Parque Nacional Peneda-Gerês com meio século de vida
O Parque Nacional Peneda-Gerês é o único parque nacional português, que já completou 51 anos de existência, no dia 8 de maio de 2022. O Ondas navega com frequência para estes castelos para abarcar a sua natureza dócil e selvagem, meiga e agreste, fria e calorosa.
Localização do Parque Nacional Peneda-Gerês
O PNPG fica localizado no norte de Portugal Continental, numa zona de transição entre o Minho e Trás-os-Montes, sendo caraterizado pela sua grande diversidade de paisagens e ecossistemas. Esta parque possui uma grande riqueza em termos naturais e ambientais, mas também a nível do seu património, cultura e presença humana.
História da criação do Parque Nacional Peneda-Gerês
No território português existem muitas Áreas Protegidas, mas, somente um Parque Nacional, o da Peneda-Gerês, que foi criado em 1971. Este parque ocupa uma área com aproximadamente 70 000 hectares, repartindo a sua localização com Espanha.
Esta é uma área especial situada em territórios de montanha, onde o homem coexiste com a natureza, fauna e flora. Em algumas destas comunidades populacionais ainda subsiste a agricultura, pecuária, pastorícia e apicultura.
O turismo de natureza está nesta região muito desenvolvido, nem sempre com boas práticas e que iremos abordar no seguimento deste artigo.
O Parque Nacional Peneda-Gerês partilha território com a Galiza
“O PNPG tal como referido anteriormente localiza-se na região norte de Portugal, fazendo fronteira com a região da Galiza, em Espanha, e ocupa um território contíguo ao que pertence ao Parque Natural de Baixa Limia – Serra do Xurés, o que facilitou não só a concretização de ações conjuntas entre os dois Países Ibéricos, como a emergência do Parque Transfronteiriço. O referido Parque transfronteiriço foi classificado pela UNESCO como Reserva Transfronteiriça Mundial da Biosfera.” (Barros, 2017)
Gestão do Parque Nacional da Peneda-Gerês
A gestão do Parque Nacional da Peneda-Gerês é da responsabilidade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e enquadra-se nas sub-regiões (NUTS III) do Minho-Lima, do Cávado e do Alto Trás-os-Montes.
“Compete ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, entidade pública com competências a nível nacional, a gestão da Rede Nacional das Áreas Protegidas (RNAP) da qual faz parte integrante o referido Parque Nacional. A RNAP é composta pelas áreas protegidas de interesse nacional, regional ou local e inclui os parques nacionais, as reservas naturais, os parques naturais, os monumentos naturais, as paisagens protegidas e os sítios de interesse biológico.” (Barros, 2017)
Municípios e freguesias que fazem parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês
O território deste parque fica integrado em cinco municípios do norte de Portugal, Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras do Bouro e Montalegre. Cada um destes territórios partilha traços comuns e personalidade própria, sempre duma grande riqueza, que deve ser preservada, bastando por vezes gestos simples com não deitar lixo, respeitar as populações locais, não deixando o carro estacionado a impedir o acesso a caminhos para as propriedades agrícolas.
Ao explorar este parque pode ser surpreendido por curiosos cavalos selvagens, fugidias manadas de vacas, enérgicas cabras, perigosas cobras, altaneiras águias-reais, ou se tiver sorte uma raposa ou mais difícil um lobo.
- Castro Laboreiro
- Lamas do Mouro
- Cabana Maior
- Cabreiro
- Gavieira
- Gondoriz
- Soajo
- Britelo
- Entre Ambos os Rios
- Ermida
- Germil
- Lindoso
- Campo de Gerês
- Covide
- Rio Caldo
- Vilar da Veiga
- Cabril
- Covelães
- Outeiro
- Sezelhe
- Tourém
Cinco portas de entrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês
Este parque criou em cinco locais estratégicos, de acesso à área protegida, um conjunto denominado “Portas”, em cada um dos cinco concelhos que fazem parte do PNPG. Estes portais carregam um simbolismo para transmitirem às pessoas que estão a entrar num território especial, mas protegido, com um regulamento próprio que permite determinadas práticas e proíbe outras.
Estes lugares de entrada, devidamente assinalados, têm ainda o objetivo de acolher os turistas de forma adequada e fornecer-lhes informação pertinente sobre o que pode visitar, comer, beber ou dormir. Aqui pode encontrar também áreas de lazer, exposições, atividades de educação e interpretação ambiental.
Existe ainda um centro interpretativo para visitar e obter informação detalhada sobre o parque, Centro de Educação Ambiental do Vidoeiro, perto da Vila do Gerês.
Vamos agora conhecer essas portas como se estivéssemos a trilhar a GR50 - Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês, no sentido norte – sul.
Porta de Lamas do Mouro
Município: Melgaço;
Localização: Porto Ribeiro - Lamas do Mouro - Melgaço;
Temática: Esta porta possui uma oficina temática relacionada com o ordenamento do território. Nas suas imediações pode encontrar com frequência manadas de cavalos selvagens, da raça garrana. Pode também visitar neste concelho o centro histórico de Castro Laboreiro, a sua ponte romana, cascatas, lagoas e marmitas gigantes, nas concavidades do Rio Laboreiro.
“Os turistas e visitantes que pretendam aceder à área do Parque abrangida pelo Município de Arcos de Valdevez têm como meio privilegiado a “Porta” do Mezio. A referida “Porta” permite a entrada numa vasta região onde, entre outros, se situam as montanhas e vales do Soajo e da Peneda. É facultado aos turistas e visitantes uma informação detalhada sobre o Parque e sua biodiversidade, sendo também proporcionada uma oferta que integra múltiplas atividades de turismo e lazer como percursos pedestres, equitação, bicicleta, canoagem e canyoning.” (Barros, 2017)
Horário de Funcionamento: Das 09h30 às 13h e das 14h às 18, de outubro a março, encerra às 17h. Funciona todo o ano com exceção do Natal, Ano Novo, Páscoa e feriado municipal, uma quinta-feira, 40 dias após a Páscoa; Contatos: Tel: 251 465 010; Preços: Visita guiada à oficina temática 2 €, grátis para crianças até aos 14 anos de idade;
Porta de Mezio
Município: Arcos de Valdevez;
Localização: Cabana Maior – Mezio - Arcos de Valdevez;
Temática: Esta porta tem como temática a conservação da natureza e biodiversidade;
O que pode conhecer neste local:
- Visita ao Parque da Biodiversidade;
- Aldeia dos Pequeninos;
- Parque de merendas;
- Parque de observação das estrelas;
- Oficina lúdico-pedagógica, Estábulo do do Garrano; Parque de Exposições de artefactos agrícolas,
- Escalada, arborismo e slide;
- Parque de campismo;
- Piscina nos meses de verão;
- Baloiço de Mezio;
- Restaurante;
- Percursos pedestres;
- Arte funerária megalítica nas proximidades, uma mamoa no parque e outra a cerca de 800 metros, que dá para visitar de carro, integrada no PR20, trilho da arqueologia;
- Ponto de apoio ao BTT, água, ar e ferramentas;
- Observação de cavalos da raça garrana e vacas;
- Nas proximidades desta porta, pode visitar a Mata de Mezio, Mata do Ramiscal;
- Porta do Sol - Travanca;
- Socalcos de Sistelo;
- Soajo;
- Poço Negro do Soajo;
Horário de Funcionamento: Das 09h30 às 13h e das 14h às 18h, de outubro a março até às 17h. Funciona todos os dias do ano exceto no Natal e Ano Novo;
Contactos: 258 510 100;
Site web: portademezio.pt;
Preços: 2 €, grátis para crianças até aos 5 anos de idade;
Porta do Lindoso
Município: Ponte da Barca;
Localização: Lindoso – Ponte da Barca;
Temática: Esta porta tem como temática a água e a geologia. As suas instalações ficam integradas no castelo de Lindoso. Na sua zona envolvente fica situado o maior conjunto de espigueiros da região. Neste município podem ser encontradas aldeias de montanha, gravuras rupestres e locais com interesse geológico;
Horário de Funcionamento: Das 10h00 às 17h00, com encerramento à segunda-feira;
Contactos: 258 578 141;
Preços: A visita às instalações da porta é gratuita, ao Castelo é 1,50 €;
Porta do Campo do Gerês
Município: Terras de Bouro;
Localização: Campo de Gerês – Terras de Bouro;
Temática: Esta porta conta a história das civilizações;
As suas instalações albergam:
- Museu da Geira, via romana que ligava Braga a Astorga;
- Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, aldeia submersa pela barragem que lhe tomou o nome;
- Vila termal do Gerês;
- Mata da Albergaria;
- Santuário de São Bento da Porta Aberta;
Horário de Funcionamento: Das 09h30 às 12h30 e das 13h30 às 17h. Encerra à segunda e nos dias 25 de dezembro, 1 de janeiro e domingo de Páscoa;
Contactos: 253 351 888;
Preços: 2€ por pessoa, estudante e aposentados 1€, crianças acompanhadas pelos pais até aos 12 anos é gratuito, grupos a partir das 10 pessoas, onde se incluem crianças até aos 12 anos, 1 €;
Porta de Montalegre
Município: Montalegre;
Localização: Terreno do Açougue, 11, Montalegre;
Temática: Esta porta é dedicada à paisagem.
