Ecopista do Vouga: Tudo que precisa saber para o percurso Ecopista do Vouga - Ponte de Negrelos - São Pedro do Sul - Viseu Ondas da Serra

Ecopista do Vouga: Tudo que precisa saber para o percurso

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A totalidade do percurso da Ecopista do Vouga, com cerca de 80 km de extensão, desde Sernada do Vouga, no distrito de Aveiro, até à cidade de Viseu, pode agora ser percorrida, após a sua abertura em 6 de Outubro de 2023. Ao longo dos anos foram sendo abertos vários troços, mas só agora a ligação entre todos foi finalizada. Esta via por onde no passado o comboio da Linha do Vale do Vouga, ou Vale das Voltas como era também conhecida, resfolegava, pode agora ser trilhada sem interrupções pelos amantes das bicicletas ou caminhadas. O seu trajeto caracteriza-se por engenhosas e ousadas obras de artes, túneis, pontes e viadutos que conseguiram vencer o indomável relevo, dos quais destacamos a Ponte de Negrelos e Vouzela. O seu caminho é protegido por densas florestas autóctones onde os ancestrais carvalhos alvarinho relembram o grandioso passado histórico e paisagem altaneira do Maciço da Gralheira. Neste artigo elaboramos um detalhado guia para o ajudar, com extensa documentação técnica, mapas, conselhos, regras, pontos de interesse, património natural, arquitetónico, fotos sugestivas e ficheiros de tracking GPS para download. 

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Túnel na Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

A nossa história sobre a Ecopista do Vouga começou há já alguns anos e acompanhou a sua evolução e consecutivos alargamentos. A primeira vez que a percorremos esta via deixamos o carro no Carvoeiro e começamos a mesma junto à foz do Rio Mau, sendo o primeiro troço aberto pelo município de Sever do Vouga. Depois começamos a chegar à mesma através de comboio pela Linha de Aveiro, saindo na estação terminal de Sernada do Vouga. Esta forma de chegar ao local passou a ser a nossa prioridade para chegar ao seu início.

Os anos passaram e neste espaço abriram os troços de Oliveira de Frades, Vouzela e São Pedro do Sul. Por fim, em 6 de Outubro de 2023 a mesma foi aberta totalmente, sendo agora possível percorrer totalmente os 80 km entre a Estação de Sernada do Vouga e Viseu. Fruto desta evolução no tempo a mesma tem alguma falta de homogeneidade que será melhor avaliada neste artigo, contudo este pormenor não lhe retira a beleza e valor.

Túnel na Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Agora já é possível seguir a sinalização e percorrer todo o percurso, nós ainda somos do tempo em que um dia ao chegarmos a Oliveira de Frades perdemos o norte do caminho e tivemos alguma dificuldade em encontrar a sua continuação.

Em relação a este novo artigo, num primeiro momento ainda pensamos em atualizar o nosso primeiro trabalho sobre esta Ecopista, mas optamos por criar um novo, que funcionasse como guia à semelhança do que já fizemos para a Ecopista do Dão. Recorda-se que no passado as duas estavam interligadas já que ambas começavam/terminavam em Viseu, unindo o litoral ao interior.

Ciclistas na Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Neste guia iremos falar em todos os aspetos importantes na ótica do utilizador, todos os aspetos técnicos para fazer o percurso, localização, como chegar, conselhos e recomendações, inserção de mapas importantes, património natural e arquitetónico, fotos mais sugestivas e disponibilização do nosso trackers GPS obtidos no percurso.

História das nossas reportagens anteriores sobre a Ecopista do Vouga e Dão

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Pode ler esta reportagem na totalidade ou clicar no título abaixo inserido para um assunto específico:

  1. Informação Prática da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu
  2. História da construção da Ecopista do Vouga
  3. Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Águeda
  4. Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Sever do Vouga
  5. Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Oliveira de Frades
  6. Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Vouzela
  7. Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - São Pedro do Sul
  8. Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Viseu
  9. Património natural da Ecopista do Vouga
  10. Pessoas na Ecopista do Dão
  11. Avaliação da Ecopista do Vouga
  12. Mapa e ficheiros de tracking GPS dos Ecopista do Vouga para download
  13. Reflexões finais da Ecopista do Vouga

Informação Prática da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Descrição da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Descrição oficial da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Vale do Rio Vouga - Sever do Vouga

"Esta Ecopista segue o traçado do antigo Ramal de Viseu (ex Linha do Vale do Vouga) entre Sernada do Vouga e Viseu. Inserida no Vale do Rio Vouga, com paisagens espetaculares, a Ecopista do Vouga desenvolve-se entre zonas florestais agrícolas e urbanas, integrando no território um corredor verde com extremo valor paisagístico, turístico e ambiental, permitindo a sua utilização pela população em geral, independentemente da idade, condição física e fator de mobilidade, como percurso de lazer, turístico, desportivo, educativo e de sensibilização ambiental, uma vez que favorece a prática de passeios pedonais, ciclo-turísticos, em diversos meios de mobilidade suave.

São diversas as obras de arte que podemos atravessar, como túneis ou as centenárias Pontes de Vouzela e do Poço de Santiago, ponte monumental considerada uma das mais altas pontes em alvenaria de pedra de Portugal, que atinge 28,5 metros de altura e é composta por onze arcos de volta perfeita que suportam um tabuleiro com 165 metros. Ao passar por estas pontes, abre-se diante de nós um espetáculo deslumbrante, embora a sua altura possa fazer tremer os mais suscetíveis a vertigens. Atreva-se!

Junto à antiga Estação de Paradela, local muito bem conservado, ergue-se a Fábrica de Massas do Vouga, ostentando ainda um estilo da revolução industrial."1

Rio Vouga e encostas com grande volume de água

O Ondas da Serra já percorreu algumas vezes esta Ecopista do Vouga, embora só agora depois da sua abertura completa é que a fizemos totalmente. Em virtude deste inverno ter sido chuvoso o Rio Vouga levava um caudal potente, tumultuoso e cheio de energia. A força da água rebentava pelas encostas e escorria pelos paredes graníticas e brilhava ao sol primaveril.

As três vias fluvial, rodoviária e ferroviária

Ecopista do Vouga - Sever do Vouga

No percurso entre Sernada do Vouga e a Ponte do Poço de Santiago, o visitante irá caminhar ou pedalar pela antiga via férrea da Linha do Vouga, sendo acompanhado pelo Rio Vouga e Estrada Nacional 16. Para jusante o Rio Vouga apresenta-se à sua direita, depois de passar a ponte passa para a sua esquerda.

Plantações de floresta autóctone nas encostas de Sever do Vouga

Em Sever do Vouga, no sentido ascendente, antes de chegar à Ponte do Poço de Santiago, foi feito um meticuloso trabalho nas encostas, de corte das plantas invasoras, como as acácias, e semeada floresta autóctone, onde se destaca o carvalho alvarinho e os medronheiros. Nós temos nas nossas viagens acompanhado o seu crescimento e podemos constatar que os carvalhos foram os que tiveram mais sucesso embora algumas das outras árvores também tenham medrado.

A limpeza e conservação da Ecopista do Vouga

No regresso desta viagem encontramos uma equipa de trabalhadores do município de Vouzela a fazer a manutenção da Ecopista do Vouga, cortando vegetação em excesso junto às bermas utilizando um veículo para prensar o pavimento em gravilha e terra batida.

Início e localização da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

A Ecopista do Vouga pode ser iniciada a nascente na cidade de Viseu ou a poente em Sernada do Vouga - Aveiro, ou numa das cidades que a mesma atravessa ou passa nas imediações. Se optar por começar em Sernada do Vouga irá percorrer cerca de 15,5 km até surgir uma nova placa que assinala o km 64.5 resultante da inauguração da totalidade do percurso e obras de requalificação efetuadas. As duas distâncias somadas do percurso perfazem 80 km, medidos pelo nosso Garmin Edge Explorer.

Esta distância menor foi medida desde a estação de Sernada do Vouga, ainda ativa da Linha do Vouga, Ramal de Aveiro, onde começamos a pedalar pela Ecopista do Vouga, e o limite do concelho de Sever do Vouga, onde a ecopista foi requalificada para o percurso ficar completo até Viseu.

Antigo depósito de água da Estação de Viseu

Antigo depósito de água da Estação de Viseu

A marca do começo do percurso, Km: 0 em Viseu, fica localizado perto da rotunda onde no passado se localizava a antiga Estação de Viseu e agora apenas subsiste tristemente o antigo depósito de água, situado na Avenida da Europa, perto do Tribunal de Viseu. Nós no local apenas conseguimos encontrar apenas a marca dos Km: 0,5, na avenida atrás referida, apesar de termos procurado o ponto zero perto da antiga estação, onde agora começa também a Ecopista do Dão não a encontrámos.

  • Sentido poente-nascente, a subir de Aveiro para Viseu:
    • Estação: Estação da CP de Sernada do Vouga;
    • Morada: Rua Profª Alda Marques Castilho, 3750-600, Sernada do Vouga;
    • Coordenadas GPS: 40.6724142|8.45292427;
    • Serviços CP: Regional e InterRegional;
    • Linhas: Linha do Vouga, estação terminal;
    • Observações: A Ecopista do Vouga fica localizado a algumas dezenas de quilómetros para nascente desta estação, depois de passar a passagem de nível do ramal para o troço que liga a Espinho e próxima estação de Albergaria-a-Velha;
  • Sentido nascente-poente, a descer de Viseu para Aveiro:
    • Morada: O ponto zero da Ecopista do Vouga, fica localizado em Viseu, perto da rotunda onde no passado se localizava a antiga Estação de Viseu e agora apenas subsiste o antigo deposito de água, situado na Avenida da Europa, perto do Tribunal de Viseu;
  • Cidades da Ecopista do Vouga:
    • Sever do Vouga - Distrito de Aveiro;
    • Oliveira de Frades - Distrito de Viseu;
    • Vouzela - Distrito de Viseu;
    • São Pedro do Sul - Distrito de Viseu;
    • Cidade de Viseu;

Como chegar à Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

  • Automóvel: Se vier no seu automóvel do norte ou sul pela autoestrada A1, perto de Aveiro deve sair para a A25, no sentido para Viseu e sair no corte para a localidade do Carvoeiro, que fica a cerca de 2 km da Estação de Sernada do Vouga, onde começa a ecopista;
  • Comboio: Caso se desloque de comboio do norte ou sul, pela Linha do Norte, deverá sair na Estação de Aveiro e mudar para a Linha de Aveiro, antiga Linha do Vouga e seguir viagem até à estação terminal de Sernada do Vouga, última linha localizada a nascente desta estação;
    • Recomendação:
      • Aconselha-se a instalar a aplicação da CP para consultar os horários disponíveis;
      • O percurso com 80 km, entre Sernada do Vouga e Viseu, é a subir, sendo o piso maioritariamente em gravilha, com mais dificuldade, por isso aconselha-se a que começa bem cedo o percurso e no final pernoite em Viseu e regresse no dia seguinte para ter tempo de apreciar a ecopista que tem muitos motivos de interesse;

Mapa da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Mapa da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Crédito do Mapa: Ecopista do Vouga

Pontos de interesse da Ecopista do Vouga

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Os pontos de interesse abaixo indicados podem ser localizados no mapa acima exibido:

  1. Bosque de Carvalhos;
  2. Bosque de Carvalhos;
  3. Miradouro - São Pedro do Sul e vale do Vouga;
  4. Ponte Ferroviária de São Pedro do Sul;
  5. Ponte do Pego - Marmitas de Gigante no Vouga;
  6. Bosque de Carvalhos;
  7. Ponte Ferroviária de Vouzela;
  8. Ponte Ferroviária das Juntas e Bosque de Carvalhos;
  9. Ponte Ferroviária da Soalheira;
  10. Ponte Ferroviária dos Melos;
  11. Miradouro - Maciço da Gralheira;
  12. Bosque de Carvalhos;
  13. Miradouro - Albufeira da Barragem de Ribeiradio;

Municípios da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

  • Sernada do Vouga  - Macinhata do Vouga - Águeda - Aveiro;
  • Sever do Vouga - Distrito de Aveiro;
  • Oliveira de Frades - Distrito de Viseu;
  • Vouzela - Distrito de Viseu;
  • São Pedro do Sul - Distrito de Viseu;
  • Cidade de Viseu;

Mapa localização da Ecopista do Vouga

Mapa localização da Ecopista do Vouga

Crédito do Mapa: Ecopista do Vouga

Mapa topográfico da Ecopista do Vouga

Mapa topográfico da Ecopista do Vouga

Crédito do Mapa: Ecopista do Vouga

Antigas estações, apeadeiros, pontes, túneis e viadutos da Ecopista do Vouga

  • km: Descrição:
  • 061,650: Sernada do Vouga (Estação);
  • 063,700: Carvoeiro;
  • 066,286: Foz do Rio Mau;
  • 069,986: Poço de Santiago;
  • 070,025: Ponte de Poço de Santiago;
  • 070,958: Túnel da Carvoeira;
  • 071,153: Túnel de Vale Côvo;
  • 071,936: Paradela (Estação);
  • 072,497: Túnel do Bouço da Pedra;
  • 073,149: Túnel do Zebadinho;
  • 073,700: Túnel da Tapada Velha;
  • 075,733: Cedrim;
  • 079,119: Senhora da Lourosa;
  • 080,498: Ribeiradio (Estação);
  • 083,861: Arcozelo das Maias;
  • 085,569: Quintela;
  • 088,722: Santa Cruz;
  • 091,270: Nespereira do Vouga;
  • 093,540: Pinheiro de Lafões (Estação);
  • 097,719: Oliveira de Frades (Estação);
  • 099,945: São Vicente de Lafões;
  • 102,243: Fojo;
  • 106,200: Vouzela (Estação);
  • 110,005: Termas de São Pedro do Sul (Estação);
  • 111,000: Rio Vouga;
  • 112,600: Drizes;
  • 113,464: São Pedro do Sul (Estação);
  • 116,000: Fataunços;
  • 120,847: Real das Donas;
  • 123,559: Moçâmedes (Estação);
  • 125,775: São Miguel do Mato;
  • 129,294: Bodiosa (Estação);
  • 131,981: Travanca de Bodiosa;
  • 134,181: Mozelos;
  • 135,461: Campo;
  • 138,487: Abraveses;
  • 140,586: Viseu (Estação);  

Percurso da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

"A Ecopista tem início na linha de fronteira entre os concelhos de Sever do Vouga e Oliveira de Frades, dando continuidade à Ecopista de Sever do Vouga, que daqui ruma até Viseu. O primeiro setor desenvolve-se ao longo da margem esquerda do rio, sempre em subida até Oliveira de Frades.

