas e motociclistas, embora alguns corajosos condutores de automóvel também se aventurem pelos seus domínios.

Passadiços do Côa: Soberba vista do Douro e arte rupestre

Os Passadiços do Côa nasceram em Vila Nova de Foz Côa, na região do Alto Douro, do distrito da Guarda, perto do museu da arte rupestre. Este pequeno percurso em extensão é grandioso em significação pelas paisagens vertiginosas que brotam do horizonte. O quadro que se abre ao visitante é gigantesco e exerce uma força que remete para a história humana com milhares de anos. A vista alcança paz nos rostos serenos dos Rios Douro e Côa que aqui se enamoram. Nos seus vales foram identificados e classificados dois patrimónios protegidos pela UNESCO, Sítio Pré-Histórico de Arte Rupestre do Vale do Côa e Alto Douro Vinhateiro. Pelas íngremes escadas o visitante poderá consultar informação sobre arte rupestre, pombais, biodiversidade, património natural e arquitetónico desta região. A viagem termina junto à antiga estação desativada da Linha do Douro desta terra, que a esperança quer ver renascida. Na subida de regresso mais custosa as pessoas podem imaginar os esforços para percorrer estas arribas, dos nossos ancestrais para viver, caçar, fugir ou esculpir a rocha e já mais tarde plantar e vindimar para o mundo celebrar.

Conheça a Cascata das Aguieiras das mais belas de Portugal

A Cascata das Aguieiras fica localizada na freguesia de Alvarenga, concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Esta queda de água é o geossítio de interesse com a identificação G35 do Arouca Geopark. Esta maravilha geológica destaca-se pelos sucessivos desníveis por onde a água, proveniente da ribeira com o mesmo nome, se precipita e que no conjunto totalizam cerca de 160 metros. A torrente em queda é descarregada na Garganta do Rio Paiva, onde este curso de água adquire um carácter violento e feroz para vencer as encostas estreitas. A sua importância é reforçada pela forma como pode ser observada pelo miradouro integrado nos Passadiços do Paiva ou Ponte Suspensa 516 Arouca.