Nas imediações desta porta pode visitar:
- Complexo Hidráulico de Paredes do Rio;
- Fojos do lobo de Fafião, Xertelo e Portela da Fairra – Parada;
- Aldeia de Fafião;
- Miradouro de Fafião;
- Poço verde de Fafião;
- Cascata de Pincães;
- Cabril;
- Miradouro do Cabril, com vista esplêndida para a Surreira do Meio Dia;
- Albufeira de Salamonde;
- Xertelo;
- Poços Verdes do Sobroso – 7 lagoas;
- Cascata de Cela-Cavalos – Lapela;
- Ponte da Mizarela – Conhecida também por ponte do diabo;
Horário de Funcionamento: Das 10h às 13h e das 14h às 18h, encerrando à segunda-feira;
Contactos: Porta – 276 518 320 | Ecomuseu – 276 510 203;
Preços: Entradas gratuitas para a porta e ecomuseu.
Parque Nacional da Peneda-Gerês faz parte da Rede PAN Parks
“Para além de ser o único Parque Nacional existente em Portugal, o PNPG aderiu à Rede PAN Parks, cujo processo de certificação foi iniciado em 2007. Trata-se de uma rede de excelência cuja adesão implica a satisfação de um conjunto de requisitos. No caso, o PNPG é o único Parque Nacional da Península Ibérica que integra a referida rede. Entre os requisitos indispensáveis pode destacar-se a ocupação de uma área não inferior a 20000 hectares, com a existência de uma zona mínima sem intervenção humana de 10000 hectares. Os critérios previstos visam no essencial a valorização das atividades humanas nas áreas protegidas e a preservação dos recursos naturais. Pretende-se a requalificação urbana e paisagística, a recuperação do património histórico-cultural, e o apoio e dinamização das atividades económicas tradicionais, entre outros.” (Barros, 2017)
Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês
Para os amantes das caminhadas há um grande desafio para trilhar, a GR50 - Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês, com 187,5 quilómetros divididos em 19 etapas, entre Castro Laboreiro, em Melgaço e que termina em Tourém, município de Montalegre.
A riqueza do Parque Nacional da Peneda-Gerês são as suas gentes
Este parque tem uma história muito antiga, de pessoas que aqui viveram destes tempos ancestrais, deixando a sua marca nos monumentos funerários, antas, mamoas, igrejas românicas ou cortelhos.
Diário de uma viagem a Portugal - Retrato do Portugal Oitocentista por Dorothy Wordsworh
As montanhas do Gerês e o seu caráter imaculado sempre atraíram os homens e mulheres, nativos e forasteiros. No Portugal oitocentista, ainda estava longe a criação do parque nacional, uma dama inglesa, de nome Dorothy Wordsworth, na altura com com 39 anos, filha do poeta William Wordsworth, acompanhada pelo marido, visitou durante um ano o norte e centro de Portugal e o sul de Espanha.
O antigo Gerês de rios de águas bravas
Também ela ficou maravilhada com o Gerês, onde ainda fervilhavam rios de águas bravas, como o Caldo, Cávado e o Homem, antes de os aprisionam em albufeiras, quebrando-lhes a impetuosidade, como a de Salamonde e Caniçada. Este é mal necessário, num Portugal que evoluiu e necessita de luz, o que seria do mundo sem ver, sem teclar e alienação humana.
“...mas como desconheciamos estar tão próximos da viragem para o Gerêz, a respeito da qual nos tinham falado, aquele panorama atingiu-me com toda a força de uma surpresa, como fizera primeiro com os nossos amigos. A partir de um declive verdejante de fetos, pelo qual estão dispersos pedras enormes, negras e um castanho suave, pousadas na descuidada pressa da Natureza, pode divisar-se de uma só vez o profundo, fértil e muito verde e florestado vale do Cávado…” (Wordsworth, 2020)
“O Caldo, que é sempre um rio correndo com a velocidade de um jovem, deve ter aparência bem diversa quando avolumado e tornado turvo pela água das chuvadas ou pelo derretimento das neves da Serra.” (Wordsworth, 2020)
As palavras da inglesa dama poderiam ter sido ditas por pena nossa
As suas palavras ao pintar esta região parecem escritas pela nossa pena, o que sentiu saído do nosso coração e onde descansou como nós na hoje freguesia de “Villar da Veiga" e pernoitou numa hospedaria aberta para a ocasião em “Caldas do Gerês”.
“Mas as montanhas do Gerêz, trazidas assim de forma abrupta até nós, prendem o olhar por alguns minutos, excluindo todos os outros pormenores. Ali estão elas, em sombrio repouso, e a minha primeira sensação foi como se tivesse subitamente deparado com um leão adormecido pelo caminho. Quero com isto dizer que a grandiosidade e o ar de poder em repouso dessas colinas, inesperadamente descobertas tão perto, transmitem uma impressão de espanto e reverência semelhante àquela que poderia ser produzida por uma aventura como a descoberta de um leão real, não heládico…" (Wordsworth, 2020)
As pontes romanas quebradas pelos guerreiros lusos
Com este diário de viagem ficamos a saber algo que nos atormentava o espírito curioso, sendo nós exploradores do PNPG e sabendo abundância de antigas ponte romanas no norte de Portugal e Galiza, porque razão com tanto rios e ribeiros nesta zona de Vilar da Veiga e Portela do Homem, não existiam resquícios de nenhumas. Afinal o motivo era válido e patriótico porque quando os estados não respeitam as soberanias territoriais vizinhas e começam a pelejar as pontes são as primeiras a ruir, como ainda agora se viu na Guerra da Ucrânia, dita operação especial.