As perspetivas para a albufeira da Barragem de Ribeiradio são especiais, com o espelho cristalino das águas do Vouga completamente bordejado por verdes encostas e guardado, ao fundo, pelas monumentais elevações das serras do Maciço da Gralheira.

Nos troços entre as várias povoações que atravessa antes de chegar a Oliveira de Frades são muitas as manchas florestais repletas de carvalhos e castanheiros, em muitos momentos formando espetaculares túneis florestais.

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Ao fim de cerca de 27 km, a Ecopista entra nos territórios de Vouzela, atravessando a vila pela antiga ponte ferroviária, num panorama paisagístico único, e que tem no Monte da Sra do Castelo uma sentinela natural que o acompanhará até à entrada nos territórios de São Pedro do Sul.

Passa ao lado das Termas e de novo se aproxima do Vouga, atravessando o seu leito na Ponte do Pego e, adiante, novamente, na ponte junto à antiga Estação Ferroviária de São Pedro do Sul, em recanto de enorme beleza paisagística e natural.

Segue-se uma longa subida até à malha urbana de Viseu, atravessando manchas florestais ricas em carvalhais, pinhais e eucaliptais, até chegar à Igreja Matriz de Bodiosa. A partir daqui, recomenda-se máxima atenção ao trânsito automóvel da capital distrital."9

Ecopista do Vouga: Estações, apeadeiros, túneis, pontes e passadiços

Ecopista do Vouga

  • Estações: 11;
    • Muitas das antigas estações foram recuperadas para outras utilizações:
      • Junta de Freguesia de São Vicente de Lafões, Oliveira de Frades - Viseu;
      • Associação Associação Nova Geração - Arcozelo das Maias, Oliveira de Frades - Viseu;
  • Apeadeiros: 20;
    • Muitos dos antigos apeadeiros não estão já assinalados;
  • Túneis: 17;
    • Requalificados no âmbito das obras de construção da Ecopista do Vouga para aumentarem a segurança e não caírem rochas nos utilizadores;
  • Pontes: 07;
    • Requalificados no âmbito das obras de construção da Ecopista do Vouga para aumentarem a segurança;
  • Passadiços: 02. Construídos para a Ecopista do Vouga;
    • Rua do Caima, junto à rotunda de acesso à A25 e Estrada EM1585, que dá acesso à Aldeia do Carvoeiro e Sever do Vouga, 
    • Avenida Cônego Nunes, Aldeia de Real das Donas, freguesia de Figueiredo das Donas, concelho de Vouzela, distrito de Viseu;

Código de conduta da Ecopista do Vouga

  • A Ecopista destina-se à prática de passeios pedonais, cicloturísticos em cadeira de rodas, em patins, e outros meios de mobilidade não motorizada salvo se existir sinalização específica;
  • Os utilizadores devem circular pela direita, a uma velocidade que não coloque em causa a sua integridade física e a dos restantes utilizadores a ultrapassagem far-se-á pela faixa da esquerda, tomando os devidos cuidados;
  • Os ciclistas devem circular com a necessária prudência, com especial atenção em zonas de fraca visibilidade e onde seja previsível a existência de gado nas proximidades de Ecopista;
  • Os utilizadores são aconselhados a utilizar de roupas claras e ou refletoras;
  • Os ciclistas devem utilizar capacete e/ou outros meios de segurança nomeadamente refletores e campainhas, sendo da sua responsabilidade danos físicos decorrentes de sua não utilização;
  • Não são permitidos animais de estimação, com exceção de cães-guia;
  • Seguir somente pelos trilhos sinalizados;
  • Evitar barulhos e atitudes que perturbem a paz do local;
  • Respeitar a propriedade privada;
  • Ser afável com os outros;
  • Não fazer lume;
  • Não abandonar lixo. Existem ao longo do percurso locais de recolha;

Ficha técnica da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Sinalização na Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

  1. Inauguração da Ecopista do Vouga: 6 de Outubro de 2023;
    • A totalidade do percurso da Ecopista do Vouga, foi inaugurada em inaugurada 6 de Outubro de 2023, pela Senhora Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, pelos Senhores Presidentes das Câmaras Municipais de Oliveira de Frades, João Valério, de São Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, e de Vouzela, Rui Ladeira, e pelo Senhor Presidente da CIM Viseu Dão Lafões e da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, na presença de Entidades dos Municípios e da Região. 
  2. Utilização da Ecopista do Vouga:
    • Utilização permitida: 
      • A Ecopista destina-se à prática de passeios pedonais, cicloturísticos em cadeira de rodas, em patins, e outros meios de mobilidade não motorizada salvo se existir sinalização específica;
      • Na Ecopista também é permitido circular de patins, trotinetas e skates;
    • Utilização proibida:
      • No começo dos percursos o acesso existe uma grade com as cores amarela e vermelha e o sinal vertical C4c, a assinalar o trânsito proibido a automóveis, motociclos e a veículos de tração animal;
    • Sinalização na Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

      • Apesar da proibição referida no ponto anterior, em alguns locais os residentes estão autorizados a circular pela via com os seus automóveis;
      • Não são permitidos animais de estimação, com exceção de cães-guia;
  3. Características do percurso: O percurso da Ecopista do Vouga serpenteia por áreas florestais, por vezes muita densas e ricas em património natural e agrícolas, sempre muito próximo do Rio Vouga. O seu percurso passa próximo de muitas aldeias do interior que convidam por vezes a um desvio, para ver a sua capela ou igreja, para comer ou beber algo no seu café ou taberna e conhecer os seus moradores; 
  4. Percursos: 06;
    • Percurso de Águeda: Entre a Estação de Sernada do Vouga e a Foz do Rio Mau onde começa o percurso de Sever do Vouga; 
    • Percurso de Sever do Vouga;
    • Percurso de Oliveira de Frades;
    • Percurso de de Vouzela;
    • Percurso de São Pedro do Sul;
    • Percurso de de Viseu;
  5. Trajeto Sernada do Vouga > Viseu:
    • Distância: 80 km;
    • Começo do percurso: PK 66,527 km;
    • Piso: saibro, betuminoso e passadiços de madeira. (Pela ordem de grandeza);
    • Antigas Estações: 11;
    • Antigos Apeadeiros: 20;
    • Túneis: 17;
    • Pontes: 07;
    • Passadiços: 02;
      • Rua do Caima, junto à rotunda de acesso à A25 e Estrada EM1585, que dá acesso à Aldeia do Carvoeiro e Sever do Vouga, 
      • Avenida Cônego Nunes, Aldeia de Real das Donas, freguesia de Figueiredo das Donas, concelho de Vouzela, distrito de Viseu;
    • Época aconselhada: O percurso pode ser efetuado em qualquer época do ano, tendo os seus utilizadores que tomar algumas precauções face às elevadas temperaturas que se podem fazer sentir durante o verão.
  6. Trajeto Sernada do Vouga > Sever do Vouga;
    • Distância: 4 km;
    • Início: Estação de Sernada do Vouga;
    • Fim: Termina no Lugar da Foz, próximo da foz do Rio Mau, ao PK 66,527;
    • Piso: O piso em saibro, betuminoso, (na estrada junto à aldeia do Carvoeiro) e passadiços de madeira, (na rotunda de acesso à A25);
  7. Trajeto Sernada do Vouga > Fontanelas do Vouga:
    • Distância: 15,5 km;
    • Piso: Piso em betuminoso de cor vermelha;
    • Sinalização: Sinalização vertical e horizontal e quilómetros percorridos;
    • Estações e apeadeiros: 03;
      • Apeadeiro da Foz;
      • Estação de Paradela - Sever do Vouga;
      • Apeadeiro de Cedrin;
    • Túneis: 06;
      • Na zona do antigo apeadeiro da Foz, encontramos o Túnel de Ródão;
      • No antigo apeadeiro do Poço de S. Tiago, existem dois túneis, o de Carvoeira e o de Vale Côvo;
      • Depois da antiga estação de Paradela, existem mais três túneis, o de Bouço Pedra, o de Zebadinho e o de Tapada Velha;
    • Pontes: 01;
      • Ponte do Poço de Santiago;
  8. Trajeto Fontanelas do Vouga/Sernada do Vouga - Viseu:
    • Distância: 64,6 km;
      • Vale d'Água > Oliveira de Frades: 23.3 km;
      • Oliveira de Frades > Vouzela: 6.1 km;
      • Vouzela > São Pedro do Sul: 7.5 km;
      • São Pedro do Sul > Viseu: 27.7 km;
    • Tempo de duração bicicleta:
      • Vale d'Água > Oliveira de Frades: 2h30;
      • Oliveira de Frades > Vouzela: 0h40;
      • Vouzela > São Pedro do Sul: 0h45;
      • São Pedro do Sul > Viseu: 2h45; 
    • Tempo de duração caminhada:
      • Vale d'Água > Oliveira de Frades: 9h;
      • Oliveira de Frades > Vouzela: 2h45;
      • Vouzela > São Pedro do Sul: 3h00;
      • São Pedro do Sul > Viseu: 11h00;
    • Desnível acumulado:
      • Subir: +1245 m;
      • Descer: -1488 m;
  9. Apoio ao Caminhante/ciclista:
    • Pontos de água: 02. Tenha atenção que estes pontos de água não são muito visíveis e facilmente passa por eles sem os identificar;
      • Em Arcozelo das Maias perto da Associação Associação Nova Geração, que tem a sede na antiga estação ferroviária;
      • Km. 32.5 KM, na Rua do Fojo - Vouzela;
  10.  Municípios/Distrito: 06;
    • Sernada do Vouga - Macinhata do Vouga - Águeda - Aveiro;
    • Sever do Vouga - Distrito de Aveiro;
    • Oliveira de Frades - Distrito de Viseu;
    • Vouzela - Distrito de Viseu;
    • São Pedro do Sul - Distrito de Viseu;
    • Viseu;

História da construção da Ecopista do Vouga

Linha Ferroviária do Vale do Vouga

Mapa da antiga Linha Ferroviária do Vale do Vouga

Crédito do mapa: Infraestruturas de Portugal

"A Linha de caminho-de-ferro do Vouga, com uma extensão de 140 km entre Espinho e Viseu e um ramal de 38 km até Aveiro, foi construída entre 1907 e 1914. Foi considerada uma das mais belas de Portugal. O relevo acentuado do terreno obrigou a um traçado sinuoso e implicou a construção de numerosos túneis e algumas pontes monumentais, as primeiras que se fizeram no País em alvenaria aparelhada e vãos de grandes dimensões.

A circulação de comboios com tração a vapor terminou em 1972, sendo a operação retomada três anos depois com automotoras diesel. O troço de 79 km entre Sernada do Vouga e Viseu foi desativado a 1 de janeiro de 1990."9

Linha do Vouga também conhecida por Linha do Vale das Voltas

Antiga locomotiva a vapor, da Linha do Vouga encerrada ao tráfego, no apeadeiro de Poço de Santiago

Foto: Antiga locomotiva a vapor, da Linha do Vouga encerrada ao tráfego, no apeadeiro de Poço de Santiago. Foto de Ercílio Jesus Rodrigues, Administrador do Grupo do Facebook, Vouguinha amigos e saudosistas.

"A linha do Vale do Vouga, mais conhecida como Linha do Vouga e com a alcunha da Linha do Vale das Voltas, em alusão ao seu traçado sinuoso, era um troço ferroviário que ligava a linha do Norte à linha do Dão, numa extensão de 140 km.

Começou a ser planeada em 1877 com o objetivo de escoar a abundante produção agrícola do vale do Vouga para o grande Porto, e foi finalmente inaugurada a 5 de fevereiro de 1914, estabelecendo a ansiada ligação ferroviária entre Espinho e Viseu.

As primeiras composições que serviam a linha do Vouga eram locomotivas a vapor, com vagões e carruagens de madeira. Mais tarde, a linha era servida por automotoras, situação que se manteve até à sua desativação em 1990 (entre Sernada do Vouga e Viseu). Fica a memória como uma das mais belas linhas ferroviárias de Portugal, subindo do litoral para a serra num périplo de curvas, túneis e pontes, cortando vales e montes de um verde luxuriante em ascensão."14

Evolução da Linha do Vouga até à Ecopista do Vouga

"A construção da Linha do Vouga, inaugurada na sua extensão total a 17 de março de 1914, depois da abertura dos troços entre Ribeiradio - Vouzela e Vouzela - Bodiosa, foi uma obra de ambição equiparável à dificuldade do empreendimento.

Com a construção das Linhas da Beira Alta e do Dão, a Linha do Vouga serviria para fazer a ponte de passageiros e mercadorias entre Viseu e o Porto, por meio de um traçado que conectava com a Linha do Norte em Espinho. Para a complementar, avançou-se simultaneamente com a construção do Ramal de Aveiro, que ligava a cidade costeira a Sernada do Vouga, criando assim uma extensão total de 175 km de via férrea.

Os trabalhos começaram em dezembro de 1907, ainda com D. Carlos sentado no trono. O troço entre Oliveira de Azeméis e Espinho foi o primeiro a ser inaugurado, em outubro de 1908, com a presença do último rei de Portugal, Manuel II. Daqui, prolongaram-se os trabalhos até Sernada do Vouga, extensão inaugurada em 1911, já pela Primeira República, e em 1913 inauguraram-se os troços entre Sernada do Vouga - Vouzela e Bodiosa - Viseu.

Em março do ano seguinte a também designada Linha do Vale das Voltas, pela sinuosidade do percurso, repleto de curvas e contracurvas e grandes desníveis de altitude, estava completamente operacional. Funcionou até 1 de janeiro de 1990, data em que o troço entre Sernada do Vouga e Viseu foi desativado."9 

Mapa antigo da Linha do Vouga

Mapa original da Linha do Vouga

Foto: Linha do Vale do Vouga. Companhia Portugueza para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro19

Grupo do Facebook: Vouguinha - amigos e saudosistas

No Facebook há um grupo denominado Vouguinha - amigos e saudosistas, para os amantes das antigas ferrovias em geral e desta em particular. Esta comunidade faz um bom trabalho na partilha de memórias, documentos e fotos da antiga Linha do Vouga, ajudando a manter a sua memória que era uma das ferrovias mais bonitas de Portugal. 

