Ondas da Serra

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Neste artigo exibimos uma seleção dos melhores percursos pedestres e trilhos do distrito de Viseu que o Ondas da Serra já percorreu. Esta região de Dão-Lafões é muito rica a nível natural, histórico e arquitetónico, criando caminhos milenares que merecem ser encontrados e percorridos. Por estas serras nascem ribeiras e rios, que moldaram a paisagem, com profundos vales, cascatas, poços e praias fluviais. Os vários concelhos criaram percursos de eleição para potenciar o seu turismo e economia. Viseu já foi servido por duas vias férreas, que foram encerradas vilmente nos finais do século passado, as vias do Vouga e Dão. Este erro histórico foi parcialmente colmatado com a sua conversão em esplêndidas ecopistas, das mais extensas e bonitas de Portugal. Vamos também enumerar as vantagens de fazer caminhadas para a saúde e estar em contacto direto com a natureza.

O PR8 - Trilho da Pombeira, é um percurso pedestre de Castro Daire, que tem início junto ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios de Lamelas. O seu trajeto passa por aldeias rurais, onde vagueiam cabras e pastam vacas, calcorreando Lamelas, Vilar, Codeçais e Pombeira. O mesmo destaca-se pela sucessão vertiginosa de quedas de água do Rio Vidoeiro, que nasce na Serra de Montemuro, e que escavou este vale ao longo de milhares de anos.  Esta é uma aventura que exige passar rios por poldras, apreciar cascatas, cavalgar no baloiço do Cavaleiro e acabar enamorado no Coração da Pombeira. Aqui está a nascer o Pombeira Adventure Park, que irá ser um marco turístico em destaque nesta região. Alguns projetos já foram ou estão em fase final de conclusão, como a maior Via Ferrata de Portugal, com três assustadoras pontes Himalaias, construída aproveitando as abruptas encostas graníticas, um radical miradouro da Pombeira e um Trilho da Aventura.

Sistelo é uma aldeia de montanha, situada no interior nortenho, do concelho de Arcos de Valdevez, enclausurada no alto da Serra da Peneda em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. Ao longo da história os seus habitantes moldaram a paisagem montanhosa agreste, profundamente rural, em socalcos para amanharem o sustento e criarem bovinos da raça cachena. Os forasteiros apaixonaram-se pela sua beleza e começaram a chamar-lhe de Tibete Português. O rio Vez atravessa o seu vale e o povo chama-lhe seu e canta-lhe canções de amor. A sua eloquência é realçada por quem percorrer a sua ecovia ou passadiços. No entanto, a desertificação do interior também atingiu esta terra e os seus habitantes permanentes contam-se pelos dedos das mãos. Isto levou ao abandono agrícola que tem apagado a sua marca distintiva, com o crescimento de vegetação e derrocadas nos socalcos abandonados outrora totalmente cultivados.

O percurso pedestres PR24 – Trilho dos Socalcos do Sistelo, desenvolve-se nesta freguesia do concelho de Arcos de Valdevez. Esta caminhada é caracterizada pelos socalcos que contribuíram para ter ganho o título de ser uma das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de Aldeia Rural. Esta forma que os seus antepassados arranjaram para moldar a paisagem e conseguirem cultivar as terras para o seu sustento, mudam de tonalidade e beleza conforme as estações do ano. Pelo caminho poderão ser encontrados traços da sua ancestralidade e práticas agrícolas. Por vezes nos lugares mais inusitados descansam ou pastam bovinos da raça Cachena, alheios ao tempo e curiosidade dos forasteiros. Os socalcos, muros, espigueiros e casas em granito, das aldeias de Sistelo e Padrão conferem um caráter respeitoso e austero, da sua velha longevidade, mas que lentamente estão a morrer degradados pelo abandono. Subir estas encostas e ver Sistelo ao longe, rodeado de socalcos é uma das melhores formas de abarcar a sua beleza paisagística e de o celebrar.

A Aldeia da Paradinha nasceu em Alvarenga, Arouca, no distrito de Aveiro, entre as serras da Freita e Montemuro. A sua construção vernacular de traça tradicional em xisto e ardósia valeu-lhe a distinção de Aldeia de Portugal. O seu casario em cascata numa encosta montanhosa estende-se até ao Rio Paiva onde nasceu uma aprazível praia fluvial e parque de merendas. Aqui já não existem moradores permanentes, só turistas do alojamento local ou casas restauradas. Muitos desses casebres e empreendimentos hoteleiros foram recuperados ou construídos, por vezes com materiais e técnicas inapropriadas que desvirtuam a sua autenticidade rural. A beleza desta aldeia e seu enquadramento natural podem ser abraçados do miradouro “Mira Paiva”, que lança vistas para o rio serpenteante no fundo do vale, que desemboca nos Passadiços do Paiva a jusante. Esta região há milhões de anos foi um mar pouco profundo e onde subsistem fósseis e vestígios geológicos, para quem souber procurar.  Existem muitos pontos de interesse arquitetónicos, geológicos, naturais e gastronómicos, que podem ser apreendidos e que vamos partilhar.        

O Trilho dos Pescadores é constituído por 13 etapas, com 226,5 km, com início em Sines, no sudoeste Algarvio e final em Lagos, nos Algarves. Estes percursos pedestres destacam-se pela beleza das assombrosas e arrepiantes arribas arrebatadas, ao longo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A fauna e flora são ricas e exuberantes, que lançam fragrâncias que se elevam na maresia e lhe inebriam os sentidos. Os nevoeiros matinais escondem segredos que o sol teima desvendar. Há recantos nos profundos abismos, que nunca houveram visto viva alma e poderão abrigar um tempestuoso Neptuno. Este é o reino da sedutora Calipso que o tenta atrair para o aprisionar na sua caverna, com o marulhar das águas, canto das aves, zumbido dos bichos e sibilante vento. Do alto dos pináculos poderá maravilhar-se com paisagens longínquas, praias exuberantes e pequenas enseadas com perdidos portos de pesca. Os seus caminhos milenares foram abertos pelos pescadores na sua árdua faina marítima. Neste artigo vamos contar-lhe a aventura da nossa da 5 etapa, entre Zambujeira do Mar e Odeceixe e como ficamos enamorados pela demanda do seu tesouro que havemos de abarcar.