“As pontes romanas sobre o Homem, não menos de quatro no espaço de meia légua, foram infelizmente destruídas pelas populações fronteiriças, por uma questão de segurança, há mais de 200 anos, quando Portugal se libertou do jugo da usurpação espanhola.” (Wordsworth, 2020)
Esta intrépida mulher, mesmo acometida pela tuberculose, de que veio a sucumbir, conseguiu fazer um retrato desta nossa pátria, com almas alegres e tristes dum povo que adorou, mas cujos dirigentes disse não saberem honrar.
O merecido descanso em "Villar da Veiga"
“Tenho de confessar, apesar de tudo, que a fadiga, debaixo de um sol escaldante ao qual nem sempre podíamos escapar, foi por vezes demasiado para mim, e parecia que nunca conseguiríamos chegar a Villar da Veiga, o nosso local de descanso, a uma légua do Gerêz.” (Wordsworth, 2020)
Nós passados dois séculos sem ainda conhecer os seus escritos temos seguido as suas demandas pela Ermida, Cabril e até a Calcedônia, mas ficamos por aqui nesta divagação.
“A aldeia de Caldas do Gerêz é pequena, sendo composta somente por uns chalés e algumas casas de hóspedes; estando estas últimas todas fechadas e muitas das primeiras desertas, exceptuando durante dois ou três meses na estação dos banhos quentes, que ainda não tinha começado.” (Wordsworth, 2020)
Como chegar ao Parque Nacional da Peneda-Gerês
Para chegar ao PNPG, no sentido sul-norte, pode utilizar a A1 em direção ao Porto e depois a A3, em direção a Braga.
Aldeias em destaque do Parque Nacional da Peneda-Gerês
Soajo – Arcos de Valdevez – 500 anos do foral do Soajo
A aldeia do Soajo é muito bonita sendo recortada por estreitas vielas empedradas interiores, cheias de histórias, onde só homem ou animal passam para uma digna visita. Esta é uma antiga terra, que manteve sempre estreitos laços com a realeza e perdeu influência com a república. Em 1514 foi atribuído a Soajo um foral real, pelo rei D. Manuel I. Em 2018 Soajo ganhou uma escultura que enaltece esta efeméride, do artista Fernando Cerqueira, com inspiração na pintura renascentista de Miguel Ângelo, existente na Capela Sistina.
Espigueiros do Soajo
Sobranceira à aldeia, uma fortalecida laje granítica alberga uma coleção de 24 espigueiros, que outrora protegiam de roedores ou outros inimigos, para não comerem ou danificarem a seca do milho. A sua construção é galaico-minhota, com corpo baixo e alongando, remontando alguns ao século XVIII. Este conjunto fica situado junto do Campo da Feira do Soajo, com vista para a Serra do Soajo, cujo maior cume atinge os 1416 metros.
Localização: Campo da Feira do Soajo. GPS: 41.8723, -8.2623
Cão Sabujo da Serra do Soajo
Uma visita por esta aldeia depressa revela o grande orgulho que as suas gentes têm pelo seu cão sabujo, pela profusão de monumentos e informações a seu respeito. Depois de sabermos a sua história e como foi acariciados por reis e benfeitorias dadas em troca, percebemos a sua importância.
"Do município e montaria real da Vila do Soajo partiram todos os anos para os reis de Portugal, cinco grandes valentes cães do Soajo, por tal, nos séculos da monarquia, os soajeiros beneficiaram da isenção de impostos e outros admiráveis privilégios.
Ano de 1401 D. João I, expulsa os fidalgos, e coloca sob proteção real o cão sabujo do soajo que perdurou durante séculos!
Ano de 1498 D. Manuel I Persiste com a proteção das florestas e fauna da Serra de Saojo.
Ano de 1821 o Parque Real e Montaria de Soajo é extinto devido às queixas do povo e Câmara Municipal de Soajo ao Rei D. João VI.” 2
Sarramalho notável Juiz de Soajo
Desta terra emergiu M. Sarramalho, juiz que sentenciou entre 1821/1824. São dele conhecidas tiradas que perdurarão na memória do povo. Por morte testemunhada com mentiras, sentenciou um dia:
“Que o homem morra!
Que não morra!
Dê-se-lhe nó que não corra…
Degredado por toda a vida, e cem anos para se preparar…
No tribunal da relação no Porto, Serramalho explicou a hábil sentença. Foi louvado ao sair, a toga que enrolara ficou no chão! Observado, desdenhou a incomodidade, com prontidão:
Juiz de Soajo, cadeira que se sentou, nunca consigo a levou.” 2
O Tribunal do Soajo foi extinto em 1853.
Pelourinho do Soajo
O Pelourinho do Soajo, erigido no Largo do Eiró, é um pouco diferente dos demais pela sua cara, que se agora gostamos de a ver sorridente, aos condenados de outrora deveria parecer escárnio e falta de respeito. Esta cara sorridente tem na cabeça uma espécie de chapéu de três bicos que não se conhece como costume português.
“Monumento Nacional desde 1910, o pelourinho do Soajo é um simples esteio ao alto, colmatado com uma face antropomórfica e um triângulo no topo, a lembrar um chapéu de três bicos. A data da sua edificação é incerta, embora o foral dado à vila por D. Manuel em 1514 possa lançar a sua construção, iniciando a sua funcionalidade de marco jurisdicional.
Alguns autores interpretam os seus elementos escultóricos como integrados em tradições locais de autonomia administrativa e política, mas nenhuma leitura é, neste âmbito, suficientemente precisa. O facto de não possuir nenhuma ranhura para colocação de ferros é apontado como justificativa para a sua tardia construção.” 2
Poço negro do Soajo
A estrada M530 que passa junto dos espigueiros permite visitar o Poço Negro do Soajo, contudo tenha em atenção que a sua entrada fica um pouco escondida numa curva, antes da ponte sobre o rio que a alimenta, onde umas ingremes escadas em madeira o levam até ao fundo do vale. Este poço foi para nós uma agradável surpresa pela sua bonita “construção”, profundidade e a segurança com que se pode dar saltos em altura e nadar sem ter pedras perigosas para nos preocupar.
Localização: Estrada M530, Soajo, antes da ponte sobre o Rio, sentido Soajo - Lindoso. GPS: 41.8785, -8.2569
Sistelo - Arcos de Valdevez
O Ondas conheceu a aldeia de Sistelo, no final da viagem de bicicleta pela Ecopista do Vez, onde pernoitamos para regressar ao ponto de partida no dia seguinte, em Jolda de São Paio - Arcos de Valdevez. Esta terra vive aprisionada num belo sufocante vale montanhoso, a meio caminho do céu, tendo por guardiões austeros penedos, todos recortados até à exaustão por socalcos que lhes ofereceram a inspiração para ser apelidada de Tibete Português.
Leia também: ECOVIA DO VEZ |TRILHO SELVAGEM JUNTO DE RIOS POR PASSADIÇOS
Paisagem Cultural Sistelo – Sucalcos de Sistelo - Veiga agrícola
“Rodeadas por terrenos férteis as margens do Rio Vez cativaram as antigas populações que aqui se instalaram. De fácil maneio e providas de água em abundância, facilitaram a produção de forragem, fundamental para a manutenção do gado durante o inverno, quando as pastagens em altitude se mostram menos adequadas para esse efeito. Apesar dessa fertilidade a elevada humidade da zona não a torna adequada para todos os tipos de cultivo, como o milho e outros cereais.