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Águeda

Descrição da Ecopista do Vouga - Águeda

"Como parte da antiga linha ferroviária está transformada em artéria rodoviária, o Percurso de Águeda, da Ecopista, só começa junto ao antigo apeadeiro de Carvoeiro. Segue em direção ao Apeadeiro da Foz do Rio Mau, já no concelho de Sever do Vouga, sempre paralelo à EN16 e ao Rio Vouga."15

Ecopista do Vouga - Aldeia do Carvoeiro

Depois das obras de requalificação da Ecopista do Vouga, o percurso começa logo a seguir à estação de Sernada do Vouga e no rotunda de acesso à A25, perto do lugar do Carvoeiro - Macinhata do Vouga - Águeda - Aveiro, foi construído um pequeno passadiço em madeira, para aumentar a segurança dos utilizadores. Nós chegamos a passar no local com as obras a decorrer, conforme informação que partilhamos nas redes sociais.

Estações em destaque - Águeda

Estação de Sernada do Vouga - Águeda - Linha do Vale do Vouga

Estação de Sernada do Vouga - Águeda - Linha do Vale do Vouga

A Estação de Sernada do Vouga pertence à freguesia de Macinhata do Vouga, concelho de Águeda, distrito de Aveiro. A mesma faz parte do ramal ferroviário que sobreviveu da Linha do Vouga, que parte de Aveiro e termina nesta localidade.

A mesma foi inaugurada em 8 de setembro de 1911, em conjunto com o troço da Linha do Vouga desta estação até à Estação de Albergaria-a-Velha, que depois cresceu até Espinho. Atualmente segundo informações que obtivemos neste troço só passam comboios sem passageiros, havendo no entanto planos da CP para a modernizar, já que este troço não foi encerrado, mas está em más condições.

Ponte Ferroviária e Rodoviária de Sernada do Vouga - Águeda - Linha do Vouga

Ponte Ferroviária e Rodoviária de Sernada do Vouga - Águeda - Linha do Vouga

A Estação de Sernada do Vouga, tem a particularidade da ponte que fica próxima, sobre o Rio Vouga, ser partilhada por comboios e automóveis e ter sinalização luminosa para encerrar aos outros utentes quando o comboio atravessa.

Se visitar este lugar não deixe de visitar o pequeno café/restaurante que funciona na estação, que tem sempre pratos caseiros económicos e petiscos variados, comida sempre muito saborosa, num local improvável que sempre nos surpreende. A gerente teve família que trabalhou nesta linha e recorda sempre com saudade histórias de quando este local fervilhava de passageiros e mercadorias. O espaço interior está decorado com fotos que retratam o passado ferroviário desta linha e a sua grandiosidade perdida. 

Perto da estação poderá visitar a Fonte de Sernada do Vouga, que foi construído no século XX, sendo formada por uma bica decorada por um espaldar contracurvado terminado em triângulo truncado lateralmente. A água cai para um tanque retangular ladeado por bancos. A mesma está decorada com painéis de azulejos sugestivos do passado ferroviário do local. 

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Sever do Vouga

Descrição da Ecopista do Vouga  - Sever do Vouga

Ecopista do Vouga - Sever do Vouga. Ao fundo Ponte do Poço de Santiago

"A ecopista do Vale do Vouga é uma ciclovia que acompanha o antigo traçado da linha do Vouga, com início no lugar da Foz, a ecopista tem mais de 10 km, seguindo sempre paralela ao rio Vouga e à EN16. Passa o edifício da antiga estação de Paradela (hoje recuperada e transformada em eco-café e serviço de apoio aos utilizadores da pista), e continua até aos limites do concelho com Oliveira de Frades, em Fontelas. Esta ciclovia atravessa, no seu percurso, 6 túneis e a majestosa ponte do Poço de Santiago."8

Mapa da Ecopista do Vouga  - Sever do Vouga

Mapa da Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Sever do Vouga

Crédito do Mapa: Município de Sever do Vouga

Ecopista do Vouga: Antigas estações e apeadeiros em destaque - Sever do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Paradela - Sever do Vouga, da Linha do Vale do Vouga

"Em Paradela fica uma das estações da linha do Vouga, hoje desativada, mas que se constitui como uma das principais referências históricas da região. A linha do Vale do Vouga, mais conhecida como linha do Vouga e com a alcunha de linha do Vale das Voltas, em alusão ao seu traçado sinuoso, era um troço ferroviário que ligava a linha do Norte à linha do Dão, numa extensão de 140 km.

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Paradela - Sever do Vouga

Começou a şer planeada em 1877 com o objetivo de escoar a abundante produção agrícola do vale do Vouga para o grande Porto, e foi finalmente inaugurada a 5 de fevereiro de 1914, estabelecendo a ansiada ligação ferroviária entre Espinho e Viseu. As primeiras composições que serviam a linha do Vouga eram locomotivas a vapor, com vagões e carruagens de madeira. Mais tarde, a linha era servida por automotoras, situação que se manteve até à sua desativação em 1990 (entre Sernada do Vouga e Viseu).

Fica na memória como uma das mais belas linhas ferroviárias de Portugal, subindo do litoral para a serra num périplo de curvas, túneis e pontes, cortando vales e montes de um verde luxuriante na sua ascensão."8 

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Cedrim - Sever do Vouga, da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Cedrim da Linha do Vale do Vouga

"No início do século XX, a nova linha férrea do Vale do Vouga trouxe os tempos modernos à freguesia, e Cedrim mereceu a construção de um apeadeiro. Para fazermos o passeio da Ecopista, o apeadeiro de Cedrim é paragem obrigatória. O comboio passava às 6h00, às 10h00, às 14h30, às 17h00 e às 19h00, mas era o comboio das 17h00 que provocava maior alvoroço, uma vez que trazia e levava o correio.

Nesse tempo o correio era precioso, pois era para muitas pessoas a única forma de comunicarem com familiares que viviam noutros lugares.
Uma das carruagens dispunha de uma ranhura para colocação das cartas, e assim seguiam as saudades da família, os segredos dos namorados e tantas outras emoções vertidas no papel, que depois o comboio a vapor dali levava.

O edifício ainda se encontra bem preservado, assim como a fachada de um antigo armazém onde se guardava cimento, carvão e outras mercadorias. Também evocativo dos tempos em que o comboio a vapor aqui chegava, envolto nas suas nuvens de fumo, observamos um troço da própria linha agora conservado como monumento, o qual foi retirado de um pontão que existia para a passagem do comboio por cima da estrada, em Fontelas. Embora já não exista, ainda há memória de um grande reservatório de água junto à linha, ligado a um tanque no alto da encosta, que reabastecia de água o comboio parado no apeadeiro."3

Património natural e arquitetónico em destaque na Ecopista do Vouga - Sever do Vouga

Ecopista do Vouga - Biodiversidade

"Este troço da linha do Vouga, hoje convertido em ecopista, atravessa, entre o lugar da Foz e Paradela, o Sítio de Importância Comunitária (SIC) do rio Vouga e é, por isso, um local de excelência para a observação da biodiversidade deste rio. Junto à ponte do Poço de Santiago, destaque para os peixes migradores como o sável, a savelha, a lampreia-marinha e a enguia; nas encostas junto ao Vouga são frequentes o loureiro e o medronheiro, aparecendo também o folhado e o sobreiro, constituindo um cortejo de árvores termófilas de folha perene que acompanham o Vale do Vouga.

Nestas florestas, observam-se com facilidade esquilos e pica-paus. Debaixo das pedras maiores podemos, por vezes, encontrar o curioso sapo-parteiro e, nos céus do vale do Vouga, a águia-de-asa-redonda é uma presença assídua. Junto ao rio, a borboleta protegida fritilária-dos-lameiros é abundante."8

Ecopista do Vouga - Fauna de Sever do Vouga

"Sinta a natureza à sua volta... Os sons, os cheiros, o toque da brisa na sua pele... Apure os sentidos e inicie esta viagem. Como cicerone, terá o rio Vouga. A diversidade das condições naturais, consequência das diferenças geomorfológicas do concelho, oferecem paisagens singulares. Sever do Vouga integra a lista de Sítios de Interesse Comunitário (SIC) da Rede Natura 2000. Este Sítio abriga diversos habitats, sendo considerado um refúgio de biodiversidade pela existência de várias espécies de peixes, anfíbios, répteis e mamíferos com estatuto de proteção internacional.

E o que escondem as águas e as margens do rio Vouga? Trata-se do principal curso de água que alimenta a ria de Aveiro e a Pateira de Frossos, e, como já sabemos, está classificado como SIC, pela elevada importância para a conservação de várias espécies, nomeadamente algumas piscícolas migradoras, que dependem dele para a sua alimentação e reprodução. Entre elas, podemos referir a boga, o bordalo, a lampreia marinha, a lampreia-de-rio, o ruivaco, o sável, o barbo e a savelha.

No leito do rio, avistam-se garças-reais, guarda-rios, águias-de-asa-redonda e lontras, ao passo que nas suas margens podemos observar a borboleta apatura-pequena e algumas libélulas raras e protegidas, como a macrómia e a esmeralda, que habitam os poços mais profundos no estado larvar. Podem ainda encontrar aqui refúgio o lagarto-de-água, a rã-verde, a cobra-de-água-viperina e o sapo-parteiro.

Ainda na floresta contígua, observam-se, de onde em onde, esquilos e pica-paus. Em qualquer lugar e em todo o lugar, verá a vida a ajudar a vida. Nenhuma sobrevive sozinha!"3

Ecopista do Vouga - Flora de Sever do Vouga

"Comece por fechar os olhos e inspire profundamente. Ative os seus sentidos e inicie esta viagem, disponível para ser surpreendido! O verde é a cor dominante. Porém, se olhar à sua volta com mais atenção vai começar a distinguir outras cores e formas que se vão destacar da aparente monotonia da mancha verde inicial. Lá em baixo, nas encostas junto ao Vouga, são frequentes o loureiro e o medronheiro. O carvalho-alvarinho, o ulmeiro e o castanheiro são outras espécies autóctones que se observam. São árvores majestosas que oferecem sombras magníficas no verão.

Mais próximas do rio, as espécies ripícolas, que se podem encontrar nas zonas de transição entre os ambientes aquáticos e terrestres, como o amieiro, o salgueiro-negro e o freixo-comum. Parte destas árvores são caducifólias. À medida que as temperaturas vão descendo com a proximidade do inverno, e antes de perderem as suas folhas, presenteiam-nos com um espetáculo de cores. Em diferentes épocas do ano, a tela vai sendo pintada. Mas nem tudo são árvores de grande porte.

As plantas de tamanho mais modesto também têm um papel importante no ecossistema, deslumbrando-nos pela sua beleza, como é o caso do azevinho, vastamente conhecido pela particularidade das suas folhas e frutos, sendo uma espécie protegida. E já reparou nos canudos esverdeados que salpicam as margens da Ecopista do Vouga e do rio? São a parte visível do investimento que o município de Sever do Vouga tem feito para que a área envolvente recupere algumas espécies da flora autóctone deste Sítio da Rede Natura 2000.

Ao nível do solo e em certas árvores e muros proliferam as briófilas (musgos), os líquenes e, em sítios mais sombrios e húmidos, os fungos, vulgarmente conhecidos por cogumelos, também observáveis para quem percorre a ecopista ao ritmo da descoberta. Volte agora o seu olhar para os fetos: o feto-real, o feto-macho e a fentanha. Observe em seu redor os arbustos que crescem espontaneamente, como o escalheiro-manso, o sanguinho, a murta, a gilbardeira e as silvas. E aqui e ali vemos, também, terrenos salpicados de laranjeiras, cujo fruto, antes dos mirtilos, era a imagem de marca da região. Não é por acaso que este percurso faz parte do PR3-Rota das Laranjeiras... A aventurar-se numa próxima viagem!"6

Rio Vouga: Vivências ribeirinhas

"O rio Vouga é um guardião de vivências e uma fonte de memórias desde a pré-história, que no tempo dos Roma- nos se vêm a denominar terrae Severi. Nestas terras, o rio Vouga afirmou-se como artéria viva de comunicação e transporte, fundamental para as gentes locais. Do mar, era navegável apenas até Pessegueiro do Vouga.

O mercantel, ainda hoje em uso na ria de Aveiro, foi nos últimos séculos o barco aqui utilizado, com uma capacidade que podia chegar às 12 toneladas. Até ao Poço de S. Tiago, carregava sal, sardinha, bacalhau, telha, louças de barro, faiança e outros bens. Muitos testemunham que atracavam mercantéis às dúzias, e eram as gentes da terra, em particular as mulheres, que ajudavam a descarregar e a levar o sal para pequenos armazéns nas proximidades, bem como os outros bens para a vila.

Desta enseada fazia-se descer até Aveiro cereais, hortaliças, laranjas, cortiça, lenha e troncos de árvores, sendo estes últimos lançados para a água, rio abaixo. De todos estes produtos, seriam as laranjas as mais famosas, de tal forma que, por volta de 1700, diz-se que em Aveiro "a fruta de espinho", que era como se chamava às plantas dos citrinos, "é tanta que dá carga a muitos navios para Inglaterra".

O rio também era cobiçado pela sua riqueza em peixes: trutas, barbos, bogas, bordalos, ruivacos e, em tempo de inverno, lampreias e sáveis, que se aventuravam rio acima. As dificuldades de outros tempos eram por vezes mitigadas com a pesca, mesmo havendo proibições. Pela calada da noite, junto a uma fraga ou atrás de uns amieiros, montava-se a armadilha. Borras de vinho, trovisco e outras ervas e artimanhas estonteavam o peixe e faziam-no vir à tona da água.

Aqui, a história do rio Vouga é a riqueza de um passado cheio de gente a desbravá-lo. Mergulhar nas suas águas é a experiência mais próxima das vivências destas gentes ribeirinhas."3

Linha V - Vouga

"O Vouga é o segundo maior rio inteiramente em território português. É um rio de águas límpidas, com bosques de ribeira e carvalhais a povoar as suas margens (V1 – Ponte de São Tiago, V2 – Praia Fluvial da Quinta do Barco, e V13 – Lenteiro do Rio). Há mais de 150.000 anos que o ser humano por aqui prospera, como o atestam as recentes descobertas feitas na foz do rio Teixeira (V9 – Albufeira de Ribeiradio).

