Ecopista do Dão - Reportagem com informação detalhada para o seu planeamento
Foto: cm-santacombadao.pt
A Ecopista do Dão é seguramente uma das mais bonitas de Portugal e a melhor da região centro, pela sua beleza, extensão, história, atrações e altas pontes metálicas que provocam arrepios até nos mais temerários. Nesta reportagem desenvolvemos a nossa avaliação e tentamos reunir a informação que se encontra dispersa por várias fontes online e painéis colocados ao longo da ecopista, que vão sofrendo a degradação natural e alguns já estão deteriorados ao ponto de estarem quase ilegíveis. Desta forma esperamos que os nossos leitores que pensem percorrê-la possam saber antecipadamente o que podem ver, ler e aprender, porque no local há muita informação e por vezes não há tempo para o fazer com atenção.
Começamos esta aventura no sentido ascendente, entre Santa Comba Dão e Viseu, para no regresso já fatigados o percurso ser a descer. O nosso automóvel ficou estacionado junto da Estação de Santa Comba Dão. A bicicleta que utilizamos é um modelo regular para BTT e não nos consideramos especialistas nesta modalidade. Nós gostamos das Ecopistas porque podemos facilmente sair do seu percurso para explorar outros motivos de interesse, tirar fotografias, fazer vídeos ou falar com as pessoas. Neste caso saímos do percurso para visitar o centro de Tondela, Póvoa de Rodrigo Alves - Tonda, Canas de Santa Maria e Farminhão, tendo no final feito mais de 100 km. Não se esqueça de proteger o corpo do sol com creme, levar água e parar para fazer pequenos lanches.
"A Ecopista do Dão percorre o trajeto dos carris da antiga ligação ferroviária entre Santa Comba Dão e Viseu, numa extensão de 49 km. As suas vistas magníficas surpreendem o visitante a cada curva do rio, com recantos povoados por castanheiros e carvalhos, campos cultivados e pequenos povoados distribuídos harmoniosamente pela paisagem, dominada pela albufeira da Aguieira."3
"Embora desativada para o comboio, a Linha do Dão continua viva, já que do seu traçado nasceu em 2012 a Ecopista do Dão. Desta forma, a pé ou de bicicleta, tornou-se possível usufruir novamente do património arquitetónico e paisagístico da antiga linha e do rio Dão, que a acompanha."2
Pode ler esta reportagem na totalidade ou clicar no título abaixo inserido para um assunto específico:
- Informação prática da Ecopista do Dão
- Localização da Ecopista do Dão
- Ficha Técnica da Ecopista do Dão
- As três cidades da Ecopista do Dão
- Mapa do percurso da Ecopista do Dão
- Pontos de interesse assinalados no mapa do percurso
- Antigas estações, apeadeiros, pontes, túneis e viadutos;
- Centros de BTT de Viseu;
- Época aconselhada para fazer a Ecopista do Dão;
- Código de conduta da Ecopista do Dão;
- Contactos úteis da Ecopista do Dão;
- História da Linha do Dão e Ecopista do Dão
- Descrições do percurso da Ecopista do Dão
- Antigas estações e apeadeiros em destaque da Ecopista do Dão
- Estação de Santa Comba Dão - Linha da Beira Baixa
- Estação de Treixedo
- Estação de Tonda
- Estação de Tondela
- Estação da Sabugosa
- Estação de Parada do Gonta
- Estação de Farminhão
- Estação de Torredeita
- Apeadeiro de Mosteirinho
- Estação de Figueiró
- Apeadeiro de Travassos de Orgens
- Depósito de água da antiga Estação de Viseu
- Pontos de Interesse da Ecopista do Dão – Património natural
- Pontos de Interesse da Ecopista do Dão – Património arquitetónico
- Pontos de Interesse da Ecopista do Dão – Património religioso
- Gastronomia e Vinhos da Ecopista do Dão
Informação prática da Ecopista do Dão
Localização da Ecopista do Dão
A Ecopista do Dão fica localizada no distrito de Viseu e resultou do aproveitamento do antigo traçado da Linha de Caminho de Ferro da Beira Alta, que ligava Santa Comba Dão a Viseu. A mesma está dividida em 3 etapas, Santa Comba Dão, Tondela e Viseu, podendo ser percorridas isoladamente ou na totalidade consoante a disponibilidade física e tempo de cada pessoa.
Início da Ecopista do Dão em Santa Comba Dão: Início no Vimieiro, junto da Estação CP de Santa Comba Dão, nas imediações do viaduto ferroviário da Linha da Beira Alta. Tenha em atenção que esta estação e imediações estão em obras e terá por isso que descer até à Albufeira da Aguieira e subir por um caminho de terra batida até à Ecopista. Quando as obras estiverem concluídas irá existir uma nova ponte metálica para aceder à ecopista que já está no local, mas ainda está fechada à circulação até à conclusão dos trabalhos;
Início da Ecopista do Dão em Tondela: Início no meio do Túnel de Parada - Santa Catarina, antes da antiga Estação da CP de Parada de Gonta;
Início da Ecopista do Dão em Viseu: Início em Viseu junto ao acesso poente ao Parque Urbano da Aguieira e à Rua Quinta da Azenha.
Ficha Técnica da Ecopista do Dão
- Tipo de percurso: Linear. Sentido Santa Comba Dão - Viseu, a subir. Viseu - Santa Comba Dão, a descer;
- Quantos km tem a Ecopista do Dão: A Ecopista do Dão é uma ciclovia com 49 km entre Santa Comba Dão e Viseu. A Linha do Dão, antiga linha ferroviária entre Santa Comba Dão e Viseu, foi desativada em 1988, tendo sido transformada em 2011 na Ecopista do Dão. Esta ecopista é mais extensa de Portugal e uma das mais bonita.