Nascem assim socalcos tão característicos de Sistelo que surgiram da necessidade de criar terrenos mais adequados a outros tipos de cultivo, resultando numa veiga agrícola multifacetada onde os habitantes conseguiram uma agricultura de subsistência variada. A veiga baixa foi assim sendo relegada para a função de suporte à criação de gado, em que os terrenos mais húmidos são usados como pastagens permanentes e em que é permitida a intrusão da floresta nesse espaço.
Essa intrusão surge em forma de sebes viva onde espécies arbustivas e arbóreas são usadas na divisão da propriedade. Surge assim um sistema heterogéneo de elevada diversidade biológica e de importância fundamental para os insetos polinizadores e outros organismos que frequentam os prados.” 8
Pontos de interesse:
- Sistelo - Casa do Castelo;
- Casa do Castelo Centro Interpretativo;
- Igreja de São João Batista de Sistelo;
- Ponte de Sistelo (Integrada no Trilho das Pontes);
- Capela do Senhor dos Aflitos – Sistelo;
- Foz do Rio Cabreiro;
Trilhos e Percursos pedestres de Sistelo: (Nós fizemos os dois primeiros trilhos, a ordem aqui apresentada reflete o crescente grau de dificuldade dos percursos):
- PR 19 - Trilho das Pontes – 0,8 Km (211);
- PR 25 – Trilho dos Passadiços – 1,8 Km (211);
- PR 27 – Trilho do Miradouro da Estrica - 4,5 km;
- PR 24 – Trilho socalcos de Sistelo – 5,8 Km;
- PR 14 – Trilho das Brandas de Sistelo – 6,5 km;
- PR 6 – Trilho do Glaciar e do alto do Vez – 12,8 Km;
- PR 10 – Rota de Montanha entre brandas – 22 km;
- PR 1 – Trilho Rota de Sistelo | Romeiros da Peneda – 20 Km;
- GR2 – Grande Rota Intermunicipal do Alto Minho – Troço de Arcos de Valdevez – 77 Km;
- GR1 – Travessia das Serras da Peneda e Soajo – 77 Km
São João do Campo - Campo Gerês - Terras de Bouro
Núcleo Museológico de Campo do Gerês
Esta é uma das portas de entrada no Gerês e onde se pode visitar o Núcleo Museológico de Campo do Gerês. Este museu inclui dois polos culturais, o Museus Etnográfico de Vilarinho das Furnas, que guarda a memória da aldeia que foi submersa pela barragem em 1970, com as sua vivências agro-pastoris das pessoas que ali viveram, exibindo arados, charruas, mós de moinhos de água e carros de bois e como eram decoradas as suas cozinhas e quartos. O piso inferior é dedicado à fauna e à flora.
Localização: Campo do Gerês
Contactos: 253 351 888
Site Web: turismo.cm-terradebouro.pt
Preço: Um euro de entrada para os dois museus
São João do Campo
A aldeia de São João do Campo, fica situada na margem esquerda do rio Homem, em plena Serra do Gerês e no extremo NE do concelho de Terras de Bouro, confronta com a não menos antiga paróquia de Covide, com o concelho de Ponte da Barca e com a vizinha Galiza.
Templário ou não, é povoado antigo com certeza porquanto são inúmeros os achados que testemunham uma arcaica, persistente e contínua ocupação humana do seu território, desde tempos pré-históricos até hoje, como evidenciam os túmulos megalíticos, também conhecidos por mamoas da Bouça da Chã, de Fundevila e da Bouça do Cruzeiro, ou como testemunha o Castro de Calcedónia.
Instalado na vertente sudoeste do relevo da Picota, a uma altitude média de 630 m, o lugar do Assento, principal núcleo populacional da freguesia de Campo, ainda exibe alguns excelentes exemplares de arquitetura rural de montanha. Aqui e ali, ainda se descortinam, por entre os arruados estreitos, alguns canastros com as suas cruzes cimeiras, ou algumas varandas com madeiramentos costumeiros, abertas ao logradouro.
A Igreja matriz de Campo do Gerês, que teria sido edificada com materiais remanescentes do templo anterior, apresenta sobre a sóbria fachada, ao centro, um pequeno campanário e nas empenas tem as cruzes floreteadas da via sacra. Dentro, além do altar-mor, tem os colaterais de Nossa Senhora do Rosário, do Coração de Jesus, de Jesus Crucificado e o de Nossa Senhora de Lourdes.
Albufeira da Barragem de Vilarinho da Furna
Perto do parque de campismo, a Albufeira de Vilarinho da Furna é um local com paisagens de cortar a respiração e à noite para falar com o Cosmos e perguntar se somos dignos de o contemplar.
A construção da albufeira teve como consequência nefasta a submersão da aldeia comunitária de Vilarinho da Furna. Este imenso reservatório de água para esquecer a saudade dos povos pinta em conjunto com as serras em redor, telas com cambiantes coloridas de inigualável beleza e sedução, com as águas a refletir o pensamento dos céus.
História da albufeira da barragem de Vilarinho da Furna
A albufeira de Vilarinho das Furnas resulta da construção de uma barragem, inaugurada em 1972, com 94 m de altura e 400 m de extensão de coroamento, que alimentada pelas águas do rio Homem, provocava a inundação de uma área de 346 ha. Debaixo das suas águas, e apesar dos protestos dos habitantes, nos finais da ditadura, remanescem os restos da aldeia comunitária de Vilarinho da Furna, que podem ser avistados, quando a companhia elétrica realiza descargas consideráveis de água ou como água não chove e a seca parece começar a ser comum.
Esta albufeira funciona como reservatório de água a uma cota superior à da albufeira da Caniçada, que em alguns períodos pela ação da força da gravidade, a água é conduzida por uma conduta e aciona uma central elétrica na barragem vizinha; durante outros períodos, quando o consumo da rede elétrica é baixo, a água é bombada, voltando ao reservatório inicial.
Geira Romana - Via Romana XVIII
A Geira Romana são os resquícios da antiga via romana, com as suas calçadas, oficialmente designada de Via Nova, XVII via do itinerário Antonino, foi construída entre os anos 79 e 81 dc, sendo imperador Tito e Dominicano e serviu de principal via de ligação entre Braga e Astorga (Espanha) até ao ano 476 dc. Tem uma extensão de 318 Km, distribuídos por 215 milhas.
No Gerês está concentrado um grande número de marcos miliários de todo o império romano e onde melhor se conservam os vestígios da via. Na Portela do Homem, no café ali existente, do lado Português, há uma sala com vários marcos e painéis explicativos sobre a construção destas vias.
Ermida – Terras de Bouro
“A Aldeia da Ermida, era na antiguidade um lugar isolado, fazendo com que as pessoas fossem unidas e vivessem uma vida de entreajuda com um modo de vida que estava ligado às tarefas agrícolas e ao qual chamamos comunitarismo.
Claro que, como em todas as comunidades, na Ermida também havia tempo de para a celebração religiosa e o lazer, pois nenhuma comunidade vive só para o trabalho. Mesmo assim, toda a comunidade ajudava e participava nas celebridades, como a festa da padroeira Santa Marinha, por volta do dia 18 de julho, com o levantamento do arco alusivo à festa.
De referir que, atualmente, ainda se mantêm algumas tradições nesta aldeia e que as mesmas ainda estão ligadas ao calendário agrícola e pecuário.