O megalitismo tem aqui grande expressão, como se pode constatar pela presença de inúmeros dólmens na serra das Talhadas, destacando-se a Anta da Capela dos Mouros (V7), com mais de 6000 anos e onde foram encontrados artefactos que nos indicam que estes povos já praticavam agricultura. Na proximidade do Vouga, as levadas de Carrazedo (V4) e Paradela (V10) convidam a um passeio à beira do murmurejar da água nos dias quentes de verão."7

  • V1 - Ponte do Poço de Santiago;
  • V2 - Praia Fluvial da Quinta do Barco;
  • V3 - Linha do Vouga;
  • V4 - Levada de Carrazedo;
  • V5 - Pedras Talhadas;
  • V6 - Necrópole de Chão Redondo;
  • V7 - Anta da Capela dos Mouros;
  • V8 - Monte do Castelo;
  • V9 - Albufeira de Ribeiradio;
  • V10 - Levada de Paradela;
  • V11 - Pedra escrita de Serrazes;
  • V12 - Termas de São Pedro do Sul;
  • V13 - Lenteiro do Rio;
  • V14 - Penas do Diabo;

Mapa da Linha V - Vouga

Mapa da Linha V - Vouga

Créditos do Mapa: Montanhas Mágicas - Rota da Água e da Pedra

Ponte do Poço de Santiago

Ecopista do Vouga - Ponte do Poço de Santiago

"Ao viajar ao longo da EN 16, um elemento notável surge-nos por entre as curvas à beira Vouga: A Ponte do Poço de S. Tiago, projeto de engenharia monumental, com os seus 165 m de comprimento, com o arco central de 55 m de vão e 28m de altura. Construída entre 1912 e 1913, com projeto de Paul Sejourné e orientação de François Mercier, ambos franceses, é considerada a mais alta ponte de alvenaria do país.

Ecopista do Vouga - Ponte do Poço de Santiago

Das muitas pontes projetadas, a ponte ferroviária de Eaux-salées, na Provença francesa, é a que mais se assemelha a esta ponte. Integrada na Linha do Vale do Vouga, que ligava Espinho a Viseu, esta linha ferroviária era também conhecida por Linha do Vale das Voltas, pelas suas sucessivas curvas sinuosas. Por aqui circulava o "Vouguinha", o comboio a vapor, que depois passou a diesel. A 1 de Janeiro de 1990 a linha foi encerrada definitivamente, entre Sernada e Viseu.

No século XXI, o canal ferroviário, dentro do concelho, foi convertido numa ecopista ciclável, Ecopista do Vouga, e a velha estação de Paradela transformada para apoio aos visitantes, com bar e aluguer de bicicletas."4

Ponte do Poço de Santiago: Ponte em alvenaria mais alta da Península Ibérica

Construção da Ponte do Poço de Santiago - Sever do Vouga, da Linha do Vale do Vouga

Foto: Construção da Ponte do Poço de Santiago da Linha do Vale do Vouga. Foto de Ercílio Jesus Rodrigues, Administrador do Grupo do Facebook, Vouguinha amigos e saudosistas .

"Concluída em 1913 para a nova Linha do Vale do Vouga, a Ponte do Poço de S. Tiago é considerada a ponte em alvenaria mais alta da Península Ibérica, com cerca de 28 metros de altura. A construção, dirigida por François Mercier e com projeto de Paul Sejourné, durou dois anos, fez-se com granito de Talhadas e obrigou a muita força braçal, com o uso de cordas e cimbres de madeira.

Na grande enseada que era o Poço de S. Tiago, junto à aldeia de Pessegueiro do Vouga, a nova ponte veio permitir que o comboio a vapor cruzasse aqui o rio, lá no alto, como que a voar ao longo de 165 metros e ecoando a sua presença em todo o vale.

Os mercantéis, barcos que durante séculos subiram e desceram o rio, passaram a navegar por baixo do arco principal, uma enorme parábola com 53 metros na base. O lugar do Poço de S. Tiago foi durante muitos anos o porto fluvial da única via de ligação entre esta região e Aveiro.

Agora, com o desaparecimento dos barcos do rio e do comboio a vapor, ficaram as águas do Poço de S. Tiago definitivamente espelhadas, refletindo o céu, as árvores e, sobretudo, a centenária ponte, silenciosa, com os seus 12 belíssimos arcos. E o implacável teste do tempo continua a demonstrar a qualidade da execução e da engenharia desta obra monumental."5

Ecopista do Vouga - Sever do Vouga - Túneis ferroviários

Ecopista do Vouga - Túneis ferroviários

"Os túneis que se encontram ao longo das linhas de comboio são obras de engenharia que nos transportam para outros sentidos. Na antiga linha ferroviária do Vale do Vouga, os passageiros eram convidados a apurar e vivenciar esses sentidos ao longo do percurso, desde a Foz do Rio Mau até Cedrim.

Na zona do antigo apeadeiro da Foz, encontramos o Túnel de Ródão; já no antigo apeadeiro do Poço de S. Tiago, existem dois túneis, o de Carvoeira e o de Vale Côvo; e depois da antiga estação de Paradela, existem mais três túneis, o de Bouço Pedra, o de Zebadinho e o de Tapada Velha.

Durante a viagem, quando o comboio apitava a rasgar os túneis, a respiração era suspensa por alguns segundos ou breves minutos. Depois, voltava a luz, e a serenidade e a contemplação dominavam novos sentidos pela paisagem deslumbrante que surgia ao ritmo do movimento do comboio.

Na Ecopista do Vouga é ainda possível atravessar seis túneis. Já sem o comboio, mantém-se a mesma magia da descoberta e da tranquilidade dos que circulam nesta via com história, a pé ou de bicicleta."3 

Fábrica de Massas Alimentícias Vouga

Ecopista do Vouga - Fábrica de Massas Alimentícias Vouga

"A Fábrica de Massas Alimentícias Vouga, obra empreendedora de um filho da terra, de nome Joaquim Martins, nasce em Paradela, no início da década de 30 do século XX. Tal como os rudimentares moinhos de outrora eram movidos pela água corrente, o projeto do fundador previu a instalação de uma pequena central hidroelétrica no lugar da Grela, aproveitando o rio Vouga que ali mesmo corria.

Foi também nesse mesmo lugar que o fundador nasceu e viveu, e, tal como a sua casa, a represa e o edifício da central ainda existem e estão preservados. O sucesso da nova fábrica foi bastante relevante. Tornou-se a maior empregadora da região e a estação ferroviária de Paradela não tinha descanso com cargas e descargas de mercadorias e com gentes em constante vaivém.

O edifício cresceu, com uma frente de quase 300 metros; ao lado, ergueu-se um edifício com vários silos tão altos que se vêem ao longe, do outro lado do rio; e as massas foram ganhando prémios de qualidade internacionais.

Ecopista do Vouga - Fábrica de Massas Alimentícias Vouga

Porém, a fábrica fechou na década de 80 com graves dificuldades económicas. Por fim, com o empenho e esforço financeiro da autarquia de Sever do Vouga, foi possível recuperar as fachadas originais, onde ainda se vê, em azulejo da época, o logótipo da antiga empresa com a seguinte designação: "Vouga Fábrica de Massas Alimentícias".

Os silos mantêm-se erguidos e o edifício principal foi completamente modernizado, servindo agora como polo de empreendedorismo, VougaPark - Centro de Inovação. Assim, não ficou apenas salvaguardada a história de todas as dinâmicas que em tempos aqui pulsava, mas deu-se também continuidade à vocação empresarial que se respira no lugar."3

Vivências de Cedrim

"Do alto da pequena serra com vista para a vila e para o vale do Vouga, a localidade de Cedrim esconde memórias antigas. No lugar de Castelo, ponto mais alto da atual freguesia, já na Idade do Ferro se havia fixado um povoado. Depois, pelas encostas abaixo, foi nascendo a agricultura.

A terra fecunda assistiu à passagem dos séculos e dos romanos, dos visigodos, dos muçulmanos e, por fim, dos cristãos. No início do século XI, terá havido por aqui um mosteiro beneditino, ligado ao Convento de Pedroso, em Vila Nova de Gaia.

Até à chegada do comboio, no início do século XX, pouco mais se faz notar na localidade, além da pacatez, da pequena agricultura, da criação de gado miúdo e da pesca à linha no rio. Com a chegada do comboio, a localidade transformava-se em alvoroço diário com o primeiro comboio da manhã. Ao longo do dia, esse alvoroço intensificava-se com as cargas e descargas de pessoas, materiais de construção e outros produtos para a terra.

A entrega do correio era a hora mais esperada, com a chegada do comboio das 17h. Todo este bulício diário ainda se tornava mais intenso no período de laboração do lagar do azeite e da destilaria de aguardente, da propriedade de Afonso Santos, próximos do apeadeiro de Cedrim.

Entre o fim de outubro e meados de novembro, quando se colhia a azeitona, Tio Afonso, como era carinhosamente chamado, recolhia desde Campia, Pinhel, Oliveira de Frades e Águeda as azeitonas para o lagar. Trabalhavam aí quatro pessoas, uma na mó de pedra, duas nas cestas das azeitonas e mais uma na tarefa da separação.

O alambique funcionava, apenas, na época das vindimas, e duas ou três pessoas ali se ocupavam a produzir o bagaço e a aguardente. Tempos que se foram mas que persistem nas memórias de alguns dos seus protagonistas."3

Santuário de Nossa Senhora dos Milagres - Cedrim - Sever do Vouga

Santuário de Nossa Senhora dos Milagres - Cedrim - Sever do Vouga

"Em 1692, construiu-se o Santuário da Nossa Senhora dos Milagres em Cedrim - Sever do Vouga. Voltado para sul e com um miradouro em frente, atualmente é constituído pelo edifício da capela e da sacristia, em estilo maneirista, dispondo de uma bonita torre sineira. Situa- -se no largo de Paçô e merece certamente uma visita."3

Contactos úteis de Sever do Vouga

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Oliveira de Frades

Descrição da Ecopista do Vouga - Oliveira de Frades

"O panorama paisagístico que se observa ao atravessar Oliveira de Frades é verdadeiramente avassalador, com as serranias do Maciço da Gralheira  a construírem uma autêntica muralha de pedra e floresta que parece tornar este território impenetrável. Daqui a Ecopista continua para oeste, por troços de floresta autóctone, interrompidos pelas várias povoações atravessadas pela antiga Linha do Vouga e seus campos de cultivo.

As primeiras perspectivas para a albufeira da Barragem de Ribeiradio anunciam à reta final do trajeto, com o espelho d' água cristalino do Vouga a convidar um mergulho.

Rumo a Viseu, depois de atravessar São Vicente de Lafões, há que percorrer a zona oeste de Vouzela, com a sua floresta autóctone rica em carvalhos e castanheiros, e atravessar o vale do rio Zela pela antiga ponte ferroviária, guardada por uma antiga locomotiva Henschel'& Sohn, com no de série 202, de tração a vapor. Adiante, o Monte da Srº do Castelo anuncia a entrada nos territórios de São Pedro do Sul, passando pouco depois ao lado das suas famosas Termas.

A Ecopista aproxima-se do Vouga, atravessando o seu leito na Ponte do Pego e, adiante, novamente, na ponte junto à antiga Estação Ferroviária de São Pedro do Sul em recanto de enorme beleza paisagística e natural. Seque-se uma longa subida até à malha urbana de Viseu, atravessando manchas florestais ricas em carvalhais, pinhais e eucaliptais, até chegar à Igreja Matriz de Bodiosa. A partir daqui, recomenda-se máxima atenção ao trânsito automóvel da capital distrital."9

Ecopista do Vouga: Antigas estações e apeadeiros em destaque - Oliveira de Frades

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Ribeiradio - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Ribeiradio - Oliveira de Frades, da Linha do Vale do Vouga

"A Estação Ferroviária de Ribeiradio foi uma interface da Linha do Vouga, que servia a aldeia de Ribeiradio, no Distrito de Viseu, em Portugal. Quando se estava a planear a Linha do Vouga, na transição para o Século XX, já se preconizava que Ribeiradio estaria entre as localidades a serem servidas por aquele caminho de ferro.

O tramo de Foz do Rio Mau a Ribeiradio entrou ao serviço em 4 de Novembro de 1913, enquanto que o lanço seguinte, até Vouzela, foi inaugurado no dia 30 desse mês. A Linha do Vouga foi construída pela Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger.

Painel de Azulejos da antiga Estação de Ribeiradio - Oliveira de Frades, da Linha do Vale do Vouga

Foto: Painel de azulejos da antiga Estação de Ribeiradio - Oliveira de Frades, da Linha do Vale do Vouga, colocado junto à estrada perto da ecopista.

Em 1 de Janeiro de 1947, a Linha do Vouga passou a ser explorada pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. Este interface tinha originalmente estatuto de estação, que manteve até 1984, tendo sido em 1985 despromovido à categoria de apeadeiro. O lanço da Linha do Vouga entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado no dia 2 de Janeiro de 1990, como parte de um programa de reestruturação da empresa Caminhos de Ferro Portugueses."18

Ecopista do Vouga - Antigo Apeadeiro de Senhora de Lourosa-Barreiro - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antigo Apeadeiro de Senhora de Lourosa-Barreiro - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

"O Apeadeiro de Senhora da Lourosa, originalmente denominado de Barreiros, foi uma gare da Linha do Linha do Vouga, que servia a povoação de Barreiro e o Santuário de Nossa Senhora da Lourosa, no concelho de Oliveira de Frades, em Portugal.

Este apeadeiro encontrava-se no troço entre Foz do Rio Mau e Ribeiradio, que entrou ao serviço em 4 de Novembro de 1913. A Linha do Vouga foi construída pela Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger.

Nos horários de 1939, esta interface aparecia com o nome de Barreiros. Em 1 de Janeiro de 1947, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses passou a explorar a Linha do Vouga. O lanço da Linha do Vouga entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado no dia 2 de Janeiro de 1990, pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses."17

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Arcozelo das Maias - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Arcozelo das Maias - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

"A Estação Ferroviária de Arcozelo das Maias (nome anteriormente grafado como "Arcozêlo"), foi uma interface da Linha do Vouga, que servia a localidade de Arcozelo das Maias, no Distrito de Viseu, em Portugal."20

Esta antiga estação foi reconvertida na sede da Associação Nova Geração.

Ecopista do Vouga - Antigo de Nespereira do Vouga - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antigo de Nespereira do Vouga - Oliveira de Frades da Linha do Vale do Vouga

O Apeadeiro de Nespereira do Vouga foi uma gare da Linha do Vouga, que servia a povoação de Nespereira do Vouga, concelho de Oliveira de Frades, no Distrito de Viseu, em Portugal.

