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Vale de Cambra (18)

Vale de Cambra

"O concelho de Vale de Cambra está inserido na Meseta Ibérica, com as Serras da Freita e do Arestal a fazerem a divisão entre o litoral e o interior. A área do concelho de Vale de Cambra é de 147,33 Km2 (Instituto Nacional de Estatística, 2014), distando este concelho 51km de Aveiro e 42 Km do Porto (Santos, 2004).

As fronteiras do concelho são a Norte-Noroeste com Arouca, a EsteSudeste com Oliveira de Frades, a Oeste-Sudoeste com Oliveira de Azeméis, a Este com São Pedro do Sul e a Sudeste com Sever de Vouga. É um dos 19 concelhos que integram o distrito de Aveiro (Santos, 2004), fazendo também parte da Nomenclatura de Unidade Territorial (NUT) III de Entre Douro e Vouga, juntamente com os concelhos de Arouca, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e São João da Madeira (Instituto Nacional de Estatística, 2014).

Administrativamente, o município de Vale de Cambra está dividido em seis juntas de freguesia (Arões, Cepelos, Junqueira, Macieira de Cambra, Rôge, São Pedro de Castelões) e por uma junta de freguesia de união (Vila Chã, Vila Cova de Perrinho e Codal) (Câmara Municipal de Vale de Cambra, 2015a).” em Pinho, P. M. (2015)

“Em termos de evolução histórica, os testemunhos da presença humana em Vale de Cambra remontam a vários séculos atrás, existindo vestígios de que foi povoado no IV/V milénio A.C., que durante a incursão romana não houve uma verdadeira ocupação e que na idade média os pequenos casais deram origem às atuais aldeias e lugares.

No século XVI, durante o reinado de D. Manuel I, mais concretamente em 1514, o então rei de Portugal confere o foral à terra de Cambra (Queiroga & Marques, 2014). A 31 de dezembro de 1926, a sede do concelho que se encontrava em Macieira de Cambra foi extinta, passando para o lugar da Gandra, na freguesia de Vila Chã, dando assim origem ao concelho de Vale de Cambra (Câmara Municipal de Vale de Cambra, 2009). A urbe de Vale de Cambra foi elevada a cidade a 2 de julho de 1993 pelo Decreto-Lei N.º 26/93 (Marques, 1993)” em Pinho, P. M. (2015)

Os sabores gastronómicos da região são um dos cartões de visita. Com pratos típicos como imagem de marca, desde a vitela assada, aos enchidos caseiros, ao presunto. Assim como os vinhos verdes detentores de um sabor único. Fonte: portal.amp.pt

Pinho, P. M. (2015). O papel dinamizador do turismo no espaço rural: o caso das aldeias da Felgueira e do Trebilhadouro [Doctoral dissertation, Universidade de Aveiro]. Repositório Institucional da Universidade de Aveiro.

A Cascata do Poço do Linho fica localizada na aldeia de Paraduça, freguesia de Arões, concelho de Vale de Cambra, no distrito de Aveiro. Esta maravilha é caracterizada pela sua beleza e enquadramento natural. A mesma tem boas condições para no verão se poder passar uma tarde agradável a nadar ou dar mergulhos em altura nas suas profundas águas. Ao contrário de outras, a mesma fica bem acessível, junto a uma estrada e dotada agora de modernos passadiços. Ali perto fica localizada a aldeia de Paraduça, onde pode visitar a sua Casa da Broa e provar esta e outras iguarias regionais. Pode também conhecer o seu núcleo de moinhos de rodízio recuperados e se tiver vontade fazer o seu percurso pedestre. Por estas terras não faltam motivos de interesse que pode conhecer ao ler este artigo e aproveitar os dias quentes para visitar estas terras do interior. 

Paraduça é uma aldeia da freguesia de Arões, concelho de Vale de Cambra, situada entre as Serras da Arada e do Arestal, no limite dos distritos de Aveiro e Viseu. As suas terras são banhadas pelas Ribeiras de Paraduça e Agualva, que desaguam no Rio Teixeira. Na primeira delas o Poço da Cascata do Linho impressiona pela sua beleza e os novos passadiços ajudam na sua contemplação. Aqui ainda se partilham moinhos comunitários de rodízio para moer farinha, fornos para cozer a sua conhecida broa de milho e vezeiras para partilhar a água. A sua associação local dinamiza e preserva as suas antigas tradições, que pode agora na Casa da Broa receber os visitantes e fortalecer a sua identidade. Os Baldios de Paraduça protegem e plantam floresta autóctone e lutam contra a proliferação do eucalipto. Aqui existe uma simbiose perfeita entre riqueza natural e cultural e o dinamismo das suas gentes e associações irão fortalecer a sua identidade e levar forasteiros a quererem visitá-la combatendo a sua interioridade e desertificação.

O município de Vale de Cambra alberga no seu reino três belas aldeias, que embrenhadas nas serras poderá conquistar, Trebilhadouro, Felgueira e Lomba. As duas primeiras ostentam a marca de qualidade “Aldeias de Portugal”, mas todas estão inseridas nas “Montanhas Mágicas”. Estas terras partilham a ruralidade, autenticidade, tradições, natureza, ribeiros e serras. Neste artigo vamos caminhar por este concelho, visitar estas aldeias e perceber algumas das razões que levam ao seu declínio e desertificação. Estudamos também que medidas foram implementadas para as revitalizar sem as descaracterizar.

Pelo percurso pedestre do PR3 – Vereda do Pastor - Arões - Vale de Cambra, o Ondas da Serra foi conhecer as aldeias mais icónicas da encosta sul da Serra da Freita, Covô, Agualva e Lomba. Nesta caminhada ainda passamos por duas povoações já abandonadas de Porqueiras e Berlengas. Este trilho é muito rico em termos arquitetónicos, naturais, fauna e flora, onde podemos apreciar um núcleo composto por 15 canastros ou espigueiros, duas bonitas cascatas, luxuriantes ribeiros e belíssimas paisagens de montanha. Do alto das suas serranias pode-se observar a linha costeira que é coberta ao raiar da aurora e crepúsculo por uma envolvente neblina que é suplantada pela altitude, escondendo as riquezas dos horizontes e fundos dos vales.

‘E onde estamos nós?’

Pois bem, voltamos ao Vale Mágico (Paraduça e suas gentes) e… saindo do vale rumamos à montanha. Sempre rodeados de um verde arrebatador fomos até à fronteira com Arouca e encontramos o que a vista não alcança para entrar pela Quinta do Pinho adentro.

Vale de Cambra possui aldeias rurais tradicionais, que dá gosto visitar, como sendo, Paço de Mato, Viadal, Vilar e Gatão. Muitas delas ainda mantem o seu caracter antigo do granito, onde se destaca a pedra, vielas fechadas e alguma agricultura, pastorícia e pecuária. Fomos conhecer estas terras, pedalando nas nossas bicicletas, onde destacamos a Capela de Nossa Senhora da Boa Viajem – Vilar, a conversa com o jovem Pastor Luís e as pontes da Fontinha e Pisão.  

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