- Tipo de piso; Pavimentado;
- Acesso à Ecopista do Dão: A Ecopista destina-se à prática de passeios pedonais, cicloturísticos, em cadeiras de rodas, em patins, e outros meios de mobilidade não motorizados (Regras de Conduta);
- Cor do piso diferenciada por concelhos: Santa Comba Dão - azul, Tondela - Verde e Viseu - Vermelho;
- Distância Santa Comba Dão - Viseu: 49,6 Km; Duração bicicleta: 04h30; Duração caminhada: 17h00;
- Distância Santa Coba Dão - Tondela: 20,1 Km; Duração bicicleta: 02h00; Duração caminhada: 07h00;
- Distância Tondela - Viseu: 29,5 Km; Duração bicicleta: 02h30; Duração caminhada: 10h00;
- Desnível acumulado: +1159 / -889;
As três cidades da Ecopista do Dão
As três cidades da Ecopista do Dão, Santa Comba Dão, Tondela e Viseu pertencem ao distrito com o mesmo nome, ficando localizadas na antiga província da Beira Alta, região do Centro e sub-região Viseu Dão-Lafões. Santa Comba Dão a nível natural e geográfico fica situada entre os rios Dão e Mondego e equidistante da cidade de Viseu e Coimbra. Tondela a nível natural é banhada pelo rio Dinha que nasce no lugar de Covas, no concelho de Vouzela na Serra do Caramulo, com 35 quilómetros de extensão e que desagua no rio Dão. Viseu é uma cidade portuguesa sede do distrito, possuindo 34 freguesias e 24 concelhos.
Mapa do percurso da Ecopista do Dão
Pontos de interesse assinalados no mapa do percurso
- Bosque de Carvalhos;
- Ponte de Mosteirinho – Miradouro para a Serra do Caramulo e para o Vale da ribeira de Asnes;
- Bosque de Carvalhos;
- Bosque de Carvalhos;
- Bosque de Carvalhos;
- Túnel de Santa Catarina;
- Bosque de Carvalhos;
- Ruínas da Estação de Santa Ovaia;
- Miradouro – Vinhas do Dão e Serra da Estrela;
- Foz do rio Dinha e rio Asnes
- Marmitas Gigantes do Dão;
- Miradouro do Rio Dão;
- Ponte do Granjal;
- Bosque de Carvalhos
Antigas estações, apeadeiros, pontes, túneis e viadutos
00,00:Santa Comba Dão (Es)
00,45:Pontão da Linha da Beira Alta
04,36:Ponte do Granjal
05,93:Treixedo (Es)
08,84:Ponte de Nagozela
08,95:Nagozela (Es)
10,12:Viaduto ER230
14,37:Tonda (Es)
16,47:Porto da Lage (Es)
19,59:Ponte de Tinhela
20,38:Tondela (Es)
22,52:Naia (Es)
24,95:Casal do Rei (Es)
26,59:Sabugosa (Es)
29,73:Parada de Gonta (Es)
30,81:Tunel de Póvoa da Catarina
32,37:Farminhão (Es)
35,03:Várzea (Ap)
36,46:Torredeita (Es)
38,23:Mosteirinho (Ap)
38,29:Ponte de Mosteirinho
40,26:Tunel de Figueiró
40,94:Figueiró (Es)
42,86:Travassós de Orgens (Ap)
44,38:Passagem de Nível Ponte Mourisca
45,98:Tondelinha (Ap)
47,78:Vildemoinhos (Ap)
48,83:Antiga Linha do Vouga
49,21:Viseu (Es)
Notas: Distância em quilómetros, (Es - Antiga Estação), (Ap, antigo apeadeiro).
Centros de BTT de Viseu
- Centro de BTT de Viseu;
- Centro de BTT de Nelas;
-
"Os Centros de BTT homologados pela União Velocipédica Portuguesa / Federação Portuguesa de Ciclismo são infraestruturas desportivas de lazer, de acesso gratuito e que permitem praticar uma ou mais disciplinas de BTT. As suas infraestruturas encontram-se equipadas com instalações permanentes de receção e apoio e incluem uma rede estruturada de percursos sinalizados que diferem pelo seu grau de exigência física e técnica. Existem 4 níveis de percurso, o Verde – Fácil, acessível a praticantes iniciantes com ou sem experiência, o Azul – Intermédio, acessível a praticantes regulares com alguma experiência, o Vermelho – Difícil, para praticantes experientes e com boa condição física e o Preto – Muito Difícil, para praticantes muito experientes que procuram desafiar-se a pedalar em plena Natureza por todo o tipo de trilhos possíveis."1
Época aconselhada para fazer a Ecopista do Dão
"O percurso pode ser efetuado em qualquer época do ano, tendo os seus utilizadores que tomar algumas precauções face às elevadas temperaturas que se podem fazer sentir durante o verão."2
Código de conduta da Ecopista do Dão2
- A Ecopista destina-se à prática de passeios pedonais, cicloturísticos, em cadeiras de rodas, em patins, e outros meios de mobilidade não motorizados;
- Salvo se existir sinalização específica, deve circular pela direita, a uma velocidade que não coloque em causa a sua integridade física e dos restantes utilizadores;
- A ultrapassagem de peões far-se-á pela faixa da esquerda, tomando os devidos cuidados;
- Os ciclistas devem circular com a necessária prudência, com especial atenção em zonas de fraca visibilidade e onde seja previsível a existência de gado nas proximidades da Ecopista;
- É aconselhável a utilização de roupas claras e ou refletoras, devendo os ciclistas utilizar capacete e/ou outros meios de segurança, nomeadamente refletores e campainhas, sendo da sua responsabilidade danos físicos decorrentes da sua utilização;
- Não são permitidos animais de estimação, exceto cães-guia;
Contactos úteis da Ecopista do Dão
- Santa Comba Dão
- Centro de Saúde: 232 880 840
- GNR: 232 880 250
- Bombeiros: 232 880 342
- Posto de Turismo: 232 880 500
- Tondela
- Centro de Saúde: 232 812 312
- GNR: 232 819 370
- Bombeiros: 232 814 110
- Posto de Turismo: 232 861 437
- Viseu
- Hospital: 232 420 500
- PSP: 232 467 940
- Bombeiros: 232 422 047
- Posto de Turismo: 232 420 950
História da Linha do Dão e Ecopista do Dão
História da Inauguração da Linha do Caminho de Ferro do Dão
Foto: cm-santacombadao.pt
"Mais de 120 anos separam a inauguração do Ramal de Viseu - Linha do Dão (25 de novembro de 1890), da Ecopista do Dão. Ainda a Linha da Beira Alta não tinha sido inaugurada (1882) e já se faziam planos para a construção deste ramal. Santa Comba Dão seria o local de interseção das duas linhas, num projeto que a longo prazo procurava ligar o litoral ao interior, com Viseu como ponto de conexão entre estas duas realidades territoriais, sobretudo depois da inauguração da Linha do Vouga (1914).