Património natural e arquitetónico em destaque na Ecopista do Vouga - Oliveira de Frades 

Entre o Vouga e o Caramulo

"As terras de Oliveira de Frades, outrora parte das Terras de Lafões, encontram-se enclausuradas entre as serras do Maciço da Gralheira e a Serra do Caramulo, com o vale do Vouga a cortar de azul este coração montanhoso do centro de Portugal. Os vestígios da ocupação humana são aqui muito antigos e singulares.

O Dólmen de Antelas é um caso flagrante, pelas pinturas que revestem os esteios da câmara sepulcral, a vermelho e negro, que o tornam num dos mais enigmáticos e importantes monumentos megalíticos do País. A Pedra das Ferraduras Pintadas, cronologicamente mais recente, é outro símbolo da atividade artística rupestre dos antigos habitantes deste território. Os Romanos também aqui deixaram a sua marca, com uma via da qual restaram troços e marcos miliários.

O primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, concedeu Carta de Couto a Vila de Ulveira (Oliveira de Frades) em 1169, aquando da sua passagem pelo Balneário de Lafões (antiga vila do Banho), onde se recuperou de uma fratura numa perna.

Doou as terras aos frades do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, com os quais mantinha estreitas relações, tendo somente em 1837, por Decreto de D. Maria II, sido criado o atual concelho de Oliveira de Frades. Na localidade de Reigoso, a sudoeste da vila, foi fundada em 1195 uma das mais importantes albergarias medievais de Portugal."9

Miradouro de Ribeiradio - Baloiço do Rio

Miradouro de Ribeiradio - Baloiço do Rio

O Miradouro de Ribeiradio ou como é também conhecido por Baloiço do Rio fica próximo da Ecopista do Vouga, do outro lado da Estrada Nacional 16, já no concelho de Oliveira de Frades. Este local oferece uma visão soberba sobre o Rio Vouga e Albufeira da Barragem de Ribeiradio.

Uma das nossas voltas de bicicleta foi utilizar este ponto para dar a volta a toda esta área e regressar pela Estrada da Barragem de Ribeiradio, conforme artigo inserido no nosso jornal sobre os melhores percursos de bicicleta do distrito de Aveiro, embora este reparta a localização com o distrito de Viseu.

Ponte Ferroviária dos Melos - Oliveira de Frades - 8 arcos e 128 metros21

Ponte Ferroviária dos Melos - Oliveira de Frades

  • Categoria: Arquitetura civil > Ponte;
  • Localização:
    • Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades - Viseu;
    • A Ponte dos Melos está localizada ao longo da Ecopista do Vouga, oferecendo aos visitantes a oportunidade de desfrutar de uma bela paisagem natural enquanto exploram a região;
  • História Ferroviária: A Ponte dos Melos é uma antiga estrutura ferroviária que costumava ser atravessada por comboios, mas agora está desativada;
  • Arquitetura Impressionante: Esta ponte é uma obra de arquitetura impressionante, construída em alvenaria de granito, com oito arcos e uma extensão de 128 metros;
  • Vistas Panorâmicas: A partir da ponte, os visitantes podem desfrutar de vistas panorâmicas deslumbrantes da paisagem circundante;
  • Estado de Conservação: Atualmente, a ponte apresenta algumas anomalias, como fissuras nos arcos, degradação do guarda-corpos, vegetação em suas paredes e problemas de infiltração de água;
  • Intervenções de Conservação: Foram realizados trabalhos de conservação na ponte, incluindo a aplicação de argamassas e a instalação de tirantes metálicos entre os tímpanos. No entanto, essas medidas mostram sinais de degradação;

Igreja Paroquial de Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades

Igreja Paroquial de Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades, junto à Ecopista do Vouga

"As mais antigas referências documentais que se conhecem sobre a paróquia de Santa Maria de Pinheiro, inscrita no julgado de Lafões, remontam às Inquirições de 1258, mas a realidade é que a sua existência parece ser bastante mais remota. A igreja actual resulta das várias campanhas de obras de que foi objecto, no decorrer do século XVIII, e da reconstrução ocorrida em 1827, data que surge gravada da fachada principal.

As obras documentadas da primeira metade de Setecentos incidiram sobre a capela-mor, demolida em 1729 e substituída por uma nova, construindo-se ainda, em 1741, uma capela com acesso para a rua. Já na segunda metade da centúria, os trabalhos incidiram na residência paroquial, que se admite corresponder à primitiva igreja, onde se registou a data de 1787, no portal de entrada. Já no contexto da campanha do século XIX, e para além da frontaria com o ano de 1827, registam-se obras na sacristia em 1831.

Igreja Paroquial de Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades, junto à Ecopista do Vouga

A residência paroquial foi alvo de um incêndio que a destruiu, bem com ao seu acervo documental, em 1982, mas em sete anos mais tarde já se encontrava reconstruída. Por fim, entre 1997 e 1998, todo o conjunto arquitectónico beneficiou de um projecto de valorização, com o arranjo do adro, e a colocação neste espaço do antigo portal de acesso à residência paroquial.

A fachada do templo denuncia, nas suas linhas onduladas e em pormenores neoclássicos, a feição tardia da sua execução. Delimitada por pilastras coroadas por urnas, e frontão de lanços curvos, é marcada pela abertura do portal, com pilastras estriadas, de verga curva e com frontão de aletas e remate em cortina. Sobrepõe-se-lhe a janela do coro, de linhas curvas ladeada por outras duas de dimensão mais reduzida.

A torre sineira ergue-se à esquerda, dividindo-se em três registos, terminando em coruchéus. No interior, de nave única abobadada, ganha especial importância o retábulo-mor que, tal como os colaterais, pode ser datado do final do século XVIII ou do início do século XIX. Já os laterais são da primeira metade de Setecentos.

O templo é envolto pelo adro, com a casa paroquial à direita e, alinhado com a fachada da igreja, o antigo portal da residência paroquial, de verga recta encimado por frontão de aletas interrompido.

Do conjunto faz ainda parte o cemitério, do lado direito da igreja, inaugurado a 16 de Setembro de 1870 e a ponte ferroviária, junto ao cemitério. Construída em 1913, inscreve-se na série de pontes da linha do Vale do Vouga, encontrando paralelo na Ponte dos Melos, também no concelho de Oliveira de Frades. Trata-se de uma estrutura de arcos múltiplos, em alvenaria de pedra, e de traçado em curva. A estação de Pinheiro de Lafões foi desactivada na década de 1970."10

Pastorinhos e Nossa Senhora de Fátima em Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades

Pastorinhos e Nossa Senhora de Fátima em Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades

Junto à Ecopista do Vouga, no acesso à Igreja Paroquial de Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades, podemos encontrar um pequeno santuário dedicado à Nossa Senhora de Fátima, que aparece aos pastorinhos no cimo de uma árvore. 

Ponte Ferroviária da Soalheira - Oliveira de Frades

Ponte Ferroviária da Soalheira - Oliveira de Frades

A Ponte Ferroviária da Soalheira fica localizada em Pinheiro de Lafões, logo a seguir à Igreja Paroquial de Pinheiro de Lafões - Oliveira de Frades. Por baixo da mesma foi construído o Parque da Soalheira em Pinheiro de Lafões, que está a ser requalificado.

Igreja Paroquial de São Vicente de Lafões - séc X - Corredoura - Oliveira de Frades

Igreja Paroquial de São Vicente de Lafões - Corredoura - Oliveira de Frades

"A Igreja Matriz de São Vicente de Lafões ergue-se no lugar da Corredoura, sede da freguesia. Documentos do século X já mencionam uma pequena povoação rural neste local. A empreitada arquitectónica é já obra tardia. O templo mostra uma planta simples, de uma só nave, rectangular. A fachada é flanqueada por uma torre sineira do lado direito.

Actualmente, todas as fachadas do templo se mostram desprovidas de pintura, contudo, num passado recente estas eram caiadas de branco. A torre sineira era revestida de azulejos. Resta uma composição em azulejos com a representação de São Vicente, a branco e azul, patrono da igreja e padroeiro da freguesia. A festa litúrgica do Santo comemora-se a 22 de janeiro.

São Vicente viveu no século IV, num período aceso de perseguições aos cristãos, levadas a cabo pelo Imperador romano Diocleciano. Vicente recusou prestar culto e oferecer sacrifícios aos deuses romanos e foi martirizado até á morte, no ano de 304 em Valência.

O Santo é representado com a palma na mão direita e um barco, e sobre este corvos, na esquerda. A presença dos corvos tem várias interpretações. Depois da tortura de que foi vítima, o corpo de Vicente foi lançado num pântano, mas um corvo terá velado pelo corpo e manteve as feras afastadas. As santas relíquias foram depois depositadas numa capela perto de Valência e mais tarde transportadas para a abadia de Castres no Languedoc.

Outra versão da lenda, conta-nos que foram corvos que indicaram o local exacto do corpo do santo a D. Afonso Henriques e também dois corvos acompanharam o barco que transportou o corpo do santo para Lisboa. (Texto de Patrícia Lopes)"22

Contactos úteis de Oliveira de Frades

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Vouzela

Descrição da Ecopista do Vouga - Vouzela

"A Ponte Ferroviária das Juntas e Bosque de Carvalho de Vouzela (foto abaixo), está imersa por floresta autóctone, sendo também rica em carvalhos e castanheiros, e por alguns eucaliptos, olha-se Vouzela numa nova perspetiva. As paisagens montanhosas a norte e noroeste tornam-se, a cada quilómetro, mais avassaladoras.

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Depois de atravessar Oliveira de Frades, seguem-se troços de floresta autóctone, interrompidos pelas várias povoações atravessadas pela antiga Linha do Vouga e seus campos de cultivo. As primeiras perspetivas para a albufeira da Barragem de Ribeiradio anunciam a reta final da Ecopista, com o espelho de água cristalino do Vouga a convidar um mergulho após tamanha travessia. Rumo a Viseu, há que atravessar o vale do rio Zela pela antiga ponte ferroviária de Vouzela, um dos momentos inesquecíveis da Ecopista do Vouga.

A vila parece nascida das encostas, com o seu rico património talhado em granito, e ao fundo, as serras do Maciço da Gralheira criam um horizonte montanhoso que parece guardar estas antigas Terras de Lafões. Adiante, o Monte da Srª do Castelo anuncia a entrada nos territórios de São Pedro do Sul, passando pouco depois ao lado das suas famosas Termas.

A Ecopista aproxima-se do Vouga, atravessando o seu leito na Ponte do Pego e, adiante, novamente, na ponte junto à antiga Estação Ferroviária de São Pedro do Sul, em recanto de enorme beleza paisagística e natural. Segue-se uma longa subida até à malha urbana de Viseu, atravessando manchas florestais ricas em carvalhais, pinhais e eucaliptais, até chegar à Igreja Matriz de Bodiosa. A partir daqui, recomenda-se máxima atenção ao trânsito automóvel da capital distrital."9

Ecopista do Vouga: Antigas estações e apeadeiros em destaque - Vouzela

Estação de Camionagem de Vouzela – antiga estação de caminho-de-ferro de Vouzela

Estação de Camionagem de Vouzela – antiga estação de caminho-de-ferro de Vouzela - Ecopista do Vouga

“Do conjunto ferroviário de Vouzela faz parte o depósito de água, que abastecia as caldeiras das locomotivas a vapor, e o edifício da estação onde se geria e controlava o movimento comercial, o tráfego e a segurança dos comboios, vistos pela última vez em 1972. À semelhança das outras estações existentes em toda a linha do vale do Vouga, a estação de Vouzela apresenta características tipicamente francesas, que se devem ao facto da companhia construtora, parte dos capitais e dos próprios engenheiros, terem esta nacionalidade.

A estação apresenta um corpo estreito de dois andares de idêntico desenho na frontaria e traseiras, variando nas laterais. O rés-do-chão era composto por uma sala de espera, com relógio, a que se acedia, pela porta principal, a um pequeno escritório.

A porta traseira dava acesso à zona de habitação do pessoal ferroviário. Uma extensão lateral, albergava o gabinete do chefe da estação e o gabinete de despachos de mercadorias, tendo o lado oposto do corpo principal o imprescindível cais de mercadorias, sob cujas abas do telhado se procedia, abrigadamente, à carga e descarga de mercadorias, transportadas por vagões. Hoje em dia constitui um exemplo de destaque em matéria de reconvenção de estruturas.” 12

Património natural e arquitetónico em destaque na Ecopista do Vouga - Vouzela

São Miguel do Mato e as serras do Maciço da Gralheira

Maciço da Gralheira - São Miguel de Mato - Vouzela - Viseu

Na Ecopista do Vouga ou passar em Vouzela se olhar para norte irá ver a freguesia de São Miguel de Mato, no sopé do Maciço da Gralheira, que nos dias solarengos e céu azul oferecem uma paisagem fabulosa.

"Por vezes designada por maciço da Gralheira, pertence ao distrito de Viseu, e inclui as serras da Freita, da Arada, do Arestal e de S. Macário. Tem a altitude máxima de 1116 metros."23

A floresta e o Parque Natural Local

"O setor de Vouzela da Ecopista do Vouga é especialmente rico em áreas de floresta autóctone. Em muitos troços, carvalhos, castanheiros e pinheiros, envolvem a Ecopista num abraço arbóreo que cria túneis de extraordinária beleza, com encantos e cores distintas conforme a estação do ano.

Na primavera e no verão, dominam os tons verdes e as densas copas, que quase impedem a chegada da luz ao solo e permitem a criação de pequenos ecossistemas a preservar; no outono, as folhas secas caem, não sem antes proporcionarem um espetáculo cromático que varia entre os amarelos, os vermelhos e os castanhos.

O piso da Ecopista transforma-se, acomodando as folhas caídas num suave tapete de matéria orgânica essencial à manutenção dos solos; no inverno, grande parte desta floresta encontra-se despida, revelando os esqueletos das árvores, com as suas formas desafiadoras da gravidade, muitas vezes caprichosas. Não é assim de estranhar que existam nos territórios de Vouzela alguns dos carvalhos mais antigos conhecidos em Portugal.

