Pode ler esta reportagem na totalidade ou clicar no título abaixo inserido para um assunto específico:
- Descrição da Cascata das Aguieiras
- Ficha técnica da Cascata das Aguieiras
- Miradouro da Cascata das Aguieiras
- Castelo de Carvalhais. Usado na reconquista cristã
- Descrição dos Passadiços do Paiva
- Ponte 516 Suspensa de Arouca
- Rio Paiva: Um dos últimos de águas bravas de Portugal
- G36 - Garganta do Paiva
Descrição da Cascata das Aguieiras
"A cascata das Aguieiras é observável a partir de miradouro integrado nos Passadiços do Paiva encontrando-se inserida numa área designada pelos praticantes de desportos de águas bravas no rio Paiva por «Garganta do Paiva» (G36), que geologicamente define o troço em que o rio se encaixa em canhão no granito de Alvarenga. Esta cascata é formada pela queda de água da ribeira das Aguieiras, resultando da confluência de diversos tributários que atravessam a freguesia de Alvarenga.
Após percorrerem parte considerável desta freguesia, as águas desta ribeira caem vertiginosamente pelas escarpas graníticas que ladeiam a margem direita do rio Paiva através de um conjunto de desníveis que totalizam cerca de 160 metros. A origem desta queda de água é condicionada pela rede de fraturação ortogonal deste maciço granítico, desconhecendo-se a existência de outros elementos estruturais que condicionem a mesma. Neste sentido, a ribeira das Aguieiras terá aproveitado uma fratura no granito de Alvarenga, uma linha de fragilidade que permitiu o seu encaixe."1
Ficha técnica da Cascata das Aguieiras
- Geossítio: G35 - Cascata das Aguieiras - Arouca Geopark
- Localidade: Canelas, União de Freguesias de Canelas e Espiunca - Arouca;
- Altura: Desníveis que totalizam cerca de 160 metros;
- Altitude: 266 m;
- Coordenadas GPS: 40,574783 | -8,103494
- Observação da Cascata das Aguieiras: A melhor forma de contemplar a Cascata das Aguieiras é através do percurso dos Passadiços do Paiva ou da Ponte 516 Arouca;
Miradouro da Cascata das Aguieiras
Créditos da foto: aroucageopark.pt
"A cascata das Aguieiras pode observar-se a partir de um miradouro integrado nos Passadiços do Paiva, encontrando-se inserida na Garganta do Paiva. Esta cascata é formada pela queda de água da ribeira das Aguieiras e é o resultado da confluência de diversos afluentes que atravessam a freguesia de Alvarenga.
Depois de percorrerem uma grande parte desta freguesia, as águas desta ribeira caem vertiginosamente pelas escarpas graníticas que ladeiam a margem direita do rio Paiva, através de um conjunto de desníveis que perfazem cerca de 160 metros, oferecendo um cenário de grande beleza natural. A ribeira das Aguieiras aproveita a fraturação ortogonal do maciço granítico de Alvarenga para abrir caminho até ao Paiva.
Do mesmo miradouro dos Passadiços do Paiva também pode observar um cabeço rochoso onde se encontra o Castelo de Carvalhais, um castelo roqueiro da época da Reconquista (Séc. IX-XII). Trata-se de uma fortaleza defensiva e com uma posição estratégica, possivelmente destinada a controlar a travessia do rio Paiva, servindo de barreira morfológica entre as margens do Douro e o vale de Arouca.
Ao percorrer a maior ponte pedonal suspensa, do Mundo, a 516 Arouca, também terá uma vista imperdível e fabulosa sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Aguieiras."2
Castelo de Carvalhais: Usado na reconquista cristã
Sobre este miradouro é, também, possível observar o cabeço rochoso onde se encontra implantado o «Castelo de Carvalhais», um castelo roqueiro da época da Reconquista (Séc. IX-XII), reduto defensivo e estrategicamente posicionado, provavelmente destinado a controlar a travessia do rio Paiva, uma importante barreira morfológica entre as margens do Douro e o vale de Arouca."1
Não é fácil identificar as ruínas deste antigo castelo, só com ajuda de binóculos é que o podemos fazer, embora seja mais fácil na ponte suspensa, no entanto, aqui fica a nossa informação. Se estiver posicionado no miradouro dos Passadiços do Paiva ou Ponte 516 Arouca, poderá verificar que no cimo da encosta do lado esquerdo da ponte, se estiver voltado para nascente, poderá visualizar um amontoado de pedrulhos, restos do Castelo de Carvalhais.
Em termos históricos o mesmo já teve grande importância, porque na época da reconquista cristã, chegou a existir uma linha defensiva, contra os mouros, que começava naquela que é agora chamada Ilha dos Amores, no Rio Douro, onde o Rio Paiva desagua. Para montante junto ao Paiva, foi criada esta linha defensiva.
Reza a história que uma investida portuguesa expulsou os mouros até Coimbra, mas eles organizaram-se e comandados pelo lendário sarraceno Almançor venceram este linha e até destruíram por duas vezes a Igreja de Moldes em Arouca.
Quem passar por Moldes em direção a São Pedro do Sul, não faz ideia que por aqui já pelejaram cristão e sarracenos, mais conhecidos por mouros e com conotação ofensiva se for no âmbito das paixões clubísticas de futebol.
Um grande guerreiro seguidor de Alá, de nome Almançor espalhou a desgraça nesta região há muitos séculos e o seu nome era sinônimo de terror para estes povos. No virar do primeiro milénio, os nobres do Condado Portucalense iniciaram a Reconquista e foram expulsando no começo com facilidade os mouros para sul. No entanto eles organizaram-se, buscaram melhores armas e contra-atacaram reconquistando terrenos perdidos.