A Linha do Dão foi projetada pelo Engº Dinis da Mota, o mesmo que desenhou a Linha do Tua (1887), sendo ambas as primeiras vias-férreas de bitola estreita (via métrica) em Portugal. A construção começou em 1885 e nos 49,2 km de extensão da linha foram erguidas 7 pontes e abertos 2 túneis. Cerca de 80 anos após a inauguração, a linha entrou em decadência, primeiro com a suspensão do transporte de mercadorias (1972) e depois com o encerramento definitivo (1988). Entre 1997 e 1999 os carris e as travessas foram levantadas. Não havia retorno. Até que surge a ideia de se criar uma Ecopista, entre os municípios de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, inaugurada a 2 de julho de 2011. Em cada concelho atribui-se uma cor ao pavimento, respetivamente, vermelho, verde e azul."2
História da Linha do Dão à Ecopista do Dão
"A Linha do Dão foi das primeiras vias-férreas de bitola estreita (via métrica) de Portugal, tendo sido inaugurada a 25 de novembro de 1890. Com início na estação de Santa Comba Dão, onde intersectava a Linha da Beira Alta, a Linha do Dão viria ainda a passar por Tondela, atravessando as terras do Dão, até chegar à estação de Viseu numa extensão total de 49,2 Kms. A partir daqui viria a ligar à Linha do Vouga que estabeleceria a ligação até Aveiro interligando com a Linha do Norte.
Em agosto de 1972, o serviço de mercadorias foi suspenso, sendo a Linha do Dão totalmente encerrada em 25 de setembro de 1988. Entre 1997 e 1999 os carris foram levantados, bem como o balastro e as travessas, tendo todo o património edificado ficado ao abandono."4
"O ramal ferroviário da antiga Linha do Dão, que estabelecia a ligação entre Santa Comba Dão, Tondela e Viseu tinha sido desativado há várias décadas, sofrendo uma progressiva degradação pela ausência da sua utilização. Entretanto, os municípios de Santa Comba Dão, Tondela e Viseu celebraram protocolos com a REFER no sentido de adaptar a antiga plataforma ferroviária à construção de uma Ecopista destinada ao uso público, como via de comunicação para o lazer, desporto, atividades recreativas, culturais, de proteção e promoção ambiental. Em 2011, após a construção da Ecopista, os municípios estabeleceram um novo protocolo no sentido de assegurar uma gestão conjunta da infraestrutura, tendo delegado na Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões a responsabilidade de coordenar todo esse esforço."5
"Durante todo o trajeto até ao Vimieiro, a Ecopista passa pelos Concelhos de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, proporcionando, neste último, na zona de Nagosela, magníficas paisagens sobre o Rio Dão. O Município de Viseu inaugurou, inicialmente, um Percurso com cerca de 8 quilómetros, na Primavera de 2007. Posteriormente, este Percurso foi prolongado, juntando-se-lhe, mais tarde, os Percursos de Tondela e Santa Comba Dão, com a abertura oficial da Ecopista do Dão na sua plenitude, em meados de 2011. Para além das muitas infraestruturas de apoio e de iluminação pública."6
"Esta infraestrutura integra a rede nacional de Ecopistas que se articularão entre si através de outros corredores verdes para a promoção do turismo de natureza e o touring cultural e paisagístico."4
Descrições do percurso da Ecopista do Dão
Início da Ecopista do Dão
"A Ecopista do Dão tem início alguns metros a norte da Estação de Santa Comba Dão, onde o pavimento é azul. Atravessa um pequeno bosque de carvalhos e logo atinge a Ponte do Granjal, que permite espetaculares panoramas sobre o Dão, espraiado pela albufeira da Barragem da Aguieira. As encostas do Dão são florestadas, sobretudo por eucalipto, mas nas proximidades do leito do rio, que em momentos se pode aceder, os carvalhos tendem a aparecer, como árvores de natureza ripícola.
Sensivelmente na zona onde o rio Dinha, que acompanha a Ecopista até Tondela, deságua no Dão, a oeste de Ferreirós do Dão, o pavimento torna-se verde e a Ecopista passa a explorar os territórios orientais do concelho de Tondela. As vinhas da Região Demarcada do Dão ocupam aqui parte da paisagem, formando belas encostas a nascente. Na travessia de Tondela o Caramulo parece elevar-se, guardando a cidade, e até à antiga estação de Parada do Gonta, acompanha-nos, a nascente, a Serra da Estrela, entre áreas urbanas, florestais e agrícolas.
No túnel de Santa Catarina faz-se a passagem para o concelho de Viseu e para o pavimento vermelho. Os bosques de carvalho são neste troço um ex-libris natural, e a Serra do Caramulo mostra-se imponente, especialmente entre Torredeita e Figueiró. Daqui recomenda-se especial atenção aos muitos cruzamentos com vias de trânsito automóvel. A ecopista percorre a zona oeste de Viseu, atravessando pitorescos apeadeiros da área metropolitana, e as imensas hortas familiares que em muitos troços ladeiam o pavimento, numa bela imagem que reflete o persistente lado rural de uma cidade cosmopolita."2
Ecopista do Dão - Para Norte
"Para norte, as encostas do Dão são florestadas, sobretudo por eucalipto, mas nas proximidades do leito do rio, que em momentos se pode aceder, os carvalhos tendem a aparecer, bem como árvores de natureza ripícola."2
Ecopista do Dão - Viseu
"O troço de Viseu da Ecopista é especialmente rico em áreas florestais dominadas pelo carvalho, nalguns lugares formando autênticos túneis naturais. A sul da antiga Estação de Figueiró os horizontes alargam-se, surgindo a Serra do Caramulo, que nos acompanha daqui até Tondela (sentido descendente)."2
O Dão, o Vale de Basteiros e o Caramulo
"O concelho de Tondela está repleto de traços culturais e identitários muito distintos e particulares, construídos ao longo de séculos de acordo com a diversidade geográfica e geológica que tanto enriquece este território. A nascente, o Planalto Beirão e o Rio Dão, que o corta juntamente com os seus afluentes Dinha e Pavia, transformaram-se num símbolo da cultura da vinha em Portugal, com a Região Demarcada do Dão. A ocidente, a Serra do Caramulo e as suas cénicas aldeias serranas, emergem no núcleo granítico de uma montanha envolvida por zonas xistosas e que tem no Caramulinho (1074 m) um extraordinário miradouro natural para toda a região centro.
