Palmira Tavares dá vida aos Robertos Palmira Tavares como o peixeiro da história "O macaco do rabo comprido"
sábado, 01 julho 2017 14:58

Palmira Tavares dá vida aos Robertos

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No dia 17 de junho à tarde fomos ao Parque da Cidade de Lourosa, onde estivemos à conversa com Palmira Tavares que faz parte do Rancho Folclórico “Os Malmequeres de Lourosa” e integra dois projetos de Robertos, “Os Robertos vão à escola” e “Mãos que falam”.  Para quem não sabe os Robertos são aqueles fantoches com uma voz estridente e que faz lembrar uma cana rachada. Estava previsto assistirmos a um espetáculo com os bonecos, contudo o forte calor que se fazia sentir e sucessivos adiamentos inviabilizaram a nossa pretensão, mas não foi por isso que deixamos de falar com a mesma.

Palmira Tavares dá vida aos Robertos

Palmira Tavares dá vida aos Robertos - Macaco do rabo comprido

O rancho acima referido quando efetua espetáculos dança as modas típicas da terra e faz recriações dos lanches antigos, das merendas e exibem um espetáculo dos Robertos.

História dos Robertos no Rancho Folclórico “Os Malmequeres de Lourosa”

A história de como surgiu os Robertos no rancho começou em 2013 na festa dos cem anos em Arcozelo e desde aí estiveram sempre presentes em todas as saídas do grupo. No entanto só no início deste ano é que pelo facto da Palmira ser educadora de infância e estar desempregada teve tempo para poder abraçar novos desafios, nomeadamente este projeto dos Robertos e de teatro. A dona Arminda que é a responsável do grupo folclórico falou com o ensaiador do mesmo e dos Robertos e como ele estava muito sobrecarregado passou essa responsabilidade para ela.

Como os Robertos entraram na vida da Palmira Tavares

A Palmira no seu curso de educadora de infância tinha uma disciplina de expressões onde construiu uma mascara em papel e uma marioneta em forma de esqueleto. O seu professor levou os alunos a representar uma peça um pouco às escondidas no parque da cidade no Porto. Para transportar e guardar o boneco foi construída uma mala e uma caixa para as pessoas contribuírem se o desejarem. Claro que se aparecesse alguma autoridade tinham que fugir porque era um espetáculo efetuado um pouco clandestinamente. Tudo isto despertou nela a paixão pela arte que também está ligada à sua outra paixão que são as crianças.

Já este ano pediu ao explorador do café no Porto “O Carpa”, autorização para representar a peça “Um jardim de margaridas”, onde é chamada atenção para a descriminação. Este espetáculo correu muito bem e deu-lhe forças para continuar.

Projetos “Os Robertos vão à escola” e “Mãos que falam”

Deve-se clarificar que este projeto dos Robertos está dividido em duas vertentes, uma desenvolvida pela Palmira “Os Robertos vão à escola” e a outra pertencente ao grupo folclórico “Mãos que falam”. Esta divisão deve-se ao facto dos projetos terem objetivos diferentes, no primeiro há mais interação com as crianças e está direcionado para a educação.

Os bonecos podem contar várias histórias em forma de drama ou cómicas, embora estejam mais ligados a esta última categoria. Os mesmos são manipulados com as mãos e antigamente eram feitos em pasta de papel que demorava bastante tempo a secar, atualmente já são feitos com materiais mais leve.

A história do “Macaco do rabo cumprido”

Esta mudança para materiais mais fáceis de trabalhar permitiu à Palmira chamar mais crianças para rancho porque os bonecos ficam mais leves e fáceis de manipular. O rancho já tem algumas crianças a dar vida aos Robertos, até porque contam a história do “Macaco do rabo cumprido”. Este conto foi um pouco alterado para dar mais espetáculo e dura aproximadamente 40 minutos. O mesmo já foi exibido em Argoncilhe, Arrifana e brevemente irá ser apresentado nas coletividades de Lourosa.

Esta história do macaco conta que ele está sempre insatisfeito por ter ou não ter rabo, mas ao mesmo tempo demonstra ter bom coração e sabe partilhar, remetendo para a natureza humana e mais não se pode contar para não desvendar o mistério e a surpresa para quando o forem ver.

Os Robertos também vão às escolas

Como já se referiu anteriormente estes espetáculos podem ser também representados nas escolas com objetivos didáticos. No inicio as crianças escolhem dum livro de conto a história que irá ser representada. A diferença fundamental é que as personagens que vão animar o conto são criadas pelas próprias crianças com materiais simples.

A Palmira e a sua equipa também fazem uns Robertos em miniatura para serem colocados no topo dos lápis. Desta forma por um preço simbólico o publico fica com uma recordação dos espetáculos e ajudam-nos a comprar materiais. Estas pequenas criaturas são feitas de esferovite, fita de papel, cola branca tintas e tecidos. Mas só a arte destes artesãos pode dar vida às que nos foram apresentadas a “Ti Maria” e o “Ti Manel”, que por sinal está noivo dela.  

A Palmira desde que acabou o curso de Educadora de Infância só fez um trabalho de nove meses no curso de formação profissional já aqui referido. Disse-nos gostar de crianças e não vê a hora para o voltar a trabalhar com elas, mas o tempo vai passando e nada aparece, foi por esta razão que abraçou o projeto dos Robertos.

Mas falar com a Palmira é ir descobrindo facetas muito bonitas porque ela até já escreveu um livro para crianças, “Um dia no jardim de infância”, da Papiro Editora. As ilustrações do mesmo foram feitas por crianças sendo especialmente indicado para crianças até aos cinco anos. Por aqui se vê que o universo onde se move a Palmira está cheio de crianças e ele sente a falta dum trabalho efetivo.

Se alguém necessitar de entrar em contacto com este grupo para eles contarem as suas histórias podem telefonar para a Palmira 937 341 897 ou então por email Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

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