Depois da reconquista ser definitivamente feita esta linha defensiva perdeu importância e foi abandonada, entrando estes pequenos castelos em progressiva ruína.
Descrição dos Passadiços do Paiva
"Os Passadiços do Paiva são umas estruturas pedonais, em madeira, ao longo da margem esquerda do rio Paiva, numa extensão de 8.7 quilómetros. Todavia, os passadiços também incluem alguns troços em terra firme e em escadarias. Acima de tudo, todo o visitante pode usufruir de paisagens únicas, especiais e inesquecíveis."4
Ponte 516 Suspensa de Arouca
"É também neste local, que se ergue a maior ponte pedonal suspensa do Mundo, denominada Ponte 516 Suspensa de Arouca ou 516 Arouca. Com 516 metros de comprimento e 1,20 metros de largura, esta ponte está suspensa a 175 metros de altura e permite a travessia sobre a «Garganta do Paiva».
Construída com uma grelha metálica tipo «gradil»>, suportada por cabos de aço ancorados a pilares de betão armado, esta ponte permite uma observação singular de toda a paisagem, tornando memorável a experiência da sua travessia. A travessia permite o vislumbre de parte da freguesia de Alvarenga, com destaque para o seu vale fértil. No final deste troço encontra um pórtico de saída, onde deve apresentar o bilhete de entrada na infraestrutura."20
Rio Paiva: Um dos últimos de águas bravas de Portugal
O Rio Paiva brota da Serra da Nave em Moimenta da Beira e deságua no Rio Douro em Castelo de Paiva, junto à Ilha dos Amores e Praia do Castelo. O seu curso tem uma extensão de 110 km e uma área hidrográfica de 77 km2 com 14 562 ha. O mesmo é considerado dos menos poluídos da Europa, sendo por isso muito importante para preservação da fauna e flora e protegido por legislação europeia. O seu curso de água é ainda um dos poucos locais para a desova da truta.
O mesmo tem onze afluentes, sendo os principais os rios Frades e Paivô. Pelo seu caminho visita dez concelhos, duas Aldeias de Portugal, nove praias fluviais, várias áreas de lazer, poços e cascatas de arrebatar. A sua beleza deu vida aos Passadiços do Paiva e pavor a quem o enfrentar do cimo da vertiginosa Ponte 516 Suspensa de Arouca.
Felizmente que as barragens não o subjugaram e permitem manter o seu caráter bravio usado na prática de desportos de aventura. No entanto, há ameaças que o podem matar pela expansão do cultivo de eucaliptos, agricultura, zonas industriais, habitacionais, açudes e proliferação de espécies invasoras, que lançam alertas e fazem temer pelo seu futuro.
G36 - Garganta do Paiva
"A Garganta do Paiva corresponde a um segmento do rio Paiva onde o leito se torna mais estreito e se prolonga desde a ponte de Alvarenga até ao Vau (G30). Esta ponte, datada do século XVIII, foi mandada construir por alvará de D.Maria I, no ano de 1971. É composta por dois arcos de volta inteira, possui 42 metros de comprimento e é em cantaria. Sobre a ponte é possível observar, para jusante, o vale do Paiva encaixado sobre paredes graníticas abruptas, que curiosamente, contrasta com o vale bem mais aberto, a montante desta ponte. este estrangulamento deve-se à maior resistência do granito de Alvarenga à meteorização e erosão quando comparada com as rochas metassedimentares a montante da ponte, num fenómeno de erosão diferencial. Integrado neste troço destaca-se ainda a ocorrência de marmitas de gigante e da Cascata das Aguieiras (G35).
A área correspondente a este geossítio é, também, um clássico das águas bravas em Portugal, constituído por desafiantes rápidos de classe IV+ e V, numa escala de I e VI. Merece particular relevo o <<Rápido Grande>>, um rápido longo e técnico, sendo o palco da espetacular da prova anual de Kayak Extremo do Paiva Fest. As íngremes paredes rochosas deste geossítio são, ainda, ricas em biodiversidade saltando à vista manchas coloridas de verde-limão que correspondem ao líquen Acospora hilaris (indicador de clima mediterrâneo). As fissuras naturais na rocha granítica são, ainda, refúgio para inúmeras aves de rapina que sobrevoam o vale do Paiva."3
Ficha técnica da Garganta do Paiva
- Informações úteis:
- Localidade: Ponte de Alvarenga, Alvarenga e União de Freguesias de Canelas e Espiunca;
- Altitude: 181 m;
- Coordenadas: 40,957675 | -8,174149
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra, com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão referenciadas
1 - aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/cascata-das-aguieiras/
2 - visitarouca.pt/atracoes/cascata-das-aguieiras/
3 - Arouca Geopark, aroucageopark.pt/
4 - passadicosdopaiva.pt
Pesquisas bibliográficas
20 - AGA - Associação Geopark de Arouca. (2019). Guia da Natureza Passadiços do Paiva
Caminhe no distrito de Aveiro e pedale de bicicleta pelo norte de Portugal
O distrito de Aveiro tem dezenas de caminhadas e percursos pedestres muito bonitos, na serra, junto do mar, ria e rios, que pode aproveitar para os conhecer. No norte de Portugal há muitas ciclovias, ecovias e ecopistas que se pode percorrer, a caminhar ou de bicicleta, muitas delas por antigas linhas ferroviárias, agora convertidas em pista para as pessoas passearem.