Já na zona deprimida entre o Planalto Beirão e o Caramulo, Tondela cresceu, sobretudo a partir dos séculos XVII e XVII, depois da construção da Estrada Real nº 8 entre Coimbra e Viseu, desenvolve-se o Vale de Besteiros. Associado à bacia hidrográfica do rio Criz e seus afluentes, e aos antiquíssimos vestígios de lagos quaternários, cujos depósitos de saibros e barros foram habilmente explorados e artisticamente trabalhados pelas gentes e das provações de Molelos e Botulhos, destacando-se na olaria negra e na produção da telha."2
Os Carvalhais e a Serra da Estrela
"A Ecopista do Dão é brindada ao longo de muitos dos seus quilómetros por carvalhais que além de criarem paisagens raras, proporcionam espaços de sombra e frescura onde a vida botânica e animal próspera. As várias espécies do género Quercus que ocupam o nosso território são símbolos inolvidáveis da História de Portugal. E a nossa relação com estes extraordinários seres tem tido os seus altos e baixos.
No Renascimento, foram a principal matéria prima para a construção das caravelas e naus que exploraram os oceanos do planeta. Muito antes, quando ainda eram nómadas os povos que aqui habitavam, era a árvore determinante na alimentação, graças às suas bolotas. Os povos Celtas consideravam os seus bosques lugares sagrados, onde os deuses se revelavam.
E os Gregos, associavam-no a Zeus, pai dos deuses, e ao seu oráculo Dodona, onde se praticava, nas palavras do biólogo e etnobotânico Luís Mendonça Carvalho, a arte da dendromancia, a previsão do futuro através da interpretação do som e do movimento das folhas dos carvalhos sagrados que cresciam no recinto do templo. Olhar um carvalho é, por isso, olhar o passado, o presente e o futuro de Portugal. E quando a Serra da Estrela surge, monumental, a nascente, estamos perante uma imagem que vale mais que mil palavras!"2
A Locomotiva, as 7 Pontes e os 2 Túneis
Foto: freguesiadecoutosdeviseu.pt
"Na antiga Estação de Torredeita pode observar-se uma relíquia da arqueologia industrial, formada por uma locomotiva Henschel & Sohn de 4 cilindros, com 730 cavalos de potência, datada de 1911. Puxava um furgão para utilização do pessoal do comboio ou para o transporte de mercadorias, uma carruagem para o transporte de passageiros e um vagão aberto para transporte de mercadorias.
A construção do Ramal de Viseu - Linha do Dão, pela natureza do território e do traçado designado para a linha, teve que ser dotado de 2 túneis e 7 pontes. O túnel de Figueiró (Viseu) é o mais pequeno, com 43,6 m de comprimento, e o túnel de Santa Catarina, com os seus 182,75 m, já exige iluminação interna para ser atravessado.
É justamente no seu interior que a cor do pavimento da Ecopista muda de vermelho (Viseu) para verde (Tondela), ou vice-versa. Já as pontes, tanto permitem passagens curtas, de 10 m, como é o caso na da Ponte de São Martinho (Viseu) e na Ponte de Canas (Tondela), como atingem dimensões extraordinárias, como no Ponte do Granjal, sobre o rio Dão, com 122 m, e Ponte de Mosteirinho, com 185 m, de onde se obtém magníficas vistas para a Serra do Caramulo e para o vale da ribeira de Asnes. Esta última, foi projetada por um aluno da empresa de Gustave Eiffel."2
- locomotiva Henschel & Sohn - Estação de Torredeita;
- Túnel de Figueiró (Viseu) - 43, 6 m;
- Túnel de Santa Catarina - 182,75 m;
- Ponte de São Martinho (Viseu) - 10 m;
- Ponte de Canas (Tondela) - 10 m;
- Ponte do Granjal, sobre o rio Dão - 122 m;
- Ponte de Mosteirinho - 185 m;
Os Carvalhais e a Serra do Caramulo
"A antiga Estação de Figueiró, onde hoje está sediada a Junta de Freguesia da Povoação e um café/bar, é um claro exemplo de como a transformação da antiga linha do Dão em Ecopista permitiu a reconstrução de espaços abandonados em estruturas vivas e reocupadas. À medida que percorre a Ecopista, encontrará quase todas as antigas estações convertidas a novos usos e realidades, bem distintas umas das outras. Como diria o químico francês Lavoisier, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Tanto a norte como a sul de Figueiró, os carvalhos adquirem especial valor paisagístico e natural. A ecopista transforma-se em muitos troços num autêntico túnel arbóreo, onde carvalhos, fauna e demais flora, constroem em conjunto um ecossistema a preservar. O carvalho é de tal forma generoso, que até na doença ajuda os seres humanos. Os tumores que às vezes apresentam, chamados bugalhos, foram entre os séculos V e XIX um dos principais ingredientes para o fabrico da tinta ferrogálica, por outras palavras, a tinta padrão, roxa-preta, usada na escrita.
Um dos lugares onde se encontram alguns dos exemplares mais antigos desta árvore pode observar-se ao longe, a sul de Figueiró. É na Serra do Caramulo, nos territórios serranos do concelho de Vouzela."2
Antigas estações e apeadeiros em destaque da Ecopista do Dão
Estação de Santa Comba Dão - Linha da Beira Baixa
A Estação de Santa Comba Dão serve a Linha Internacional de Caminho de Ferro da Beira Alta, que liga o entroncamento ferroviário da Pampilhosa (Linha CP do Norte), perto de Coimbra, à fronteira com Espanha, em Vilar Formoso, com percurso paralelo ao eixo do rio Mondego. Esta linha é eletrificada, com Bitola ibérica (1,668 m), sendo composta principalmente por via única, num comprimento total de cerca de 202 km No passado nesta estação de Santa Comba Dão começava também a Linha do Dão, que passava por Tondela e terminava em Viseu. A linha do Dão foi encerrada na decada de 80, e posteriormente convertida na Ecopista do Dão, descrita neste artigo.