No entanto, devido também ao envelhecimento da população houve a necessidade de criar uma Associação, a ATACE, que atualmente promove atividades que mantém acesas as tradições comunitárias e desenvolveram outras para atrair turistas à aldeia, nomeadamente, a Vezeira, a Feira da chanfana, e a festa do azeite e azeitona.” 3
Pontos de Interesse
- Miradouro da Ermida
- PR14 – Trilho do Sobreiral da Ermida
Cabril – Montalegre
A freguesia de Cabril pertence ao concelho de Montalegre, região de Trás-os-Montes, sendo ainda uma joia resguardada do Parque Nacional Peneda-Gerês. Situada no interior profundo, é descrita como selvagem pelos seus ilustres moradores, possuindo riquezas culturais, naturais e arquitetónicas que fascinam quem as contempla.
Surreira do Meio Dia - A montanha da nossa paixão
A dominar a paisagem o visitante pode maravilhar-se com a Surreira do Meio Dia, um grande maciço rochoso, que marca as horas como um relógio de sol, numa altura em que as pessoas não se guiavam tanto pelo dia e pela noite, mas de acordo com as estações do ano. Ao meio dia, os raios solares entram na reentrância duma fenda natural da Surreira, que lhe deu o nome de batismo. Quando isso acontece é hora de tornar ou virar a água, para passar a regar outros campos, nos termos definidos pelas regras do comunitarismo e vezeireiro.
A freguesia de Cabril é composta por 15 aldeias, sendo de destacar o facto de em todas elas ainda se praticar a antiga tradição do comunitarismo. Estas aldeias são as seguintes: Lugar da Vila, Azevedo, Bostochão, Cavalos, Chã de Moinho, Chãos, Chelo, Fafião, Fontaínho, Lapela, Pincães, São Ane, São Lourenço, Vila Boa e Xertelo. As aldeias que compõem o coração de Cabril são: São Ane, Chãos, Vila Boa, Bostochão, Chelo, Fontaínho, incluindo a baixa de Cabril.
Pontos de interesse:
- Surreira do Meio Dia;
- Vale do Rio Cabril;
- Igreja de São Lourenço de Cabril;
- Albufeira de Salamonde;
- Praia da Barca;
Leia também: CABRIL GERÊS O QUE VISITAR, NATUREZA SELVAGEM DESCONHECIDA
Fafião - Montalegre
A aldeia de Fafião merece uma visita pelas suas atrações naturais e arquitetônicas. O miradouro de Fafião é um dos mais emblemáticos do PNPG, por ter sido construído entre dois arrojados e temerosos penedos, por onde o visitante tem que passar, sobre uma estrutura metálica, cujo entrelaçado metálico onde os pés se apoiam não retira a sensação de tremedeira e impede os mais sensíveis de avançar.
Poço Verde de Fafião
“O Rio Fafião, que lhe deu o nome ou Rio Toco como é localmente conhecido, é um dos principais cursos fluviais da serra do Gerês, alimentado por nascentes próprias e pelas águas que escorrem das inúmeras corgas e cursos de água temporários. À semelhança de outros rios e ribeiros da serra do Gerês, apresenta um vale encaixado, de vertentes rochosas e declives acentuados. Nas zonas de maior profundidade do leito rochoso é muito característico a formação de lagoas naturais (“piscinas”), muito apreciadas pelos turistas pelas suas águas cristalinas.” 4 É neste rio que se pode encontrar o Poço Verde de Fafião, situado a 30 minutos a pé do miradouro de Fafião.
Em muitas das aldeias do Gerês o homem construiu fojos para o lobo. Em Fafião existe um engenho desta natureza, que está integrado na caminhada PR1 – Trilho do Pão, do Azeite e dos Miradouros. Estas armadilhas no passado serviam para defenderem o homem do ataque dos lobos aos rebanhos, mas que contribuíram também para o seu declínio na serra do Gerês. Não podemos julgar as ações dos nossos ancestrais, fizeram o que acharam correto para sobreviverem e prosperarem, mas a nossa condição humana deve evoluir de forma que todos os seres tenham uma coexistência pacífica, só então o homem terá evoluído na sua caminhada neste planeta e quem sabe aproximar-se do seu Criador ou da "Federação Galactica".
Pontos de interesse:
- Miradouro de Fafião;
- Rio Fafião;
- Lagoa Verde de Fafião;
- Fojo do Lobo;
Xertelo - Montalegre
Xertelo é outra das aldeias que deve visitar, depois de conhecer Fafião e Cabril, quando andar por Montalegre. Esta é a aldeia mais elevada da região de Cabril, sendo o seu núcleo populacional um bonito exemplar de arquitetura popular, com as suas casas em granito, capela, cruzeiro e moinho de cubo vertical.
Nesta aldeia descobrimos uma bonita fonte que já matou a sede ao longo da sua história a muita gente, bovinos, caprinos, pássaros e outras criaturas. Neste local, gerações de mulheres lavaram roupa suja dos corpos e notícias da terra. Esta fonte ostenta a data de 1827 e tem a particularidade da água brotar da boca duma cara antropomórfica em granito com proeminentes bochechas e olhos salientes. Alguém teve o cuidado de ali colocar uma caneca para matar a sede dos viandantes.
Poços Verdes do Sobroso e das sete lagoas
Desta terra faz parte uma das mais bonitas caminhadas que já fizemos, PR9 – Trilho dos Poços Verdes. Pelo seu caminho no sopé da serra, com vistas fabulosas sobre o vale sobranceiro, montanhas sublimes e por fim as sete lagoas dos Poços Verdes do Sobroso, onde dá a volta pela vertente oposta da serra em direção a Cabril.
Por vezes olhe para o céu e pode ter a sorte de ver alguma rara Águia-real, um ícone ameaçado do Parque Nacional Peneda-Gerês, mas que existem alguns programas de conservação, durante a nossa visita vimos um casal, junto das 7 lagoas que voam de Espanha, onde está a ser protegida.
Pontos de interesse:
- Trilho dos Poços Verdes do Sobroso, Sete Lagoas – PR9 - Xertelo;
- Fonte com cara cara antropomórfica em granito;
- Moinho de Cubo Vertical;
- Fojo do Lobo de Xertelo;
- Cruzeiro da Senhora da Saúde;
- Levada;
- Fecha e Cascata do Pinhedo;
- Mariolas;
- Poio das Cabras.
Percursos Pedestres em destaque de Terras de Bouro
O município de Terras do Bouro possui alguns dos melhores trilhos pedestres do PNPG, contudo antes de percorrermos algum dos percursos estudamos a fundo a informação disponibilizada, para sabermos se está bem assinalado, a sua riqueza natural e arquitetónica. Estes quatro percursos a seguir descritos foram por nós explorados e podemos garantir que merecem ser percorridos.
PR1 – Trilho da Calcedónia
Este trilho tem a particularidade de combinar riqueza natural com vestígios arquitetônicos e históricos dos nossos antepassados. Por outro lado nós que nunca caímos nas caminhadas, neste escorregamos algumas vezes, assentando o cú no chão como diz o sábio povo, fruto dumas botas a precisar de reforma, os picos deixaram sinal para não nos esquecermos.
"Trilho Cidade da Calcedónia – Este percurso, de âmbito Histórico e Paisagístico, desenvolve-se no território da freguesia de Covide e apresenta um repertório histórico-cultural distinto, pelas suas tradições comunitárias e vestígios arqueológicos.
O Trilho Cidade da Calcedónia permite uma visita ao local onde existiu um povoado fortificado da Idade do Ferro e depois ocupado pelos romanos, designado Calcedónia, que se encontra atualmente diluído numa paisagem intensamente granítica. Acredita-se que este povoado teve uma excecional importância, pois além das suas grandes dimensões, foi construído num local de difícil acesso, envolto em túneis labirínticos, na tentativa de confundir o inimigo. Atualmente, calcorreando a zona da Calcedónia ainda é possível encontrar vestígios de muros ou de algum fragmento cerâmico.