A criação do Parque Natural Local Vouga-Caramulo, em 2015, veio afirmar a necessidade de se preservar um ecossistema dominado pelo carvalho-alvarinho, complementado por espécies igualmente representativas da antiga floresta portuguesa, como o azevinho e o medronheiro, e pelo exótico Loendro, cujo espetáculo florido primaveril pode ser apreciado na Reserva Botânica do Cambarinho."9

Ponte Ferroviária de Vouzela - Rio Zela

Ponte Ferroviária de Vouzela - Rio Zela

“A ponte férrea sobre o Rio Zela – afluente do Vouga – Vouzela, datada de finais de 1913 é hoje um dos símbolos da vila. A sua funcionalidade deu lugar à beleza, que se deve não só ao seu enquadramento, como à sua dimensão e estrutura. Com 15 arcos em alvenaria, esta construção parte integrante da Linha do Vouga, está hoje convertida em zona pedonal sendo um dos pontos de passagem para quem visita Vouzela.”12

Ponte Ferroviária das Juntas e Bosque de Carvalho - Vouzela

Ponte Ferroviária das Juntas e Bosque de Carvalho - Vouzela

Os utilizadores que percorrerem a Ecopista do Vouga no sentido ascendente, um pouco antes de Vouzela, irão passar pela Ponte Ferroviária das Juntas e Bosque de Carvalho - Vouzela.

Antiga locomotiva a vapor em Vouzela na Ecopista do Vouga

Antiga locomotiva a vapor em Vouzela, na Ecopista do Vouga

“A testemunhar uma época em que este meio de transporte era primordial na região de Lafões, a Locomotiva a vapor E202 foi adquirida pelos Caminhos de Ferro do Estado em 1911 à firma alemã Henschel & Sohn, para as linhas de via estreita.”12

Infelizmente esta antiga locomotiva está exposta aos elementos, sem nenhuma proteção e em poucos anos irá desaparecer corrida pela ferrugem ou danificada por vândalos como é comum. No entanto há alguns casos em que os seus responsáveis preocuparam-se com este aspeto, como o exemplo referido no ponto seguinte em Real das Donas - Vouzela.

Estas antigas máquinas a vapor deixam- nos sempre maravilhados porque parecem possuir uma alma humana e ar de quem viveu com sabedoria e teve uma vida cheia de aventuras e realizações. Podemos pensar que nas suas viagens muitas vidas acompanhou, viu nascer crianças, elas a crescer, seus pais a laborar, os petizes aprender, mais tarde a namoriscar, casar e assim como ela por fim morrer.

Monumento de homenagem ao ferroviário - Real das Donas - Vouzela

Monumento à Locomotiva CP E103 - Bodiosa - Viseu

Na povoação de Real das Donas, do Município de Vouzela, foi colocado perto da Ecopista do Vouga, um monumento de homenagem ao ferroviário, com a exibição da antiga Locomotiva CP E103.

Ao contrário de muitas outras que são colocadas na via pública sem qualquer proteção e rapidamente se degradam com os elementos ou são danificadas por pinturas de mau gosto, foi construída para esta uma estrutura envolvente em acrílico e um telhado para a proteger. É claro que para os fotógrafos é muito difícil conseguir uma foto aceitável da mesma, mas nos na viagem de regresso lá o conseguimos fazer.

"Inaugurada a 30 de julho de 2017 pelo Presidente da Câmara Municipal de Vouzela, Rui Ladeira, pelo Presidente da União de Freguesias de Fataunços e Figueiredo das Donas, Carlos Oliveira, e pelo Presidente do Conselho de Administração da Fundação Museu Nacional Ferroviário, Jaime Ramos."13

Característica técnica da Locomotiva CP E10313

Desenho técnico de perfil da Locomotiva CP E103  - Monumento em Bodiosa - Viseu

Créditos da foto: Entidades políticas autárquicas que promoveram a colocação do monumento no local13

  • Identificação: Nº 3422 MASCHINENFABRIK ESSLINGEN IN ESSLINGEN 1907;
  • Tipo de veículo: Locomotiva-tanque a vapor;
  • Bitola: 1000 mm (Via Estreita);
  • Companhia de origem: Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal (N.P.);
  • Construtor: Machinenfabrik Emil Kessler, Esslingen, Alemanha;
  • Ano de construção: 1907;
  • Número de série: CP E103;
  • Número de unidades: 
    • 3 unidades - CP E101 a CP E103;
    • A partir de 1907-CFG 6 a CFG8 (Caminhos de Ferro de Guimarães);
    • A partir de 1930-51a 53 (Caminhos de Ferro do Norte de Portugal - N.P.);
    • A partir de 1947-CP E101 a CP E103;
    • A partir de 1974 - UIC 3-059101 a 3-056103;
  • Esforço de tração: 4620 kg;
  • Peso em tara: 32 t;
  • Cap aprovisionamento: 
    • 3500 litros de água;
    • 900 quilogramas de carvão;

História da Locomotiva CP E103

"Locomotiva adquirida em 1907 pelos Caminhos de Ferro de Guimarães (C.F.G.), para responder a novos serviços e aumento do número de circulações, aquando do prolongamento da Linha de Guimarães a Fafe, inaugurado a 20 de julho de 1907. Nesta Companhia, formaram a série CFG 6 a 8. "SOARES VELLOSO" foi o nome a atribuído à locomotiva 6, "FAFE" à locomotiva 7, desconhecendo-se o nome atribuído à locomotiva 8.

Considerada a melhor série de máquinas dos Caminhos de Ferro de Guimarães e das melhores entre as séries de locomotivas de pequenas dimensões, manteve a boa reputação ao serviço da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal (NP), que entre 1930 e 1974 tomou conta das linhas e do material circulante das Companhias C.F.G. e P.P.F. (Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão), constituindo a série 51 a 53.

Apesar do bom desempenho, foram utilizadas em serviços mais secundários. Em 1947, com a integração das Companhias de via estreita na CP, a série for novamente renumerada CP E101 a CP E103. Continuou ao serviço nas linhas de via estreita na região do Porto, circulando também pelas linhas do Vale do Vouga e do Dão, entre Viseu e Sernada do Vouga e entre Viseu e Santa Comba Dão.

Nos últimos anos de serviço que coincidiram com o final da tração a vapor na região do Porto, tracionavam composições de serviço entre Porto e Matosinhos e substituíam automotoras nos percursos mais longos. No ano de 1974 receberam a numeração UIC 3-059101 a 103. Esta locomotiva foi retirada de serviço em junho de 1978."13 

Pasteis de Vouzela: Doce de tipo conventual num pastel de massa filo

No regresso pela Ecopista do Vouga, paramos novamente em Vouzela onde provamos e levamos para os nosso familiares, os seus conhecidos pastéis, no Café Vila Jardim, em frente à Câmara Municipal. 

"O Pastel de Vouzela é o doce mais emblemático do concelho, nascido no séc XIX na vila. Após o encerramento dos Conventos, o segredo da sua produção terá sido trazido para a sociedade civil por duas ex freiras que se recolheram à sua casa de família em Vouzela e que terão ensinado a uma jovem da terra, à data sem família e a quem terão recolhido.

Posteriormente casada e com inúmera descendência (14 filhos), esta senhora socorreu-se dos ensinamentos das freiras para empreender um pequeno negócio de produção e comercialização do Pastel de Vouzela. Mantida a receita em segredo durante muitos anos, não resistiu tal segredo à expansão do negócio e à entrada de empregados para o seu fabrico

No entanto, embora produzido com fins comerciais, as doceiras contemporâneas garantem utilizar o mesmo método artesanal que lhes foi ensinado pelas suas avós. Em roteiros desta região são usuais menções como «os pastéis de massa tão fina como cabelos de anjos… que gostaríamos todos os anos de poder provar».

A receita continua secreta. São fabricados atualmente por quatro famílias da vila de Vouzela segundo um método completamente artesanal, a partir de uma fina massa folhada, tendida e seca numa tela especial, onde reside o segredo. São seguidamente recheados com ovos moles. Deste processo resulta um pastel com várias camadas de massa fina e estaladiça a envolver o recheio."24

Contactos úteis de Vouzela

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - São Pedro do Sul

Descrição da Ecopista do Vouga - São Pedro do Sul

"A área envolvente à antiga Estação Ferroviária de São Pedro do Sul é um autêntico oásis natural, ideal para uns minutos de descanso e reposição de energias. Da ponte sobre o Vouga as perspetivas paisagísticas são limitadas apenas pela finitude do olhar. Para jusante, a vertente norte da Serra do Caramulo, e para montante, a Serra de São Macário, recortada pelo vale do Vouga, rio que aqui corre sereno e aberto, ladeado por verdejante galeria ripícola.

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Seguindo para oeste, em agradável troço bem florestado, a Ecopista atravessa de novo o Vouga, na Ponte do Pego, onde se podem observar interessantes exemplares de marmitas de gigante. Passa ao lado das Termas de S. Pedro do Sul e, adiante, o avistamento do Monte da Sr do Castelo anuncia a entrada no concelho de Vouzela, rico em antigos carvalhais e soutos de castanheiros, bem como em encostas cultivadas com vinhas em socalcos.

Atravessar o rio Zela pela ponte ferroviária de Vouzela é uma experiência memorável merecedora de uma pausa contemplativa. Entra em seguida nos territórios de Oliveira de Frades, dominados pela avassaladora presença das serras da Freita e da Arada e pelo profundo vale do Vouga, do qual se aproxima pouco a pouco, entre manchas de floresta autóctone e pequenas povoações.

Para oriente, há que subir o vale do Vouga atravessando manchas de carvalhal, pontuadas a momentos por manchas de pinhal e de eucaliptal. A partir da Igreja Matriz de Bodiosa a Ecopista entra na malha urbana da capital distrital, recomendando-se máxima atenção ao trânsito automóvel."9

Percurso alternativo da Ecopista do Vouga - São Pedro do Sul

Percurso alternativo aconselhado para visitar as Termas de São Pedro do Sul

Mapa do percurso alternativo da Ecopista do Vouga - São Pedro do Sul

Ao aproximarmo-nos da antiga estação das Termas de São Pedro do Sul, surgiu na Ecopista do Vouga, uma placa com a indicação para seguirmos pelo percurso alternativo. Apesar desta informação o mesmo nesta altura era a única opção disponível, porque não vimos a sua continuação pelo traçado original da linha férrea, que ali acabava junto à estrada nacional que a interceta e onde uma vedação com rede metálica.

Seguimos aquelas indicações, descemos um pouco e perto do Why Not Bar, passamos por um estreito túnel, por debaixo da Estrada Nacional 16, e que dá acesso à Rua Principal - São Pedro do Sul. O percurso desce depois até às Termas de São Pedro do Sul e segue depois para nascente por um pista junto ao Rio Vouga.

Percurso Alternativo da Ecopista do Vouga - São Pedro do Sul

No final sobe por uns passadiços até à ecopista. Nós no entanto ainda fomos dar uma volta a esta antiga vila, onde reis portugueses trataram ferimentos e os romanos retemperavam forças nas suas águas medicinais.

Junto ao Rio Vouga, passamos para o outro lado da margem por uma ponte pedonal e regressando pela ponte rodoviária, da Rua Principal, tendo parado num café para apreciar a paisagem e tomar uma bebida. Ficámos muito agradados com o seu património natural e arquitetónico e havemos de regressar para a conhecer melhor.

No regresso de Viseu, já não seguimos as indicações do percurso alternativo e fomos em frente para desvendar a razão de na viagem anterior não termos encontrado o caminho pela original pela linha férrea, por onde e Ecopista deveria passar. Esta preocupação está relacionada com os nossos leitores que queiram fazer esta ecopista e assim já saberem o que podem encontrar.

Depois de passarmos pelas Pontes de Negrelos e do Pego, nas imediações da antiga estação das Termas de São Pedro do Sul, o mistério foi desvendado e vimos a razão da confusão.

Passadiços da futura ponte pedonal da Ecopista do Vouga em São Pedro do Sul

A dada altura surgem dois passadiços em madeira, em cada extremidade da Estrada Nacional 16, com tábuas e fitas a barrar o acesso. Depois tivemos que descer uma pequena inclinação, seguir pela estrada novamente até encontrarmos o acesso ao túnel,  que nos levou novamente para a ecopista. Nós tivemos que improvisar e pegar na bicicleta a peso para descer um declive para a estrada. Ao vermos estas estruturas voltadas para o céu ainda pensamos fazer acrobacias, mas resolvemos ser modestos e não exibirmos as nossas capacidades.

Futuro viaduto pedonal para a Ecopista do Vouga

Já na ecopista, resolvemos voltar um pouco para trás e ver por onde o caminho original acabava efetivamente. Seguimos algumas dezenas de metros para nascente, paralelos à estrada, junto à rede, até que vimos ao fundo, do outro lado da estrada, a antiga estação e um grande painel com a informar que estavam a construir um viaduto pedonal para a Ecopista, e uma foto do projeto desta futura estrutura. 

Por esta razão estão a construir dois pilares de betão em ambas as extremidades da estrada, para que possam suportar a ponte pedonal que irá fazer a ligação com os passadiços já terminados.

Passadiços da futura ponte pedonal da Ecopista do Vouga em São Pedro do Sul

Apesar de tudo, no futuro a informação deste caminho alternativo poderia continuar no local, mas mais bem elaborada, com mapas e informação dos pontos de interesse nas termas junto ao rio. Os utilizadores poderiam nas viagens de ida/volta, percorrer as duas opções, como foi o nosso caso, mas já passarem pela ponte pedonal concluída e não terem que andar como nós a improvisar.

Ecopista do Vouga: Antigas estações e apeadeiros em destaque - São Pedro do Sul

Ecopista do Vouga - Estação Ferroviária de São Pedro do Sul da Linha do Vale do Vouga

“Construída na margem direita do rio Vouga, pouco além do local chamado de Forno Telheiro e ao fundo da Av. José Vaz, este edifício de 1914 foi projetado para ser a Estação Ferroviária de S. Pedro do Sul, servindo hoje em dia de instalações para a associação de artesãos locais: é a Estação de Artes e Sabores de S. Pedro do Sul.

Estação Ferroviária de São Pedro do Sul - Ecopista do Vouga

Em síntese, os projetos inicias para a construção de uma linha ferroviária ao longo do Vale do Vouga surgiram em 1877, com a obra concessionada pela primeira vez em 1889, sem que, no entanto, esse concessionário conseguisse reunir os capitais necessários, sendo que, em 1906, a concessão passou para a Compagnie Française pour la Construction et Exploiration des Chemins de Fer à l’Étranger, uma empresa de capitais franceses, propositadamente constituída para o efeito, que projetaram e levaram a cabo a construção de várias obras de arte com relevante valor histórico e patrimonial para este concelho: as pontes de Negrelos e do Pego, canais de circulação ferroviária e as Estações das Termas e de S. Pedro do Sul.