A Linha da Beira Alta está a ser beneficiada e por isso esta estação e espaço envolventes estão em obras. Está a ser criado também um acesso melhorado e necessário ao começo da Ecopista, através duma pequena nova ponte metálica e outros arranjos. Por esta razão até as mesmas estarem concluídas para chegar à mesma tem que dar a volta por uma estrada que começa junto à Albufeira da Aguieira em baixo e que não sendo difícil poderia estar sinalizada.
Estação de Treixedo
"Dada a sua importância - vila sede de concelho até 1836 e com uma população considerável para a época -, Treixedo conquistou por mérito próprio o direito à sua estação ferroviária na Linha do Dão. Com o serviço de passageiros e mercadorias, estação e linha férrea - via direta para Viseu e para o País através da Linha da Beira Alta - potenciaram o desenvolvimento da localidade no séc. XX.
Com o encerramento da ferrovia no final de 1980, também o edifício fechou portas. Hoje silenciosas, as paredes da antiga estação ferroviária de Treixedo guardam as memórias de um passado de buliço ao ritmo do sonoro apitar do comboio. Desde os abraços das chegadas às lágrimas das despedidas, fica a nostalgia da máquina a vapor. Esta antiga estação faz também parte do PR1 - "Treixedo - Com o Dão aos Pés", de Santa Comba Dão."2
Estação de Tonda
A antiga Estação de Tonda fica situada ao Km 34 (descendente) ou 14,37 (ascendente), fazia parte da Linha do dão e servia a localidade de Tonda, no distrito de Viseu, em Portugal. "Nas envolvências da antiga Estação de Tonda, as vinhas da Região Demarcada do Dão ocupam a paisagem, formando belas encostas a nascente. O rio Dinha, que acompanha a Ecopista desde Tondela, deságua nas águas do Dão a sul deste ponto, a oeste de Ferreirós do Dão."2
Estação de Tondela
A Ecopista do Dão, passa ao lado da cidade de Tondela, ao Km 29 (descendente) ou 20,30 (ascendente), não existindo grande movimento nas suas proximidades. Nós aconselhamos a saírem fora da Ecopista do Dão e visitarem o centro da cidade que fica a cerca de 1 km para norte, onde existem vários pontos de interesse dos quais destacamos a "Fonte da Sereia", aqui descrita.
"Em 1 de Junho de 1890, chegou o primeiro comboio a Tondela, que tinha partido de Santa Comba Dão20. A Linha do Dão foi inaugurada no dia 24 de Novembro de 189021, e entrou ao serviço no dia seguinte, pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro."22
"Em 8 de Março de 1908, foi organizado um comboio especial de Santa Comba Dão até Viseu, para um comício republicano naquela cidade; quando o comboio parou em Tondela, foi recebido na gare por mais de um milhar de pessoas e pela banda filarmónica, que tocou a Marselhesa."23
Estação da Sabugosa
"Em 1889 foi assinado entre a Companhia Nacional de Caminhos de Ferro e o Sr. António Rodrigues dos Santos, de Lobão da Beira, o contrato para a construção desta Estação de Sabugosa, sendo que o prazo para a construção era o mês de Janeiro de 1890. Estação designada de 1ª classe, também caracterizada como de tipo econômico. A linha do Dão foi inaugurada a 24 de Novembro de 1890, pelo Ministro das Obras Públicas, Conselheiro Dr. Tomaz Ribeiro. Em Agosto de 1972 foi encerrado o serviço de mercadorias e a linha encerrada em Setembro de 1988. Entre 1997 e 1999 foram levantados os carris, tal como o balastro e as travessas."7
Estação de Parada do Gonta
"Em 1889 foi assinado entre a Companhia Nacional de Caminhos de Ferro e o Sr. António Rodrigues dos Santos, de Lobão da Beira, o contrato para a construção desta Estação de Sabugosa, sendo que o prazo para a construção era o mês de Janeiro de 1890. Estação designada de 4ª classe, também caracterizada como de tipo econômico." "A sul da antiga Estação de Parada de Gonta surge, a nascente, a Serra da Estrela e aos poucos, entre troços de carvalhais e áreas urbanas, aparecem as primeiras vinhas da Região Demarcada do Dão (sentido descendente)."2
Estação de Farminhão
Na antiga Estação de Farminhão funciona o Restaurante Station Alive, aberto todos os dias, onde se pode almoçar ou retemperar forças. As antigas e magníficas locomotivas em ferro foram substituídas por uma composição mais modesta em madeira onde as pessoas podem viajar sem sair do mesmo lugar e tomarem o seu café, podendo levar as crianças para brincarem no parque infantil ao lado.
Estação de Torredeita
Foto: cm-viseu.pt
"Depois de Torredeita e da sua estação com uma antiga composição de comboio com locomotiva a vapor, o percurso ruma para sul (sentido descendente), em direção à tinga Estação do Farminhão. Antes do Túnel de Santa Catarina, dentro do qual se faz a passagem do concelho de Viseu para o de Tondela, o pavimento passa para a cor verde. Neste ponto desfrute das paisagens Serra do Caramulo e dos frescos carvalhais que envolvem a Ecopista. Depois da antiga Estação de Para do Gonta surge, a nascente, a Serra da Estrela e aos poucos, entre troços de carvalhos e áreas urbanas, aparecem as primeiras vinhas da Região Demarcada do Dão."2
"Na antiga Estação de Torredeita pode observar-se uma relíquia da arqueologia industrial, formada por uma locomotiva Henschel & Sohn de 4 cilindros, com 730 cavalos de potência, datada de 1911. Puxava um furgão para utilização do pessoal do comboio ou para o transporte de mercadorias, uma carruagem para o transporte de passageiros e um vagão aberto para transporte de mercadorias."2
Infelizmente esta composição foi alvo de pinturas grafites de mau gosto, por pretensos artistas urbanos que se devem achar o máximo, mas que não passam de vândalos. Pelas razões atrás apontadas não usamos a nossa foto com ela danificada, porque somos amantes das antigas locomotivas e seria premiar os responsáveis.