De notar que este trilho não inclui a passagem pela Fenda da Calcedónia (local de escalada manual entre duas lajes de consideráveis dimensões)." 3
Dados Técnicos
Distância: 7 Km; Duração: 4h00; Dificuldade: Elevado; Desnível positivo; 514m; Início: Aldeia de Covide;
Pontos de interesse:
- Centro Artesanato Pedras Brancas;
- Tonel;
- 1 - Milha XXVI;
- Calcedónia;
PR5 – Trilho da Águia do Sarilhão
Este trilho é muito bonito porque acompanha durante uma grande parte do trajeto a encosta da Barragem de Vilarinho das Furnas, a Geira Romana e passa pela bonita aldeia de São João do Campo.
O Trilho da Águia do Sarilhão, localizado na freguesia de Campo do Gerês, possui um património de fortes tradições culturais e etnográficas.
Este trilho pedestre estende-se por terrenos aplanados de um vale alargado, por onde passa o Ribeiro de Rodas, entre o Núcleo Museológico e a margem esquerda da albufeira de Vilarinho da Furna. Percorre os aglomerados rurais deste antigo povoado e descortina, por entre os arruados estreitos, os espigueiros e habitações com as suas cruzes cimeiras e varandas com madeiramentos abertos ao logradouro.
Do legado patrimonial realça-se, com distinção, a estrada romana Via Nova XVIII (Geira), com passagem pelas milhas XXVII, XXVIII e XXIX. Nas proximidades da milha XXIX avultam vestígios indeléveis da trincheira do Campo do Gerês e Casa das Peças que serviu de defesa da raia portuguesa nas invasões hostis.
Inserido numa importante área do Parque Nacional da Peneda-Gerês, este trilho aproxima-se de outros locais de interesse, como a fraga do Sarilhão, a Mata da Albergaria (Reserva da Biosfera) e a extinta aldeia comunitária submersa de Vilarinho da Furna.
Dados Técnicos
Distância: 9 Km; Duração: 3h00; Dificuldade: Médio; Desnível positivo: 372m; Início: Aldeia de Covide;
Pontos de Interesse
- Igreja do Campo do Gerês;
- Capela;
- Fraga do Sarilhão;
- Barragem de Vilarinho da Furna;
- Aldeia submersa de Vilarinho da Furna;
- Núcleo Museológico;
- Cruzeiro do Campo do Gerês;
- Exemplares de medronhos e pilriteiros;
- Milha XXIX;
- Trincheira e Casa das Peças;
- Ponte de Eixões;
PR6 – Trilho dos Miradouros
Este trilho é muito bonito, longo, com paisagens de arrepiar, junto dos seus fenomenais miradouros, com vistas soberbas sobre a Albufeira da Caniçada, Vila do Gerês, freguesia de Vilar da Veiga e Pontes de Rio Caldo. No entanto, na parte baixa da encosta, as acácias invasoras e eucaliptos tudo invadiram e retiraram alguma da sua beleza.
"O trilho dos Miradouros, situado num local privilegiado do Parque Nacional Peneda-Gerês, traduz-se num percurso que visita múltiplas paisagens ímpares da Serra do Gerês e oferece uma vista privilegiada sobre todo o vale do rio Gerês, com destaque para a Vila Termal do Gerês e a para albufeira da Caniçada.
Os Miradouros, construídos sob a alçada dos Serviços Florestais, aproveitaram muitos dos cabeços naturais de granito, que enredam de histórias e passaram a fazer parte integrante da fruição das paisagens.
Neste percurso destacam-se o Miradouro da Junceda a 915m, no ponto mais elevado do trilho, da Boneca a meia encosta, e da Fraga Negra e o do Penedo da Freira já no limite urbano da vila. Destes locais vislumbra-se assim um horizonte paisagístico de inigualável beleza natural, servindo de pontos de reflexão onde imperam a paz e à tranquilidade." 3
Dados Técnicos
Distância: 12 Km; Duração: 5h00; Dificuldade: Médio; Desnível positivo: 796m; Início: Parque na Rua Tude de Sousa, à esquerda entre a Vila do Gerês e o Vidoeiro;
Pontos de Interesse
- Termas do Gerês;
- Posto de Turismo;
- Parque Tude de Sousa;
- Centro Educ. Ambiental Vidoeiro do PNPG;
- Miradouro da Junceda;
- Miradouro da Boneca;
- Miradouro da Fraga Negra;
- Miradouro Penedo da Freira;
PR14 - Trilho do Sobreiral da Ermida
Este trilho embora seja muito bonito está muito confuso, porque se cruza com a GR 50 - Grande Rota Peneda-Gerês - Peneda-Gerês, sendo misturadas as duas placas informativas e se alguma parte do percurso é comum a ambas, depois separam-se, não surgindo informações durante muitos quilómetros, nós só o conseguimos porque já conhecemos um pouco da região. Por outro lado, a dada altura já na parte final há uma derivação para se fazer mais alguns quilômetros, teria sido melhor fazerem dois percursos com nomenclaturas diferentes. No entanto, o município de Terras de Bouro disponibiliza o tracking para descarregar.
O pastor comunitário da Ermida
Durante a nossa caminhada, no final da manhã, depois de deixar formidável Miradouro das Rocas e Cascata do Arado, com pouca água, para trás, ao subir para o Curral da Malhadoura, fomos encontrar um rebanho de cabras, acompanhadas pelo pastor Paulo de Carvalho, que surgiu montado num ronco trator. As cabras rodearam-nos escoltadas como prisioneiras por dois cães e uma cadela, da raça serra da estrela.
Antes de continuarmos disse-nos que tinha 52 anos, ser casado e pai de quatro filhos, pastor no regime de vezereiro, (guardar o gado à vez), pertencendo este rebanho comunitário a quatro criadores, da aldeia da Ermida, constituído por 210 cabras.
Durante a conversa acabamos por saber que conhecemos o seu primo, José Manuel, em agosto de 2020, no Vale do Barracão, ali perto, que nos deu uma pequena entrevista para um vídeo, tendo-nos dito ser funcionário da autarquia de Terras do Bouro. O Paulo disse-nos que no sábado seguinte era a vez dele tomar conta dos animais.
Os desavindos cães da Serra da Estrela
No final este pastor deu-nos permissão para continuar a caminhada. No entanto, não estávamos seguros por causa dos exaltados canídeos que repentinamente rebentavam em furiosas bulhas, de meter medo, logo serenada pelo berro autoritário do pastor. Este homem contou-nos que o cão mais velho não permitia que o novo se aproximasse da fêmea, que estava com cio. Na dúvida deu-nos boleia no dorso do trator, para passarmos para a frente do rebanho e seguirmos o percurso em segurança.
Assim continuamos a nossa viagem, não sem antes dos cães se pegarem novamente à porrada. Isto é um erro que os machos cometem quando se metem em confusões sangrentas por motivos ligeiros e não se dominarem, para não serem subjugados pelos instintos animalescos.
"O trilho do Sobreiral da Ermida do Gerês tem início no Miradouro da Ermida, uma aldeia serrana de vocação agro-pastoril, de onde se vislumbram os maciços da serra do Gerês, a vida da aldeia, a paisagem rural e os elementos históricos e da arquitetura tradicional num panorama de prodigiosa beleza.