Após concluída a obra, foi no dia 5 de fevereiro de 1914 que se inaugurou o derradeiro troço de linha de caminhos de ferro do Vale do Vouga, compreendido entre Vouzela e Bodiosa, com o ponto de encontro das linhas a dar-se precisamente, nesta Estação de S. Pedro do Sul.

As opiniões da época criticaram o afastamento em que lhes ficava a estação em relação ao centro da então vila, considerando que, se investissem em boas acessibilidades, o que era um mal, transformar-se-ia num bem: aproveitaram doações de terrenos pertencentes ao senhor conselheiro José Vaz e a alguns dos seus familiares, expropriando outros, e abriram para lá uma avenida larga, bem lançada e melhor arborizada, com um casario apalaçado, uma verdadeira artéria que muito concorreu para o desenvolvimento e aformoseamento de S. Pedro do Sul.

Esta antiga estação ferroviária, conforme aliás toda a linha do Vale do Vouga, foi definitivamente encerrada no dia 1 de janeiro de 1990, sendo que, ao longo de praticamente 80 anos, constituiu um fator de progresso e desenvolvimento local e regional, deixando marcas indeléveis nas paisanagens e memórias coletivas das pessoas, formando parte importante da suas vidas sampedrenses, quer porque se serviram dos seus equipamentos nas suas deslocações habituais ou nas viagens importantes, quer porque trabalharam na sua operação e manutenção enquanto funcionários da CP.”11

Património natural e arquitetónico em destaque na Ecopista do Vouga - São Pedro do Sul

Em São Pedro do Sul o Rio Vouga é atravessado pela Ecopista duas vezes 

"É na antiga Ponte Ferroviária de Forno Telheiro, junto à antiga Estação de São Pedro do Sul, que a Ecopista atravessa pela primeira de duas vezes o rio Vouga, em cerca de 2 km de extensão, voltando a atravessá-lo mais a oeste, na Ponte do Pego, e seguindo, a partir daí, sempre pela sua margem esquerda.

O Vouga, em tempos pré-romanos chamado de Vacua, nasce a 148 km do mar, na Serra da Lapa, uma formação montanhosa que abrange parte dos concelhos de Sátão e de Sernancelhe, sensivelmente a 930 m de altitude. Na sua viagem inicial luta contra a dureza granítica do planalto Beirão, transformando-se depois em rio de montanha, identidade com que aqui o encontramos, pronto a iniciar a sua jornada pelos meandros das serras das antigas Terras de Lafões e de Sever do Vouga.

O seu curso médio, recortado e repleto de curvas e contracurvas, foi uma das razões pelas quais a Linha do Vouga foi popularmente designada por Linha do Vale das Voltas. Nesta fase de transição entre o planalto e a montanha, o Vouga, com as suas frondosas galerias ripícolas, providência habitat para o Guarda-rios (Alcedo atthis), o Melro-de-água (Cinclus cinclus), a Toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), a Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica), a Rã-verde (Pelophylax perezi) e a Lontra (Lutra lutra)."9

Ponte de Negrelos ou Ponte do Forno Telheiro – São Pedro do Sul

Ponte de Negrelos ou Ponte do Forno Telheiro - Ecopista do Vouga

A Ponte de Negrelos em São Pedro do Sul é das mais bonitas pontes ferroviárias que já percorremos, pela sua curvatura, arquitetura com harmonia e suave passagem sobre o Rio Vouga. Gostaríamos de ver a mesma depois das obras de eletrificação concluídas e esperar que a sua iluminação concorra em beleza com o céu estrelado do firmamento. 

“Localizada nas proximidades da antiga estação de comboios de S. Pedro do Sul, a Ponte de Negrelos ou Ponte do Forno Telheiro é uma das pontes ferroviárias da extinta linha do Vouga. Construída em pedra e cimento, esta ponte desenha uma ligeira curvatura ao longo do seu traçado, exibindo sete bonitos arcos que se destacam na pitoresca paisagem do vale do Vouga. Concluída no ano de 1914, foi a última ponte da Linha do Vouga a ficar acabada, tendo dependido da sua conclusão a inauguração da referida linha.”11

Ponte de Negrelos em São Pedro do Sul com obras de requalificação

A Ponte de Negrelos em São Pedro do Sul está a ser valorizada com obras de requalificação que a vão dotar de iluminação noturna.

Ponte do Pego - São Pedro do Sul

Ponte do Pego - São Pedro do Sul - Ecopista do Vouga

"Lançada para unir as margens do rio Vouga, esta admirável ponte, por ter sido erigida sobre um pego do rio, tomou o nome do lugar e passou a designar-se Ponte do Pego, constituindo hoje um símbolo arquitectónico e patrimonial do concelho de S. Pedro do Sul.

Trata-se de uma obra concebida por engenheiros franceses da Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger, cujos trabalhos de construção principiaram em meados de 1913 e que, ao longo de quase 80 anos, serviu de passagem para os comboios que circularam no canal ferroviário do Vale do Vouga.

Temos notícia de que, durante o período de construção, uma pequena, embora inesperada, cheia do Vouga arrastou por água abaixo os cimbres (estrutura temporária em madeira e com forma de leque que suporta ao assentamento das pedras dos arcos) da Ponte do Pego, o que causou avultados prejuízos e veio retardar em mês e meio a abertura geral da exploração ferroviária do Vale do Vouga, com os periódicos locais a explicarem assim o sucedido: "O cimbre estava acente sobre um bloco no meio do rio, bloco que se formava na areia. Isto de alicerces na areia, tanto em Portugal como em França, são falsos, n'est ce pas messieurs les engenieurs?".

Todavia, pese embora a contrariedade, as obras continuaram a todo o vapor pelos meses seguintes: no dia 20 de novembro de 1913 principiaram por construir o azimbre do arco grande, ficando pronto no dia 2 de dezembro; no dia 30 de novembro começaram os trabalhos de pedreiro, que duraram até ao dia 24 do mês seguinte; no dia 29 de dezembro iniciaram a remoção do mesmo azimbre, serviço terminado no dia 6 de janeiro de 1914; no dia 25 de dezembro começaram as obras para construção das guardas da ponte, completando-se no dia 8 de janeiro de 1914.

E a ponte estava pronta para sobre ela atravessar o Vouguinha: apresentava 87,7 metros de comprimento por 23 metros de altura; os arcos em número de 10, com o principal a perfazer 46 metros de vão por 23 metros de altura e os restantes 5 metros de vão por 7 metros de alto.

Concluída em janeiro de 1914 e inaugurada no dia 5 de fevereiro do mesmo ano, a Ponte do Pego, feita de pedra, cimento e ferro, ficou uma das mais garbosas e elegantes construções da linha ferroviária do Vale do Vouga, inserida num enquadramento paisagístico de verde, água e céu."11

Pontos de interesse de São Pedro do Sul

  • Percurso Lúdico nas margens do Vouga;
  • Ponte de Negrelos;
  • Estação de Artes e Sabores (antiga Estação da CP);
  • Centro Histórico de S. Pedro do Sul;
    • Igreja Matriz, Praça da República, Palácio de Reriz, Igreja da Misericórdia (Santo António), Rua Direita, Praça Solar da Lapa Parque Urbano das Nogueiras e Lenteiro do Rio;
  • Complexo da antiga Central Hidroeléctrica de Drizes Conjunto constituído por represa, canais e edifício da central hidroeléctrica;
  • Capela de Nossa Senhora das Necessidades;
  • Capela de Nossa Senhora da Nazaré;
  • Ponte do Pego;
  • Pavilhão David Correia de Andrade - Lameira;
  • Complexo Piscinas do Gerós;
  • Antiga Estação da CP das Termas;
  • Balneário Rainha D. Amélia;
  • Balneário D. Afonso Henriques;
  • Balneário Romano / Piscina D. Afonso Henriques Monumento de Interesse Nacional, classificado pela Direção-Geral do Património Cultural;
  • Capela de S. Martinho;
  • Fonte de S. Martinho;
  • Ponte Pedonal;
  • Percurso Lúdico nas margens do Vouga;
  • Posto de Turismo;
  • Roteiros Históricos Religiosos do Vale do Vouga;

Contactos úteis de São Pedro do Sul

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu - Viseu

Descrição da Ecopista do Vouga - Viseu

"A partir da Igreja Matriz de Bodiosa a Ecopista ruma a São Pedro do Sul. atravessando densas e refrescantes manchas de carvalhal, pontuadas a momentos por manchas de pinhal e de eucaliptal. Antes de chegar a Negrelos, um ponto alto permite extraordinárias perspetivas para o vale do Vouga, onde se instala São Pedro do Sul com a guarda das suas serras, imponentes e despidas. Cruza depois o Vouga, sobre uma bela ponte ferroviária, entre Negrelos e Forno Telheiro, acompanhando de seguida o curso do rio até às Termas de S. Pedro do Sul, em agradável troço verdejante.

O avistamento do Monte da Srª do Castelo anuncia a entrada no concelho de Vouzela, rico em antigos carvalhais e soutos de castanheiros, bem como em encostas cultivadas com vinhas em socalcos. Atravessa o vale do rio Zela pela antiga ponte ferroviária de Vouzela, guardada por uma antiga locomotiva Henschel & Sohn, com no de série 202, de tração a vapor, e entra pouco depois nos territórios de Oliveira de Frades, dominados pela avassaladora presença das serras da Freita e da Arada e pelo profundo vale do Vouga, do qual se aproxima pouco a pouco, entre manchas de floresta autóctone e pequenas povoações.

Rumo a Viseu, a Ecopista parte à descoberta da zona noroeste e norte do concelho em traçado praticamente paralelo ao da EN16, circulando pela malha urbana da capital distrital, onde se recomendam cuidados redobrados com o trânsito automóvel. Ao chegar à antiga Estação Ferroviária de Viseu, faz a ligação com a Ecopista do Dão."9

Chegada a Viseu

Na nossa chegada a Viseu tivemos que carregar a bicicleta para passar as poldras de um rio. Como verdadeiros aventureiros entramos na cidade por uma das suas antigas portas denominada “Porta dos Cavaleiros”, do século XV. Claro que a evolução levou a malha urbana para fora dos seus limites e as razões de segurança e militares medievais foram-se perdendo e das sete originais só restam atualmente duas.

Embora não o tivéssemos feito montados num cavalo, sentimentos como um cavaleiro medieval acabado de chegar de viagem, cheio de pó e faminto por comida e bebida.

Ecopista do Vouga: Antigas estações e apeadeiros em destaque - Viseu

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Macamedes - Viseu, da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Macamedes - Viseu, da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Bodiosa - Viseu, da Linha do Vale do Vouga

Ecopista do Vouga - Antiga Estação de Bodiosa - Viseu, da Linha do Vale do Vouga

Património natural e arquitetónico em destaque na Ecopista do Vouga - Viseu

Bodiosa, uma história mineral

"Poucos quilómetros a noroeste de Viseu, a Ecopista do Vouga encontra-se com a vistosa Igreja Matriz de Bodiosa, cujo padroeiro São Miguel Arcanjo se celebra a par da Santa Bárbara e da Senhora do Carmo. No local onde pela primeira vez se avistam, ao longe, as serras do Maciço da Gralheira, urge contar alguns traços da peculiar história desta freguesia e deste território, milenarmente associado à exploração e transformação de material mineral.

Graças à iniciativa da Binaural Nodar, criou-se a exposição virtual "Pedras Faladas: Memórias Geológicas de Bodiosa", Viseu, com autoria de Luís Costa, Liliana Silva e Rui Costa, e colaboração da Junta de Freguesia de Bodiosa. Nela, podem ouvir-se algumas das pessoas que fizeram parte da atividade geológica desenvolvida na freguesia, cada uma com a sua visão, dos trabalhadores das minas aos antigos pedreiros, dos ex-funcionários das empresas separadoras aos proprietários dos negócios da pedra.

As sociedades humanas são, em parte, caracterizadas pela sua capacidade em se relacionarem com os contextos em que se inserem. Quer isto dizer que da mesma forma que domesticamos plantas e animais, moldamos paisagens e extraímos materiais rochosos e minerais dos solos. No séc. XX, a exploração das minas do Cume, do Cabrão e do Aval, teve contornos especialmente interessantes durante a 2ª Guerra Mundial, já que além dos trabalhadores locais, por aqui andaram alemães e aliados. Uma exposição a não perder, à distância de um clique!"9

https://www.archive.binauralmedia.org/

https://www.archive.binauralmedia.org/portfolio-items/bodiosa-pedras-faladas-entrevista-a-amadeu-carvalho/

Igreja de Bodiosa - S. Miguel Arcanjo - Bodiosa - Viseu

Igreja de Bodiosa - S. Miguel Arcanjo - Bodiosa - Viseu

A Igreja de Bodiosa, em honra de S. Miguel Arcanjo está situada perto da Ecopista do Vouga, do Cemitério de Bodiosa e Junta de Freguesia de Bodiosa.

Poldras da cidade de Viseu

Poldras da cidade de Viseu

Depois de já termos percorrido a Ecopista do Vouga de bicicleta, a caminho do nosso alojamento tivemos uma surpresa. No seguimento das indicações dadas pelo nosso telemóvel tivemos que passar um riacho por cima de umas poldras, que pelo que vimos são usadas por muitas pessoas para atalhar caminho e os patos descansarem.

As poldras ou alpondras, como são também conhecidas, são constituídas por um conjunto de pedras, espaçadas entre si, assentes num leito de um rio ou riacho. Esta estrutura tem a função de fazer de ponte e unir duas margens e permitir às pessoas fazer a travessia, em relativa segurança. Se o rio no inverno levar um caudal turbulento poderá não ser possível atravessá-las e os que arriscarem poderão estar sujeitos a ter acidentes graves e quem sabe se ao longo da história já não morrem alguém afogado.

Porta dos Cavaleiros - Século XV - Viseu

Porta dos Cavaleiros - Viseu

"A Porta dos Cavaleiros, juntamente com a Porta do Soar, são as últimas memórias da antiga Muralha Afonsina. Esta herança medieval remete-nos para o século XV, mais precisamente para 1412, quando teve início a construção da muralha com as suas sete portas.

