Ondas da Serra
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A Estrada do Portal do Inferno é uma estreita via sinuosa, com perto de 18 km, a cerca de 1000 metros de altitude que percorre uma crista altaneira da Serra da Arada, caracterizada pelas suas falésias abruptas e precipícios infinitos, que metem medo ao olhar e fazem temer os incautos. O seu percurso em pleno coração do Maciço da Gralheira, começa perto da Capela de São Macário em São Pedro do Sul e termina na aldeia de Ponte de Telhe em Arouca, nos distritos de Viseu e Aveiro. A sua beleza é enaltecida na primavera quando a serra se pinta de tons verdes, amarelos, laranjas e lilases da carqueja, urze e giestas e que perfumam o ambiente e inebriam os sentidos. No seu percurso passa pelo geossítio do Portal do Inferno da Garra, com uma visão panorâmica de arrepiar sobre o vale por onde corre o Rio Paivô e Aldeia de Portugal de Covas do Monte. Os pontos de interesse são variados, desde as aldeias típicas de montanha em xisto, mariolas dos pastores, gado bovino e caprino que pasta livremente, fauna e flora. A mesma é muito popular entre os ciclistas e motociclistas, embora alguns corajosos condutores de automóvel também se aventurem pelos seus domínios.
Os Passadiços do Côa nasceram em Vila Nova de Foz Côa, na região do Alto Douro, do distrito da Guarda, perto do museu da arte rupestre. Este pequeno percurso em extensão é grandioso em significação pelas paisagens vertiginosas que brotam do horizonte. O quadro que se abre ao visitante é gigantesco e exerce uma força que remete para a história humana com milhares de anos. A vista alcança paz nos rostos serenos dos Rios Douro e Côa que aqui se enamoram. Nos seus vales foram identificados e classificados dois patrimónios protegidos pela UNESCO, Sítio Pré-Histórico de Arte Rupestre do Vale do Côa e Alto Douro Vinhateiro. Pelas íngremes escadas o visitante poderá consultar informação sobre arte rupestre, pombais, biodiversidade, património natural e arquitetónico desta região. A viagem termina junto à antiga estação desativada da Linha do Douro desta terra, que a esperança quer ver renascida. Na subida de regresso mais custosa as pessoas podem imaginar os esforços para percorrer estas arribas, dos nossos ancestrais para viver, caçar, fugir ou esculpir a rocha e já mais tarde plantar e vindimar para o mundo celebrar.
O Camino de Hierro, fica localizado em La Fregeneda, município raiano da Diputación de Salamanca, comunidade autónoma de Castilla y León, em Espanha. Esta Rota dos Túneis e Pontes, como é conhecida em Portugal, tem início naquela antiga estação e termina na Ponte Internacional Ferroviária sobre o Rio Águeda, que ali desagua no Rio Douro e faz fronteira com Barca D’Alva em Portugal. Este percurso pedestre oficial está bem organizado, sinalizado e com guias que prestam toda ajuda necessária. O traçado aproveita uma fração da antiga Linha Ferroviária do Douro desativada, que foi construída no séc. XIX. Naquela época esta foi uma obra de referência pelas dificuldades em vencer uma geográfica acidentada, que teve custos elevados a nível humano e económico. Na sua construção chegaram a trabalhar duas mil pessoas, que operavam em condições agrestes e algumas tiveram acidentes fatais. Esta caminhada com 17 km de extensão, tem vindo aumentar de popularidade, pela impressionante sucessão de 20 túneis e 10 pontes e estar inserida no Parque Natural das Arribas do Douro. As suas obras audazes de engenharia e natureza vertiginosa têm levado em crescendo os portugueses para esta aventura pela sua espetacularidade e experiência inesquecível. Neste artigo irá encontrar um guia descritivo, histórico, técnico, informativo, com mapas e fotos de modo a poder conhecer o percurso e poder planear da melhor forma a sua viagem se pretender vencer este desafio.
Na Açoreira, terra transmontana do município de Torre de Moncorvo, realiza-se anualmente um evento denominado Rota das Pipas, organizado pela Associação Recreativa e Cultural da Açoreira. Neste percurso pelas ruas da terra os boémios convidados, novos, velhos, homens e mulheres, munidos duma pequena caneca, vão bebericando o néctar dos produtores vinícolas durienses desta aldeia. O cortejo muito cerimonioso leva também a carrinha da Maria com petiscos e doçaria. O ambiente é animado por grupos musicais com cantorias, bombos, concertinas e gaitas de foles, que junta todo o povo a cantar e dançar. O dia começa bem cedo, com o estoirar de foguetório, matança tradicional do porco e farto pequeno-almoço. Ao meio dia é servido um rico repasto, com finas carnes e odoríferos vinhos. O menu é composto por pratos típicos da matança, com soventre, migas de sarrabulho e feijoada. Esta festa de arromba, acontece no último sábado de fevereiro e coincide com as amendoeiras em flor, que enchem o ambiente de fragrâncias especiais. Todos participam na festa, com trabalho, vontade de comer ou beber. Alguns por terem muita sede dão por vezes grandes rombos no chão para grande contentamento de Dionísio por ter por companheiros ébrios profissionais.
A Cascata das Aguieiras fica localizada na freguesia de Alvarenga, concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Esta queda de água é o geossítio de interesse com a identificação G35 do Arouca Geopark. Esta maravilha geológica destaca-se pelos sucessivos desníveis por onde a água, proveniente da ribeira com o mesmo nome, se precipita e que no conjunto totalizam cerca de 160 metros. A torrente em queda é descarregada na Garganta do Rio Paiva, onde este curso de água adquire um carácter violento e feroz para vencer as encostas estreitas. A sua importância é reforçada pela forma como pode ser observada pelo miradouro integrado nos Passadiços do Paiva ou Ponte Suspensa 516 Arouca.
O poder da palavra escrita aliada ao saber e cultura de pessoas criativas e talentosas serve de farol aos náufragos em mares grossos e revoltosos. Muitos pagaram com a vida a ousadia de pensar diferente e querer ensinar os homens a ver claramente e não se deixarem enganar pelos algozes tirânicos do pensamento e liberdade. Hoje existe uma censura velada a quem ouse colocar em causa os poderes instalados, sejam económicos, políticos, religiosos ou culturais. Não se pode analisar o passado com os olhos do presente. Neste artigo vamos dar a conhecer 11 escritores do distrito de Aveiro, que foram distinguidos na exposição conjunta itinerante, denominada "Autores da região de Aveiro", realizada na Biblioteca Municipal de Ovar, no período compreendido entre 12 de janeiro e 09 de março de 2024. A mesma foi organizada pela Rede de Bibliotecas Municipais da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro a pretexto do seu 10º aniversário - celebrado em dezembro de 2022.