O percurso atravessa a ponte do Arado, construída em 1936, que torna possível a passagem para o alto da serra, nas proximidades da cascata do Arado. Ao longo do percurso é possível observar três currais: Malhadoura, Portos e Cortes, criados para a prática do pastoreio da vezeira (condução do gado para a serra alta, durante dias ou semanas, consoante o número de cabeças que possuem).
Além destes pontos, o trilho deve o seu nome, ao sobreiral de 200 hectares que se destaca na paisagem montanhosa, localizado numa encosta virada a sul, sobranceira ao rio Arado e Fafião, entre as cotas 290 e 760 m de altitude.
Com igual ponto de partida, há a possibilidade de fazer um percurso alternativo de 6 km, com passagem pelo Miradouro da Fraga do Justo, Cascata da Rajada e Miradouro da Vela." 3
Dados Técnicos;
Distância: 14 Km + 6Km (este último opicional); Duração: 5h00 + 2h00 (este último opicional); Dificuldade: Médio; Desnível positivo: 750m; Início: Miradouro da Ermida;
Pontos de Interesse
- Miradouro da Ermida;
- Miradouro das Rocas;
- Ponte e Cascata do Arado;
- Curral da Malhadoura;
- Curral dos Portos;
- Curral das Cortes;
- Sobreiral;
- Miradouro da Fraga do Justo;
- Cascata da Rajada;
- Miradouro da Vela;
Santuários do Parque Nacional da Peneda-Gerês
As montanhas com a sua brutalidade agreste, pureza, beleza e agruras sempre fizeram chamamento aos homens e mulheres que procuram o divino na transcendência das suas paisagens e silêncio. É por estas razões que se compreende existirem tantos lugares de culto lá em cima, onde alguns são pequenas capelas outros são imponentes santuários, onde os povos viram aparições ou se deram milagres. No PNPG existem dois santuários dos mais belos e importantes desta região, São Bento da Porta Aberta e Nossa Senhora da Peneda. Fora do parque, mas nas suas imediações existem outros dois que merecem uma visita: Nossa Senhora da Abadia e Santo António de Mixões da Serra.
Todos estes quatro locais de culto partilham grandes tradições, antiguidade, romarias, peregrinações e são alimentados pela fé dos povos que não os deixam morrer e se os três primeiros são para os homens o último é dedicado à proteção dos animais.
Santuário de São Bento da Porta Aberta
Município: Terras de Bouro;
Localização: Avenida de São Bento da Porta Aberta, nº2967, 4845-028 RIO CALDO;
Contactos: 253 390 180;
Já tínhamos passado algumas vezes a São Bento da Porta Aberta, sem nunca termos tido tempo para visitar e estudar a fundo este santuário. Este é o santo também conhecido por São Bento de Núrsia, que instituiu a Regra de São Bento, linhas orientadoras das ordens beneditinas, que contribuíram profundamente para a realização humanista do ideal europeu. Ao lermos os livros do escritor britânico Ken Follett, com temática medieval, é frequentemente alusões a esta regras e das observações morais seguidas pelos monges, sob o lema, “ora et labora” (oral e trabalhar).
"Encurralado entre as franjas rendilhadas do Gerês – local da mais próspera e faustosa fauna e flora em Portugal – e inundado pelas águas abundantes da Caniçada, ergue-se um dos maiores fenómenos religiosos de Portugal." 3
O santuário de S. Bento da Porta Aberta é o segundo maior santuário português e atrai anualmente centenas de milhares de peregrinos. Depois de Fátima, lidera as estatísticas, mesmo não gozando de uma situação geográfica favorável, nem sendo beneficiado por grandes vias de comunicação. Plantado no coração do Minho, é lugar preferencial de culto ao fundador dos beneditinos." 6
Painéis de azulejos do ceramista Querubim Lapa - Cripta do Santuário de São Bento da Porta Aberta
Neste santuário destacamos na Igreja os azulejos que retratam a vida de São Bento e na Cripta e os painéis de azulejos, do ceramista, Querubim Lapa.
"São 10 painéis concebidos para contar a história de vida do santo São Bento. Cada painel patenteia momentos da vida santificada do santo, apresentando, na parte central de cada um, mensagens retiradas de passagens históricas da Bíblia Sagrada.
Com cores fortes e atractivas, vale a pena apreciar a mestria destas obras, embarcando numa viagem conhecedora da vida e obra de São Bento – intitulado o patriarca dos monges do Ocidente e Patrono da Europa." 9
Este painel n. 7, conta a história de São Bento ter revelado os planos para a construção do mosteiro de Terracina e enviado frades para aquela cidade para o construírem.
Santuário de Nossa Senhora da Peneda
Município: Arcos de Valdevez - Viana do Castelo;
Localização: Santuário católico dedicado à Virgem Maria sob a invocação de Nossa Senhora da Peneda, ficando situado na freguesia de Gavieira;
Contactos: 932 833 740
"O santuário foi construído entre os finais do século XVIII e o terceiro quartel do século XIX. A igreja foi terminada em 1875, embora seja provável que a tradição secular de Nossa Senhora das Neves e a dinâmica beneditina estabelecida pelo percurso dos monges do Mosteiro arcuense de Ermelo para a Fiães, em Melgaço, desse lugar ao estabelecimento de um pequeno espaço de culto em redor do século XIII.
Diante da igreja encontra-se o escadório das virtudes, com estátuas representando a Fé, a Esperança, a Caridade e a Glória, datado de 1854, obra do mestre Francisco Luís Barreiros.
Após um largo triangular onde se situam os antigos dormitórios para os peregrinos (hoje transformados num hotel), o santuário desenvolve-se numa alameda arborizada em escadaria, com cerca de 300 metros e 20 capelas, com cenas da vida de Cristo.
Uma das capelas ostenta uma inscrição que atesta ter sido oferecida pelo negus da Etiópia. Ao fundo da alameda, numa praça circular, situa-se um pilar oferecido pela rainha Maria I de Portugal.
Na primeira semana de Setembro realiza-se no santuário um grande arraial popular e uma enorme festividade, com um dia, inclusive, dedicado aos romeiros galegos, numa conjugação única de tradição, religiosidade e celebração popular." 5
Santuário de Nossa Senhora da Abadia
Município: Amares;
Localização: Santa Maria de Bouro - 4720-643 Vilela (Amares);
Contactos: 253 371 197
Santuário Mariano inserido na paisagem frondosa do Gerês (confirmar)
"Considerado por muitos o mais antigo santuário mariano de Portugal, que teria sido construído entre os séculos VII e VIII e do qual já não restam quaisquer vestígios, situa-se hoje este santuário erguido no século XVII e dotado de algumas características semelhantes às do Bom Jesus de Braga: entre as árvores frondosas, o chilrear das aves e o murmúrio do ribeiro local, uma via sacra com oito capelas representativas da vida de Cristo e da Virgem, dispostas ao longo de um caminho íngreme. No largo fronteiro à igreja encontram-se o cruzeiro e dois edifícios: o da casa das ofertas dos romeiros e o dos antigos quartéis onde outrora os peregrinos pernoitavam, que presentemente alberga o Museu de Arte Sacra e Etnográfico da Confraria de Nossa Senhora da Abadia. Em estilo barroco, a igreja dispõe de três naves, separadas por arcadas de volta inteira assentes em colunas toscanas. Nas naves laterais, podem admirar-se vários altares, todos muito bem decorados e preservados pela paróquia local. A imponência do altar central é acentuada pelas suas imagens e pela armação em talha dourada. Existe também um órgão datado do final do século XVIII. Na fachada, refeita em 1725, destacam-se as torres aparelhadas a granito e a varanda ornada com azulejos renascentistas, a partir da qual se celebra a missa para os peregrinos e romeiros, especialmente nas festas do último domingo de maio e de 15 de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora. Nas imediações pode admirar-se a gruta onde o Frei Lourenço e o seu companheiro Paio Amado terão encontrado a imagem da Virgem ali escondida no século VIII pelos primitivos eremitas do Mosteiro da Montanha aquando da invasão árabe. Há também um museu e vários parques de merendas." 7
Santuário de Santo António de Mixões da Serra
Município: Vila Verde;
Localização: Mixões da Serra 4730-610 Vila Verde;
Contactos: 253 310 500
"Um Santuário diferente de todos os outros, é dedicado a Santo António. É palco de uma antiga tradição da Bênção dos Animais desde o século XVII. Dos muitos Santuários existentes em Portugal, este tem um caráter especial e diferente de todos os outros, mantendo-se a religiosidade e diferenciando-se somente à sua posição geográfica. Mixões da Serra, uma aldeia dos extremos, pois situa-se na fronteira dos concelhos de Vila Verde, ao qual pertence, e de Ponte da Barca, e situa-se na fronteira das Serras da Peneda e do Gerês.