Entre elas, a Porta dos Cavaleiros, que dava acesso à Rua Direita, o principal eixo viário da cidade desde o período romano.
Ostenta na parte exterior uma interessante escultura da Virgem com o Menino, do séc. XV."16

Contactos úteis de Viseu

Património natural da Ecopista do Vouga

Rio Vouga: Segundo maior rio de Portugal

Rio Vouga - São Pedro do Sul - Viseu

"O Rio Vouga tem origem na serra da Lapa e que, após um percurso de 136 quilómetros, desagua no oceano Atlântico através de um delta impropriamente designado por "ria de Aveiro". A área da sua bacia hidrográfica é de 3700 km2. O escoamento anual na foz do rio Vouga é, em média, de 1900 hm3. Estima-se que a bacia hidrográfica do rio Vouga apresente uma capacidade total de armazenamento de recursos hídricos de somente 1 hm3, em regime regularizado.

O rio Vouga, designado por muitos como "o Nilo português", tem no seu curso três secções bem marcadas. Começa por ser um rio de planalto até S. Pedro do Sul; depois, corre entre zonas montanhosas, recebe a água de vários afluentes e passa num vale profundo com meandros encaixados - rio de montanha; finalmente, ao deixar o Maciço Antigo, o Vouga muda de aspeto, corre entre margens largas e baixas, descrevendo meandros com uma forte ação acumuladora - rio de planície."2

Pessoas na Ecopista do Dão

Família brasileira na Ecopista do Vouga

Família brasileira na Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

Quando circulamos em direção a Viseu, ao passar na Ponte de Vouzela, encontramos a passear uma família de turistas brasileiros, constituída pelas seguintes pessoas: George Solti, esposa Ana Lopes, com ascendência húngara e portuguesa, respetivamente, e filho Luís Lopes. Esta família brasileira estava a passar férias em Portugal e foram caminhar um pouco na Ecopista do Vouga. Estes turistas disseram que iriam estar em Portugal cerca de três semanas e  que já tinham estado na Figueira da Foz e depois iriam visitar Viseu, Gouveia e Serra da Estrela.

Atletas brasileiros na Ecopista do Vouga - Vouzela

Atletas brasileiros na Ecopista do Vouga - Vouzela

No regresso desta aventura voltamos a encontrar brasileiros na Ponte de Vouzela, desta vez eram dois atletas que iriam participar numa prova denominada Zela Ultra Marathon. Este desporto traduz-se numa corrida de montanha, que se realizou em Vizela nos dias 13 e 14 de Abril 2014, onde participaram 500 atletas de vários países. Um dos objetivos desta prova é destacar as potencialidades paisagísticas e desportivas da Serra do Caramulo.

Os atletas com quem falamos chamavam-se José Rodrigues, Polícia Militar há 25 anos e Nuno, educador físico, ambos com 50 anos, naturais do Ceará Sales - nordeste do Brasil e Lavras - Minas Gerais, respetivamente. Os mesmos iriam competir em representação do seu país.

Ondas da Serra na Ecopista do Vouga

Sílvio Dias, Fotografo do Ondas da Serra na Ecopista do Vouga

Nesta imagem podemos ver Sílvio Dias, fotógrafo do Ondas da Serra na Ecopista do Vouga, no cimo da Ponte Ferroviária de Vouzela.

Avaliação da Ecopista do Vouga

Evolução ao longo do tempo e nível dificuldade

Falta de homogeneidade da Ecopista do Vouga

A Ecopista do Vouga foi evoluindo ao longo dos anos com a abertura de sucessivos troços por partes dos municípios por onde passa, Sever do Vouga, Oliveira de Frades, São Pedro do Sul e Viseu, de forma autónoma e sem um plano abrangente, homogéneo e estudado. Finalmente, em 6 de Outubro de 2023 o percurso, com cerca de 80 km foi totalmente aberto entre Sernada do Vouga e Viseu. Um exemplo desta situação é a desarmonia sinalética que está presente em alguns locais e pode causar estranheza e confusão, a nível dos quilómetros percorridos, fauna, flora e pontos de interesse.

Ecopista do Vouga - Percurso de Sever do Vouga

Quando o utilizador começa o percurso com a sua bicicleta ou a caminhar de Sernada do Vouga - Águeda, ao chegar à zona da Foz do Rio Mau - Sever do Vouga, surge uma sinalética com a indicação de Km: 0, quando na verdade em bom rigor com a abertura total da ecopista essa informação está desatualizada, porque o Km: 0 é em Sernada ou Viseu.

Grau de dificuldade da Ecopista do Vouga

Em relação ao seu grau de dificuldade temos a dizer que é alto porque tirando o troço de Sever do Vouga e nas imediações das cidades acima referidas, em que o piso é em betuminoso ou passadiços em madeira, 80% do percurso é em terra batida/gravilha que exige um maior esforço para caminhar ou pedalar. Por outro lado, só encontramos no percurso dois pontos de água para matar a sede. 

Sinalização da Ecopista do Vouga

Ecopista do Vouga entre Aveiro e Viseu

A nível da sinalização a mesma apesar dos problemas acima mencionados a ecopista está razoavelmente bem assinalada, com marcas rodoviárias, sinalização vertical e dos quilómetros percorridos. Perto desta cidade terá que ter cuidado porque atravessa vias com intenso tráfego, onde terá que acionar os semáforos, mas não confie e espere sempre o trânsito parar.

Na nossa chegada a Viseu não encontrámos a marca do Km: 0. 

Foi pela razão atrás referida que decidimos quando planeamos percorrê-la na totalidade, pernoitar em Viseu e regressar no dia seguinte. Ainda bem que tomámos esta decisão porque chegamos no final do dia a Viseu muito esgotados. No nosso caso começamos a pedalar às 08h30 e terminamos por volta das 18h30, mas no nosso caso demoramos mais porque estávamos a trabalhar, tirando fotografias, falando com pessoas e documentado o percurso para a reportagem.

Ecopista do Vouga - Ecopista do Dão

No final regressamos de comboio pela linha de Aveiro, com saída de Sernada do Vouga. Ainda pensamos no regresso a descer a Ecopista do Dão, desde Viseu até Santa Comba Dão e depois tomarmos o comboio até Coimbra pela linha da Beira Alta, mas como tínhamos algum trabalho para completar regressamos pelo mesmo caminho.

Aspetos positivos da Ecopista do Vouga

No entanto estes pormenores menos conseguidos em nada afetam a sua beleza e valor, com paisagens maravilhosas, onde sobressai o Maciço da Gralheira, grandes florestas autóctones de carvalhos alvarinho e sobreiros, campos agrícolas e paisagens profundamente rurais. As antigas obras de arte, grandes conquistas do engenho humano, como as pontes e túneis construídos para vencer os acidentes do relevo foram recuperadas e estão agora disponíveis para em lugar dos resfolegantes locomotivas ver passar agora alegres caminhantes, atletas ou ciclistas.

Defesa das vias férreas

Muitas vezes surgem críticas com pessoas a defender as ferrovias e a criticar legitimamente estas ecopistas. No nosso caso também somos defensores das mesmas, tendo já feito alguns artigos sobre o tema. No entanto, a criação das mesmas é uma forma de as rentabilizar, levar pessoas para o interior e minorar o mal que foi feito muitas vezes por quem faz livros discorrendo da arte de bem (des)governar.

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Nível de dificuldade da Ecopista do Vouga

O grau de dificuldade é representado segundo 4 itens diferentes, sendo cada um deles avaliado numa escala de 1 a 5 (do mais fácil ao mais difícil);

  • Nível de dificuldade: Alto;
    • Principais fatores para a avaliação: Extensão do percurso total, 80 km e tipo de piso difícil, maioritariamente em gravilha.
  • Adversidade do meio: 3/4;
  • Orientação: 3;
  • Tipo de piso: 2;
  • Esforço físico: 4/5;

Mapa e ficheiros de tracking GPS dos Ecopista do Vouga para download

Mapa do aplicativo Garmin Edge Explorer da Ecopista do Vouga

Mapa do aplicativo Garmin Edge Explorer da Ecopista do Vouga

Ficheiros de tracking GPS dos Ecopista do Vouga para download

No arquivo compactado abaixo inserido você pode fazer o download dos seguintes ficheiros, obtidos com o nosso Garmin Edge Explorer, para usar, se possuir, no seu aplicativo GPS, embora a ecopista se encontre bem sinalizada:

  • Ficheiro TCX;
  • Ficheiro GPX;
  • Ficheiro para o Google Earth KML;
  • Parciais para CSV

Clique aqui para fazer o download dos ficheiros.

Reflexões finais da Ecopista do Vouga

Ao fim de alguns anos completamos finalmente a totalidade da Ecopista do Vouga, entre Sernada do Vouga e Viseu, na certeza que havemos de regressar porque há sempre novos motivos de interesse e aldeias para visitar nas suas imediações.

Neste longo guia muito contamos e muito ficou por contar, esperamos no entanto ter dado as informações mais úteis para quem a quiser percorrer. O nosso objetivo não é esgotar o tema, porque tal é impossível, mas suscitar a curiosidade dos nossos leitores que se identificam com as nossas paixões.

Estamos solidários com as pessoas que preferiam ter as ferrovias originais, no entanto, já que dificilmente a maioria irá voltar a ver os comboios a passar, a criação das ecopistas é uma forma de as reaproveitar e levar pessoas para o interior.

Em relação a esta antiga Linha do Vouga perguntamos como foi possível todos os autarcas da década de 80, e populações do século passado terem permitido o encerramento deste troço entre Sernada do Vouga e Viseu. Atualmente existe a autoestrada A25, mas naquele tempo Viseu apenas era servida por uma lenta estrada nacional perigosa, cheia de tráfego e com muitos acidentes fatais.

O erro do seu encerramento é agravado porque também foi encerrada o troço da Linha do Dão, entre Santa Comba e Viseu, também convertido na Ecopista do Dão. A cidade de Viseu, que tinha duas ligações ferroviárias, ficou sem nenhuma. A cereja em cima do bolo da destruição, foi a demolição da sua estação, sem ninguém se preocupar com as memórias e proteção do património.

Antes de regressarmos a Sernada do Vouga de bicicleta pelo mesmo caminho da Ecopista, fomos visitar o adro da Sé de Viseu, de onde já partimos para fazer o Caminho Interior Português para Santiago de Compostela, a todos os que planeiam fazer esta ecopista desejamos um bom caminho.

Caminhe no distrito de Aveiro e pedale de bicicleta pelo norte de Portugal

O distrito de Aveiro tem dezenas de caminhadas e percursos pedestres muito bonitos, na serra, junto do mar, ria e rios, que pode aproveitar para os conhecer. No norte de Portugal há muitas ciclovias, ecovias e ecopistas que se pode percorrer, a caminhar ou de bicicleta, muitas delas por antigas linhas ferroviárias, agora convertidas em pista para as pessoas passearem.   

Créditos e Fontes pesquisadas 

Texto: Ondas da Serra, com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.

Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão referenciadas

1 - Ecopista do Vouga | Infraestruturas de Portugal
2 - Rio Vouga - Infopédia (infopedia.pt)
3 - Painel informativo colocado junto a Ecopista do Vouga em Sever do Vouga da responsabilidade do Município de Sever do Vouga 
4 - Painel informativo colocado junto da Ponte do Poço de Santiago na Ecopista do Vouga em Sever do Vouga, da responsabilidade da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro e Município de Sever do Vouga
5 - Painel informativo colocado junto da Ponte do Poço de Santiago na Ecopista do Vouga em Sever do Vouga, da responsabilidade do Município de Sever do Vouga
6 - Painel informativo colocado junto da Ecopista do Vouga em Sever do Vouga, da responsabilidade do Município de Sever do Vouga, Turismo de Portugal, Valorização do Interior e Nature Storytelling
7 - Linha V – Vouga – Rota da Água e da Pedra (montanhasmagicas.pt)
8 - Painel informativo da responsabilidade das Montanhas Mágicas - Rota da Água e da Pedra
9 - Painel informativo da responsabilidade das entidades que adaptaram o antigo traçado da Linha Férrea do Vouga à Ecopista do Vouga: Promotores: Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, Municípios de Viseu, São Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades. Parceria com o Turismo de Portugal. Obra co-financiada por Centro 2020 e Portugal 2020 e União Europeia. Conteúdos e Design Gráfico foge comigo. 
10 - visitlafoes.pt/igreja-de-pinheiro-de-lafoes/
11 - Painel informativo colocado junto a Ecopista do Vouga em Sever do Vouga da responsabilidade do Município de São Pedro do Sul
12 - Painel informativo colocado junto a Ecopista do Vouga em Sever do Vouga da responsabilidade do Município de Vouzela
13 - Painel informativo colocado junto à Homenagem ao Ferroviário em Real das Donas - Vouzela - Viseu, da responsabilidade da Fundação Museu Nacional Ferroviário, Museu Nacional Ferroviário, Município de Vouzela e União de Freguesias de Fataunços e Figueiredo das Donas
14 - Painel informativo junto da antiga estação da Paradela - Sever do Vouga, Rota da Água e da Pedra, Montanhas Mágicas 
15 - Município de Águeda e https://www.ciclovia.pt/
16 - Painel informativo colocado junto ao monumento "Porta dos Cavaleiros", da responsabilidade do município de Viseu
17 - pt.wikipedia.org/wiki/Apeadeiro_de_Senhora_da_Lourosa
18 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Estação_Ferroviária_de_Ribeiradio
19 - Linha do Vale do Vouga. Companhia Portugueza para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro: s.l., s.d. (Mapa e tabela de distâncias e altitudes.) https://archive.ph/I1lRd
20 - pt.wikipedia.org/wiki/Estação_Ferroviária_de_Arcozelo_das_Maias
21 - https://www.vaiver.com/viseu/ponte-ferroviaria-dos-melos/
22 - https://www.geocaching.com/geocache/GC4Q7NB_igreja-paroquial-de-s-vicente-de-lafoes
23 - https://www.infopedia.pt/artigos/$serra-da-gralheira
24 - Pastel de Vouzela - visitlafoes.pt

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Ondas da Serra

Ondas da Serra® é uma marca registada e um Órgão de Comunicação Social periódico inscrito na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, com um jornal online. O nosso projeto visa através da publicação das nossas reportagens exclusivas e originais promover a divulgação e defesa do património natural, arquitetónico, pessoas, animais e tradições do distrito de Aveiro e de outras regiões de Portugal. Recorreremos à justiça para defendermos os nossos direitos de autor se detetarmos a utilização do nosso material, texto e fotos sem consentimento e de forma ilegal.     

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