Apeadeiro de Mosteirinho
Estação de Figueiró
A estação do Figueiró foi também recuperada e dotada de um café com agradável esplanada, que se encontra aberto todos os dias e um parque infantil.
Apeadeiro de Travassos de Orgens
O Apeadeiro de Travassos de Orgens está bem conservado e sendo por isso um dos mais bonitos da Ecopista do Dão. O mesmo fica situado no cruzamento formado pelas Ruas 25 de Abril e Sete Carvalhos, desta localidade do concelho de Viseu, sendo necessário atenção no seu atravessamento.
Depósito de água da antiga Estação de Viseu
Infelizmente já não existem as instalações da antiga estação de comboios de Viseu da Linha do Dão. Este quilômetro zero do começo da Ecopista do Dão, merecia um melhor ponto de referência ou um centro informativo para marcar o percurso e assinalar esta via histórica. Quem o percorre em sentido oposto no final até fica com dúvidas se não estará enganado e a pensar onde estará a banda filarmónica, o foguetório e os folguedos para comemorar a sua chegada como outrora na sua inauguração no séc. XIX.
Nada restou da antiga Linha do Dão neste ponto, com exceção de um antigo depósito de água, colocado na primeira rotunda da Avenida da Europa. Esta triste personagem servia outrora para alimentar as caldeiras dos comboios a vapor. Que triste reforma teve alguém que estava habituado à vida sossegada, a ver passar os comboios com tranquilidade e quando paravam servir-lhes umas bebidas e ver as moças bem trajadas e os rapazes afogueados.
Agora este depósito foi colocado no centro duma moderna rotunda contemplando pesadamente aquela vida frenética cheia de rebuliço, trânsito caótico e barulho selvagem, pensará porventura que mais valia ter morrido…
Pontos de Interesse da Ecopista do Dão – Património natural
Rio Dão
"Sensivelmente ao quilómetro 4,36 km (sentido ascendente), ou 45,15 (sentido descendente), da Ecopista do Dão, somos desafiados a atravessar o enorme espelho de água do rio que lhe dá o nome. Ao longo dos cerca de 122 m de extensão da ponte de Treixedo, ou do Granjal, atravessamos um Dão espraiado pela Barragem da Aguieira e com tonalidades cromáticas que se adaptam às cores do céu e da floresta que o envolve.
O rio Dão que aqui domina a paisagem nasce entre duas toscas lajes de granito numa pequena aldeia do concelho de Aguiar da Beira, em Barranha, na Serra do Pisco, a cerca de 757 m de altitude. Na sua natureza está a tendência de oferecer o nome a construções humanas. Santa Comba Dão intitulou-se a Princesa do Dão; ao Ramal Ferroviário chamou-se Linha do Dão; a segunda região demarcada de produção de vinhos portugueses ficou eternizada como a Região Demarcada do Dão; e algumas das povoações que se complementam com o seu nome.
O seu percurso de sentido nordeste-sudoeste tira partido de uma grande falha geológica, fenômeno natural responsável pelas ressurgências de águas minerais sulfurosas que dão origem às Caldas da Cavaca, às Termas de Alcafache, às Termas de Sangemil e à nascente sulfurosa do Granjal."2
Barragem da Aguieira - Santa Comba Dão
"Inserida numa localização privilegiada, a Barragem da Aguieira é uma das mais imponentes barragens de Portugal, atingindo cerca de 90m de altura. Abraçando o leito do Mondego, o maior rio português, a sua albufeira estende-se num espelho de água com mais de 2.000 hectares abrangendo os concelhos de Carregal do Sal, Mortágua, Penacova, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela.
Em 1981, a barragem iniciou atividade visando o abastecimento de água, a irrigação agrícola, a regulação de caudais de cheia e a produção de energia elétrica. Hoje, e para além dos seus propósitos originais, a Barragem da Aguieira oferece o melhor da natureza numa paisagem deslumbrante e perfeita para as mais variadas atividades náuticas, de lazer e desporto."
Praia fluvial de Nagozela - Zona Fluvial da Pena
"Em Nagozela, a zona fluvial da Pena tira o fôlego a cada novo explorador. Um segredo bem guardado, que continua a surpreender pela beleza e paz. Formada numa curva do rio Dão, de um dos lados é constituída por “penedias trabalhadas pelas águas quando aqui passavam revoltosas e, no outro, por uma zona de espelho de água, em frente a uma encosta em penhascos"*. Para apanhar sol, nadar ou simplesmente descansar... mesmo ao lado da Ecopista do Dão."9
O Rio Dinha
"O rio Dinha nasce na povoação de Covas, pertencente à freguesia de Fornelo do Monte, no concelho de Vouzela, a uma altitude de 900 m. Dá, portanto, os seus primeiros passos nas encostas nascentes do Caramulo, antes de se adentrar no Vale de Besteiros e cruzar Tondela. Passa a acompanhar a Ecopista do Dão ao longo de cerca de 12 km, até fluir no rio Dão, sensivelmente ao quilómetro 11, ou 38, da Ecopista, a sudoeste da povoação de Ferreirós do Dão."2
Garça Real
"Desde a ecopista, poderá encontrar a nobre Garça-real sobrevoando em jeito de bailado, ora lento ora endiabrado, as águas do rio Dão, no qual pesca o seu alimento. Com quase 1 m de altura, a Garça-real (Ardea cinerea), é a maior das garças que ocorrem em Portugal, apresentando pernas altas, bico comprido e afilado e longo pescoço cinzento, que em voo se retrai.
Esta espécie surge associada a todo o tipo de zonas húmidas, fazendo o seu ninho em árvores próximas da água. Mais numerosa fora da época de nidificação, é facilmente observada e, geralmente, é uma das primeiras espécies a serem identificadas por quem se inicia na observação de aves."