É neste contexto que Mixões da Serra arrasta multidões pela sua fé como também por uma velha tradição que se arrasta por séculos. Quis a situação geográfica fazer com que esta localidade se situasse nas serras e montes, transformando a natureza em rude e agreste. E toda esta agressividade serrana permitiu que viesse ao de cima a tradição secular da Bênção dos Animais.
Bênção dos Animais
A presença humana nesta região é anterior à Nacionalidade, todavia a tradição da bênção dos animais remonta só ao século XVII, mais concretamente a 1680, quando os animais, que eram um meio de sobrevivência dos agricultores, foram atingidos por uma peste.
Nesta necessidade de ajuda por parte dos animais, os locais prometeram ao Santo António um templo dedicado se este os livrasse não só da peste como dos lobos. Promessa esta que foi feita, as preces foram ouvidas e o agradecimento ocorreu com a construção de uma pequena capela em honra de Santo António.
Desde então, no Domingo anterior ao dia 13 de Junho, dia daquele Santo, os animais são levados pelos agricultores a este local para a sua bênção.
Esta manifestação religiosa perdura até à atualidade, com esta configuração de gentes e animais que recorrem ao Santuário de ano para ano. A atual Igreja de Santo António de Mixões da Serra foi inaugurada em 1952, sendo esta construção possível com os esforços das gentes locais.
Vista geral
Sem uma arquitetura que se relacione com qualquer outra que se conheça, a fachada central é composta por três panos de três pisos, com o pano central ladeado por dois circulares em forma de torre. O primeiro piso é referente ao térreo em que se abre o portal principal em arco de volta perfeita. O segundo piso é percorrido por um varandim, dando acesso a um grande nicho com a imagem do Padroeiro. Este é encimado por um terceiro piso, formado por uma varanda com uma sineira de três sinos. Deste portal entra-se para a capela retangular, simples mas com o altar-mor profusamente decorado com motivos a ver com o Santo padroeiro." 7
Problemas do Parque Nacional da Peneda-Gerês
Segurança no Parque Nacional da Peneda-Gerês
O PNPG deveria instituir uma política abrangente de segurança, porque as pessoas na sua leviandade acedem às perigosas maravilhas naturais sem terem a noção do perigo, muitas vezes com limitações a nível da idade, preparação, vestuário ou calçado apropriado. Muitas vezes estas pessoas vão acompanhadas por filhos menores e já houve casos em que se fizeram acompanhar nas caminhadas pelos carrinhos de bebé.
Em relação às praias fluviais, conhecemos bem as três da albufeira da Caniçada, Alqueirão, México e Albufeira. Ainda não entendemos porque não têm vigilância na época balnear, nem nadadores salvadores. Segundo apuramos, a EDP dá como justificação que aquela área é para produção elétrica e não é balnear, baixando ou subindo os caudais da água conforme as suas necessidades de produção, ficando por vezes os banhistas com uma nesga de praia. A ser assim não entendemos porque há no entanto nestas praias bares e aluguer de todos os divertimentos aquáticos, alguém deve atribuir as respectivas licenças.
Nós alertamos com conhecimento de causa para este problema, porque estávamos presentes na última morte por afogamento de um jovem na praia da Albufeira em Vilar da Veiga, onde funciona nas imediações um bar e junto das águas são alugados todo o tipo de divertimentos aquáticos.
Afluência de pessoas ao Parque Nacional da Peneda-Gerês
O PNPG deveria seguir o bom exemplo do Arouca Geopark, na gestão da afluência de pessoas. A natureza está a ser sujeita nos meses de verão a uma pressão exagerada de pessoas, principalmente às suas cascatas e miradouros mais conhecidos. Tem que haver limitação de acessos e fiscalização se as pessoas têm condições para acederem aos locais com calçado e vestuário adequados.
Formação no Parque Nacional da Peneda-Gerês
O PNPG deve ter um comportamento mais enérgico e ativo nas suas cinco portas, abordando os visitantes e dando-lhes informações, panfletos, com as regras básicas e os comportamentos que devem ter e os que são proibidos. Os visitantes não devem ser deixados por sua conta e risco nesta área.
Divulgação do Parque Nacional da Peneda-Gerês
O PNPG sendo o único parque nacional português raramente aparece nos órgãos de comunicação social por motivos positivos, sendo muitas vezes notícia pelos graves acidentes que as pessoas sofrem. O parque deve criar campanhas com um programa mais virado para fora, porque em nosso entendimento está muito passivo e virado para o seu interior.
Fiscalização no Parque Nacional da Peneda-Gerês
O PNPG deve ser mais fiscalizado, com agentes para darem informações, vigilantes para controlar os acessos e autoridades para sancionar quando for necessário. Temos contudo de dizer que nos parece a fiscalização destes espaços já aumentou, mas é ainda em nossa opinião insuficiente.
Proteção no Parque Nacional da Peneda-Gerês
O PNPG tem que proteger a sua natureza, fauna e flora e os visitantes que acorrem ao parque. Esta proteção será dada com mais segurança, controle da afluência, formação, divulgação e fiscalização.
Não entramos nesta pequena avaliação na relação do PNPG com as populações locais, porque sempre que trilhamos os seus caminhos ouvimos queixas dos moradores, empresários, mas isso pelo menos por agora terá que ficar para os políticos seus representantes.
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão referenciadas no canto inferior esquerdo.
1 - Monumentos ao Cão Sabujo da Serra do Soajo
2 - cmav.pt
3 - turismo.cm-terrasdebouro.pt
4 - walkingpenedageres.pt
5 - visitarcos.pt
6 - sbento.pt
7 - visitportugal.com
8 - Câmara Municipal de Arcos de Valdevez
9 - loja.sbento.pt
Referências bibliográficas
(Barros, 2017) - da Cunha Barros, J. (2017). Turismo, natureza, património e memória nas comunidades de montanha. Recursos e sustentabilidade no Parque Nacional da Peneda-Gerês. International journal of scientific management and tourism, 3(1), 339-355.
(Wordsworth, 2020) - Wordsworth, D. (2020). Diário de uma Viagem a Portugal e ao Sul de Espanha (1ªth ed.). ASA.