Pontos de Interesse da Ecopista do Dão – Património arquitetónico
Ponte do Granjal - Ponte de Treixedo
"Em Treixedo, além da estação, a ecopista integra a bela ponte metálica do Granjal ou Ponte de Treixedo. Lançada obliquamente sobre o rio Dão, numa extensão de 122 m, com um único pilar central, nela sentimo-nos andar sobre as águas. com os pés no chão, destaque para a refrescante sombra de carvalhos, medronheiros e sobreiros e para a companhia do rio mesmo ali ao lado."2
"A ponte do Granjal, permite espetaculares panoramas sobre o Rio Dão, espraiado pela albufeira da Barragem da Aguieira. Quem fizer o percurso no sentido descendente, depois de um último bosque de carvalhos, chega-se ao fim da Ecopista, na Estação de Santa Comba Dão."2
Ponte de Nagozela
A pequena ponte metálica de Nagozela fica situada ao Km 40 (descendente), ou 8,84 (ascendente), sobre sobre um pequeno afluente do rio Dão, próximo Rua das Lajelinhas - Nagozela. Perto da mesma fica localizada a Praia Fluvial de Nagozela - Zona Fluvial da Pena, no rio Dão, com uma vista espetacular e onde poderá fazer um piquenique ou se for verão nadar. Ali perto para montante a erosão fez nascer as marmitas gigantes de Nagozela. Um caminho de terra batida junto desta ponte, com cerca de 100 metros leva-o até junto do Rio Dão, onde também pode nadar, mas com cuidado porque não é uma praia fluvial oficial.
Aldeia de Póvoa de Rodrigo Alves - Tonda
Quando percorremos a Ecopista do Dão depois de passarmos a antiga Estação de Tonda, ficamos maravilhados pela paisagem onde sobressai o cultivo das vinhas da Região Demarcada do Dão e Aldeia de Póvoa de Rodrigo Alves, com a sua capela altaneira. A colina onde está de sentinela fica localizada no meio dos rios Dinha e Asnes e a sua beleza levou-nos a descer ao vale e ir visitar esta localidade, passar junto do seu templo dedicado a São Miguel, trocar algumas palavras com os seus velhos anciãos e ouvi-los dizer que ali há pouca gente e a terra é pobre.
"Ao longo do percurso, são várias as belas encostas que se observam com vinhas cultivadas, uma delas com Póvoa de Rodrigo Alves sobranceira e, ao fundo, a Serra da Estrela, vigilante."2
Fonte da Sereia - Tondela
A Fonte da Sereia de Estilo Barroco, fica situada a caminho do Centro de Tondela, na Estrada Nacional 2 e destaca-se pela sua beleza e sereia que remetem para o nosso imaginário. Temos pena que a idade da sereia lhe tenha secado a fecundidade e agora já não brote água do seu ventre, já os peixes que ladeiam a ninfa, com um olhar vil escarnam a sua sorte.
"Esta majestosa fonte, mandada edificar por D. Maria a pedido e paga pela população, pertence ao séc. XVIII, de estilo Barroco. Apresenta uma planta retangular, delimitada por pilastras suportando a tabela, enquadrado por urnas, concluída por cornija volutada interrompida pelo brasão Real. Esta é sobrepujada por frontão curvo e ladeada por pequenas esferas envolvidas por motivos vegetalistas. Na parte central deste frontão apresenta-se uma figura feminina com uma corneta." 10
Túnel de Santa Catarina
O Túnel de Santa Catarina, fica situado ao Km 18 (descendente), ou 30,81 (ascendente), tem quase 200 m de comprimento e sendo iluminado através de painéis solares. A cor do pavimento muda de verde (concelho Tondela) para vermelho (Viseu) no meio deste túnel.
Ponte de Mosteirinho
Foto: freguesiadecoutosdeviseu.pt/patrimonio-cultural-e-edificado/
"Ponte de Mosteirinho, com 185 m, de onde se obtém magníficas vistas para a Serra do Caramulo e para o vale da ribeira de Asnes, foi projetada por um aluno da empresa de Gustave Eiffel."2
Pontos de Interesse da Ecopista do Dão – Património religioso
Igreja Paroquial de Tondela
"Assim, por volta de 1570, é necessário construir uma nova Igreja Matriz, a meio da vila, pela distância a que ficava a antiga igreja, situada junto do núcleo primitivo de Tondela – o bairro do Casal.
...procedeu-se à construção da nova Igreja Matriz em estilo neogótico, de uma só nave, com arco cruzeiro e altares em talha, conhecendo-se as propostas de orçamento para a execução do projecto do muro e escadas do adro, no valor de 710 e 720 mil réis. A escadaria principal teria 12 degraus curvilíneos, formados por três arcos de círculo aparelhados a picofino e com as arestas tiradas a cinzel. As alvenarias seriam de granito e as guardas e o cordão do muro em cantaria bem aparelhada a picofino e as arestas igualmente tiradas a cinzel. A Igreja Matriz ficou concluída em 1889."11
Igreja Românica de Canas de Santa Maria
A Igreja Paroquial de Canas de Santa Maria / Igreja Velha, fica localizada em Canas de Santa Maria - Tondela - Viseu, mesmo junto à Ecopista do Dão. Esta é uma Igreja paroquial gótica, com fachada semelhante à da Igreja de Guardão, tendo sido requalificada entre os anos de 2019 e 2022.
"Descrição: Pórtico de arco apontado, assente em impostas salientes. Campanário, de duas sineiras, igualmente de arco apontado, de recorte triangular encimado por cruz. Silhueta da fachada indicadora de cobertura de telhado a 2 águas, em plano inferior ao campanário. Este corpo serve de galilé ao edifício da atual igreja, de planta retangular, mais longo;
Acessos: IP 3, Km 111 para Canas de Santa Maria. Depois do Largo do Pelourinho, 200 metros fora da povoação;
Cronologia: 1258 - segundo as Inquisições, D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, mandou erguer em Canas, um Templo dedicado a Santa Maria; séc. 14 - provável construção do atual templo; 2018, 17 maio - lançamento de concurso para as obras de requalificação da igreja, publicado em Anúncio de procedimento n.º 3379/2018, DR, 2.ª série, n.º 95/2018; 2019 - obras de requalificação da igreja, com reparações estruturais, reabilitação do espaço exterior e abertura de acesso paralelo à ecopista do Dão, obras patrocinadas pela Câmara Municipal de Tondela."12
Capela de São Miguel - Póvoa de Rodrigo Alves - Tonda
A Capela de São Miguel localizada em Póvoa de Rodrigo Alves - Tonda, foi inaugurada em 24 de setembro de 2017, pelo Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Dr. José António Jesus, sendo Presidente da Junta de Freguesia de Tonda, o Dr. João Paulo Tavares, pelo pároco desta freguesia, Padre João Pedro Cardoso. Com apoio da Fundação António Braz.
Capela de São Macário – Tondelinha
A Capela de São Macário – Tondelinha, pertence à Paróquia de Santa Ana de Orgens e no exterior pode-se apreciar uma estátua deste santo, ficando localizada junto da Ecopista do Dão.
Gastronomia e Vinhos da Ecopista do Dão
Território da Bairrada
"Ameno e acolhedor, este território da Região Centro de Portugal, caracteriza-se por um planalto de baixa altitude e um clima mediterrânico moderado pelo Atlântico. A paisagem de baixos-relevos desce das serras do Caramulo e do Bussaco até à Ria de Aveiro e à Bacia do Mondego. Assim, a Bairrada está geograficamente delimitada a sul pelo rio Mondego, a norte pelo rio Vouga, a este pelo Oceano Atlântico e a oeste pelas serras do Bussaco e Caramulo."13
Região Demarcada do Dão
"A Região Demarcada do Dão é a segunda mais antiga de Portugal, oficializada em 1908 por Carta de Lei. A delimitação que se realizou em 1912 ainda se mantém em vigor e engloba 16 concelhos nos quais existem cerca de 20.000 vinham que dão origem a 50 milhões de litros de vinho por ano, sobretudo tintos. Condições climáticas e geográficas particulares, aliadas a uma história secular de produção vinícola, com as imensas lagaretas mediáveis existentes no território afirmam, conferem a esta região e a este rio uma nobreza vinícola ímpar em Portugal."2
Gastronomia da Bairrada
"A gastronomia da região é rica e reconhecida e prova disso são os muitos restaurantes existentes. A Mealhada é amplamente conhecida pelo Leitão da Bairrada e seus derivados, como a cabidela de leitão, mas é também terra da Chanfana, dos Negalhos, do Sarrabulho e do Bacalhau à Lagareiro. Na doçaria, destacam-se os Caramujos e as Cavacas da vila do Luso, mas também as Barrigas de Freira, a Aletria e o Arroz Doce."14
Vinhos da Bairrada
"A produção de vinhos na Bairrada está documentada desde, pelo menos, o período romano, mas testemunhos mais concretos só surgiram em plena Idade Média. Foi com a produção de vinho tinto que a Bairrada passou a ser reconhecida como região vinícola por excelência, contudo, os vinhos brancos têm vindo a assumir um importante papel, principalmente na produção de espumantes naturais, na qual a Bairrada foi pioneira em Portugal.
A criação de Espumantes aconteceu há mais de 120 anos, com a influência de franceses, que transmitiram à região os conhecimentos do método champanhês, hoje oficialmente designado por método clássico ou de fermentação em garrafa. Apesar da sua história, o reconhecimento da região da Bairrada como região vitivinícola demarcada tornou-se oficial apenas no ano de 1979. Os vinhos da Bairrada, ricos e cheios de alma, retratam a terra farta de onde provêm numa variedade surpreendente para uma só região.
A casta predominante é a Baga. É boa produtora de uvas mas tardia na maturação. Produz vinhos intensos na cor, encorpados, taninosos e algo ásperos. Entre as castas brancas, a Maria Gomes é principal. De boa produção, é têmpera e deve ser vindimada cedo. Os vinhos desta casta são alcoólicos mas poucos ácidos, de aroma pronunciado e macios na boca."13
"Os vinhos são outros dos ícones a descobrir. Inserida na Região Demarcada da Bairrada, os produtores têm alcançado, nos últimos anos, inúmeros prémios que atestam a qualidade, seja nos tintos, brancos ou espumantes. O município integra a Rota da Bairrada, pelo que, alguns aderentes, disponibilizam visitas guiadas."14
Caminhe no distrito de Aveiro e pedale de bicicleta pelo norte de Portugal
No passados a Linha do Dão encontrava-se com a Linha do Vouga a poucos metros da estação de Viseu. Ambas foram desativadas e convertidas em ecopistas com a diferença que a do Vouga só o foi em alguns segmentos e ainda tem alguns troços em funcionamento, Aveiro - Sernada do Vouga e Espinho - Sernada do Vouga.
Nós já fizemos duas reportagens sobre a Ecopista do Vouga:
Ecopista do Vouga atreva-se na melhor ciclovia de Aveiro
Ecopista do Vouga-Novas etapas de S. Pedro do Sul e Vouzela
O distrito de Aveiro tem dezenas de caminhadas e percursos pedestres muito bonitos, na serra, junto do mar, ria e rios, que pode aproveitar para os conhecer. No norte de Portugal há muitas ciclovias, ecovias e ecopistas que se pode percorrer, a caminhar ou de bicicleta, muitas delas por antigas linhas ferroviárias, agora convertidas em pista para as pessoas passearem.
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão devidamente referenciadas e que representam algumas das pontes metálicas vista dum plano aéreo.
1 - portuguesetrails.com/pt-pt/routes/centros-de-btt
2 - Informação retirada de um painel informativo colocado na Ecopista do Dão, conteúdos elaborados por Design Gráfico
3 - turismodocentro.pt/concelho/santa-comba-dao/
4 - ecopistadodao.pt/sobre/
5 - cm-tondela.pt/index.php/apoio-ao-municipe/regulamentos/ecopista-do-dao
6 - ciclovia.pt/
7 - Informações retiradas de painéis informativos muito deteriorados colocados junto às antigas Estações da antiga Linha do Dão, elaborados por "Dão Ecopista"
8 - turismodocentro.pt/artigo/barragem-da-aguieira-uma-das-mais-imponentes-barragens-de-portugal/
9 - cm-santacombadao.pt/731/zona-fluvial-da-pena
10 - visitarportugal.pt/viseu/tondela/tondela/fonte-sereia
11 - paroquiatondela.org/historia
12 - monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3693
13 - rotadabairrada.pt/pt/territorio
14 - cm-mealhada.pt/menu/343/gastronomia_e_vinhos
Referências bibliográficas
20 - NONO, Carlos (1 de Junho de 1948). «Efemérides Ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 60 (1451). p. 329-330.
21 - NONO, Carlos (1 de Novembro de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1485). p. 655-656.
22 - TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). p. 133-140.
23 - AMARO et al, p. 51